segunda-feira, 29 de abril de 2019

Desconcertinas


Somos fãs da colecção Desconcertinas, da autoria de André Letria, editada pela Pato Lógico.  Degelo e Impulso são os novos títulos que se juntam aos já existentes Incómodo, Destino, Outono e Partida.

Gostamos do formato pequeno e desdobrável, que alberga histórias só de imagens. Elas, as histórias, encantam-nos. Algumas harmoniosas, todas desconcertantes, para desvendar até à surpresa final, diz o Pato. Concordamos.



Um saltador, a concentração, um acto solitário... a busca da perfeição. Uma história que leva miúdos e graúdos a ter o impulso de encontrar palavras para a contar. Serão necessárias?


Os invernos são sempre longos de mais. As primaveras deviam chegar mais cedo. Cabe ao leitor descobrir porquê.

sexta-feira, 12 de abril de 2019

Regressos Festejados


São pequenos tesouros que estão de volta, pela mão da editora Kalandraka. Muitos já os conhecem, mas há quem os abra pela primeira vez e continue a encantar-se.  Com a criançada de férias, vale a pena falar deles. 


Eu Não Fui, de Christian Voltz, é uma divertida e hilariante história, centrada na busca de um culpado para o acidente de percurso que uma destrambelhada camponesa sofre logo no inicio. A culpa, porém, parece  querer morrer solteira já que nem a vaca, nem o burro, nem o pintainho, nem o porco... assumem qualquer responsabilidade. 


Numa história de estrutura encadeada e repetitiva, os bonecos e a linguagem levam os mais pequenos a acompanhar a busca  por entre sonoras gargalhadas. O inesperado e não menos divertido final é um convite à reflexão sobre a culpa, mas também à ponderação sobre o papel  que cada animal desempenha.
Arame e colagem são a base de partida para a construção das geniais personagens, identificadoras do universo deste autor.


Ovelhinha dá-me lã, de Isabel Minhós Martins e Yara Kono, é outro dos livros objecto de reimpressão. Ficamos felizes  porque há vários anos que somos fãs da simpática ovelhinha, de olhos ternos e doces, que parece não envelhecer.


Um livro, também ele, com estrutura encadeada e repetitiva, com um texto rimado que cativa miúdos e graúdos. E sim, na Casa dos Hipopómatos, a ovelhinha dá lã em qualquer estação do ano.


– Ovelhinha, dá-me lã.
              – Para que queres a minha lã? 
          – Para fazer um casaquinho
            e ficar bem aconchegado. 
       Se tapar bem a barriga
      já não fico constipado.




No lote dos regressados, está, entre outros, esse eterno O Balãozinho Vermelho, de Iela Mari. Um livro só de imagens que, nos anos sessenta, revolucionou o universo da literatura infantil. A simplicidade da metamorfose de um balão, de cor vermelha, em diversos objectos atravessa as páginas do livro. Balão, Maçã, Borboleta...



 "De todos os meus livros, este é o preferido das crianças, muito mais do que os outros; Entram nele sem nenhum problema. Os adultos, em geral, dizem que não compreendem nada”, dizia a autora.


De frente para trás ou de trás para a frente, este é um clássico que  tem acompanhado várias gerações. Em semana da Páscoa, não esqueçam que os livros também podem ser doces e não estragam os dentes.