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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

A Água e a Águia


Não se escreve para crianças. Teremos, apenas, idade para viver em história.
As palavras são de Mia Couto e voltam-nos à memória a cada nova história. A Água e a Águia, o mais recente livro do escritor, surge como uma fábula que pode ser habitada por todos, independentemente da idade.


O começo da história incita o leitor a uma viagem pelo tempo. Os mais pequenos enchem-se de interrogações à primeira frase.  Aconteceu quando ainda não era vez nenhuma.
Num tempo em que as águias eram donas do mundo e o bater das suas asas era o único ponteiro do tempo.


Numa doce toada, um texto poético conta como o voo das águias fazia ondear a água, enquanto o rio disputava o reino dos pássaros. A água é um elemento recorrente nos livros de Mia Couto. Esta não é a primeira história onde a chuva se esquece de acontecer.
Sem chuva, o rio acabou por emagrecer. Chegaram as doenças, a morte, a tristeza... 
As águias souberam que tinham de fazer alguma coisa. Primeiro, começaram por comer o i do seu próprio nome e a palavra águia transformou-se em água. Depois... depois as águias e as letras chamaram a si a solução do problema.



As ilustrações têm a assinatura de  Danuta Wojciechowska, sendo esta uma parceria que os leitores já conhecem bem. Para trás estão O Beijo da PalavrinhaO Gato e o EscuroA Chuva Pasmada, que podem ver aqui, O Menino no Sapatinho, todos publicados pela editora Caminho.
Com uma paleta de cores quentes e fortes, a ilustradora confere seu cunho inconfundível às palavras do escritor. Palavra e imagem parecem unir-se num jogo de movimento e cor, voando a um só tempo.


A nossa sugestão é que vivam na história. Uma ou muitas vezes. Contem às crianças que a Terra aprendeu a ler muito antes de nascer o primeiro livro. Falem-lhes sobre a caligrafia da Vida.

quarta-feira, 18 de março de 2015

Porque a Poesia é Coisa de Todos os Dias

No próximo Sábado celebra-se o Dia Mundial da Poesia. Porque o poema não tem dia nem hora, começamos hoje a festejar! Dia e noite, os poemas vão andar por aqui à solta! Escolham um... ou vários... para ler com as vossas crianças. Se quiserem, juntem-se à festa e deixem um aqui. Um POEMA, claro!

Danuta Wojciechowska


Os livros

É então isto um livro,
este, como dizer?, murmúrio,
este rosto virado para dentro de
alguma coisa escura que ainda não existe
que, se uma mão subitamente
inocente a toca, 
se abre desamparadamente
como uma boca
falando com a nossa voz?
É isto um livro,
esta espécie de coração (o nosso coração)
dizendo "eu" entre nós e nós?

Manuel António Pina, in Como Se Desenha Uma Casa, Assírio & Alvim, 2011


Javier Zabala

POR QUÉ NOS PREGUNTAMOS COSAS  

Las preguntas nos recuerdan
que no lo sabemos todo,
que una parte de nosotros
siempre será un misterio.
Sin las preguntas
no sabríamos esto
y seríamos idiotas.
Porque un idiota
no es el que no sabe nada
sino el que se cree que lo sabe todo.
Victoria Pérez Escrivá, in Por Qué Nos Preguntamos Cosas, Thule Ediciones, 2013

terça-feira, 28 de maio de 2013

Mia Couto


Mia Couto foi o vencedor do Prémio Camões 2013 e ninguém pasmou com o acontecimento! Merecido é o adjectivo mais utilizado por todos aqueles que, de alguma forma, se associaram ao prémio recebido pelo escritor moçambicano.


Muitos dizem que é um inventor de palavras. Para nós, será sempre um brincador que, com elevada dose de paixão, reinventa palavras. O blogue Letra Pequena relembra hoje que Mia Couto diz que "não se escreve para crianças. Teremos, apenas, idade para viver em história(...)." 
Os Hipopómatos gostam de pensar que as suas histórias não têm idade e que todos podemos habitá-las. 


O gato e o escuro e O Beijo da Palavrinha são, seguramente, os livros mais conhecidos  do público infantil, mas A Chuva Pasmada  é o livro de Mia Couto que sempre nos vem à cabeça quando pensamos numa história onde todos podem morar uma vez. Ou muitas.


Em entrevista concedida a Sophia Beal em 2005, o escritor dizia: "Acabei agora uma coisa chamada "A Chuva Pasmada". É um livro que começou por ser um livro infantil , mas não gosto dessa maneira de o chamar, e evoluiu para uma outra coisa. Já não é um livro para crianças, é um livro. Só que tem ilustrações. As ilustrações são muito bonitas."



Uma história passada numa aldeia onde a chuva teima em não cair, em que o ciclo da água e o da vida se fundem num só. Uma história sobre gentes, sobre a cultura de um povo, as suas lendas e mitos. Um livro, repetimos nós. Para toda a gente. As bonitas ilustrações, tal como as dos outros dois livros que mencionámos, são da Danuta Wojciechowska. 


Às vezes, a propósito de nada, repetimos  como a tia do rapaz deste livro: 
-Pai nosso, cristais no Céu, santo e ficado seja o vosso nome.


E meditamos sobre o conselho do avô:

Ante o frio,
faz com o coração
o contrário do que fazes com o corpo:
despe-o.
Quanto mais nu, mais ele encontrará
o único agasalho possível
- um outro coração.

Não têm o livro? Aproveitem e dêem um pulo  à Feira do Livro. Ele anda por lá...

quinta-feira, 9 de maio de 2013

1,2,3, Danuta Wojciechowska

E a ilustradora é... Danuta Wojciechowska!


Obviamente, Danuta! A intensidade das cores e o constante contraste de cores quentes e frias não deixa margem para erro. A sobreposição e intersecção de formas, criando um jogo de transparências e movimentos ondulantes, transportam-nos amiúde para um mundo de ténues fronteiras entre o real e o onírico. A fantástica ilustração integra o próximo livro de Danuta, que chegará às livrarias no dia 20 deste mês.


Os Hipopómatos tiveram o enorme privilégio de ver de perto um pouco do processo de criação do livro que vai ser editado pela Caminho, Um, dois, três, conta lá outra vez!


E  apaixonámos-nos por ele. Destinado aos mais pequenos, pois claro, cada número transporta uma simbologia própria, repleta de imaginação e pejada de referências a um mundo que eles tão bem conhecem e que é o das histórias. Mas também às coisas de todos os dias. 


Uma deliciosa abordagem dos números, da sua representatividade e importância, que permitirá aos seus leitores, por exemplo, encontrar os sete anões numa casa que é a sua por direito próprio...
"Vês como os números também servem para contar histórias? E falam todas as línguas! São universais: em qualquer parte do mundo, uma criança como tu, consegue ler o mesmo algarismo. Os números estão escondidos em tudo, basta olhar com atenção. Existem nas plantas, nas flores e nos animais, mas também no teu corpo e na tua imaginação. Se aprenderes estes segredos podes usá-los para conheceres todo o mundo à tua volta". É o texto que podemos ler na contracapa.

Este é também um livro onde a ilustradora parece ensaiar alguns registos um pouco diferentes do que lhe reconhecemos e que nos encantaram, como é o caso desta imagem. São números com histórias e histórias à volta dos números.
Um obrigada muito especial à Danuta pela ilimitada disponibilidade em alinhar neste nosso desafio e acima de tudo pela partilha deste magnífico trabalho, que muito nos honrou.
Um, dois, três, dizemos outra vez! Chega dia 20 às livrarias para encantar pequenos e grandes leitores.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Falta 1 dia...

Foi um ano cheio...em que também nos aventurámos por outros caminhos. Apostámos na formação para todos aqueles que  quiseram juntar-se a nós em torno da paixão pelo livro, pelo conto, pela palavra. Desafiámos um genial contador de histórias,  o Rodolfo Castro, para uma experiência nova. Em Sintra, num espaço familiar, com uma envolvente bucólica, criámos fortes cumplicidades em voz alta.


A aposta está ganha e já pensamos nas próximas... Aqui fica o nosso profundo agradecimento ao Rodolfo por ter arriscado aceitar esta parceria. E, principalmente, pela  entusiasta e  genuína forma como  contagia  todos os que têm o privilégio de se cruzar com ele.


E porque estamos em semana de Hipopómatos, hoje voltamos a revisitar um autor que nos é muito querido e a quem nos sentimos ligados por uma forte paixão que parecemos comungar por hipopótamos, hipopómatos e,


É este inesquecível livro de Álvaro Magalhães, ilustrado pela Danuta Wojciechowska, que preenche este mês, a nossa Memória. Vão até !

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Portugal, vamos andar por aí...

Vamos colorir Portugal! É a proposta de Danuta Wojciechowska e Joana Paz.

Este livro é sobre Portugal e foi feito para ti! Está recheado de pistas sobre coisas engraçadas a descobrir. Nestas páginas podes colecionar, desenhar, pintar e escrever sobre o país, dizem as autoras.


0s Hipopómatos estiveram no lançamento e adoraram a forma simples e cativante com que a Danuta e a Joana partilharam este precioso livro com os futuros "co-autores".



Esta é uma excelente forma de pôr os mais pequenos a conhecer o país e também de o divulgar junto de quem nos visita. Importa dizer que o livro está escrito em quatro línguas - português, inglês, francês e alemão.



A pensar nisso, houve quem comprasse alguns exemplares, maravilhosamente autografados pelas autoras, para seguirem viagem até à Bélgica e Alemanha. Excelente ideia, dizemos nós!



Pegadas de dinossauros, pinturas rupestres, castelos, costumes e tradição, Camões ou Pessoa são apenas alguns exemplos das abordagens que o livro contém. Para pintar, desenhar ou escrever, completando assim um livro que ainda o não é porque se destina a ser acabado por "outros artistas".
Por cá, os Hipopómatos mais pequenos já meteram mãos à obra!




Em tempo de férias, esta parece-nos uma iniciativa fantástica e esperamos que venham mais. Parabéns à Danuta e à Joana!