quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

A Nossa Pele Arco-Íris


 





















A nossa pele pode ser de muitas cores. Tal como no céu... a nossa pele forma um grande arco-íris.

Numa altura em que os discursos racistas e xenófobos não escolhem hora para nos entrar em casa, é cada vez mais urgente transmitir, desde cedo, às nossas crianças os valores de empatia e respeito pelos outros. A Nossa Pele Arco-Íris, de Manuela Molina Cruz e Natalia Agudelo, publicado pela Nuvem de Letras, é um magnífico ponto de partida para introduzir esta temática junto dos mais pequenos.

De forma simples e em discurso direto, Molina Cruz, uma psicóloga colombiana, dirige-se aos leitores mais pequenos, explicando-lhes que somos todos diferentes e enunciando as causas dessa diversidade. A nossa cor de pele é a herança que recebemos quando nascemos e que nos acompanha toda a vida. São várias as tonalidades possíveis e dependem exclusivamente da quantidade de melanina que herdamos, o pigmento biológico responsável por atribuir a coloração da nossa pele.

Quando nascemos, herdamos, através dos nossos genes, a quantidade de melanina que dará cor à nossa pele.
















Essa quantidade depende exclusivamente do lugar onde viviam aqueles que nos transmitiram a herança. Se os nossos antepassados viviam em lugares com muito sol, precisavam de mais melanina. Os que eram pouco iluminados por ele, foram perdendo a melanina geração após geração. Sendo ela a responsável  pela tonalidade de cor com que nascemos, não faz de nós pessoas melhores ou piores, apenas diferentes. Porque no coração somos todos iguais.

As cores da nossa pele formaram-se dependendo do lugar onde viviam os nossos antepassados há milhares de anos.


A simplicidade do texto e a sua eficácia junto dos mais pequenos é reforçada pelas magníficas ilustrações de Agudelo, também elas simples e encantadoras. A comparação entre as diversas flores do jardim e as diferentes culturas e cores é algo que os leitores mais novos entendem bem. A paleta de cores é marcada pelas diversas tonalidades possíveis de pele que se espraiam por fundos de cores suaves que nos transmitem a naturalidade e o pacifismo com que este tema sempre deveria ter sido encarado pela humanidade. 




























Com igual simplicidade, o texto descontrói os preconceitos e as rejeições sempre associados ao tema. Os que rejeitam as pessoas que lhes parecem diferentes devido ao tom de pele , é como se tivessem os óculos sujos e não conseguissem ver com clareza. Porque é isso o racismo. Rejeitar, tratar de maneira injusta, ofender ou magoar alguém por causa da sua pele. O alerta vem a seguir, para que lhes possam dizer que é errado tratar alguém de forma diferente por causa da cor da sua pele. Sempre em discurso direto, a autora deixa um apelo aos seus destinatários: Quando não deixarem alguém brincar por causa da sua aparência, inventa tu uma brincadeira e lança-lhe o convite para participar. Ajuda a que todos se sintam bem-vindos na hora de brincar. E nós acrescentamos, independentemente da nossa herança, ajudem a que todos se sintam bem-vindos na hora de viver.