Esta semana, conhecemos a família Bronca! Vamos já confessando que a empatia foi grande. No inicio, até nos disseram que era uma família sem nada de especial, igual a tantas outras. Amante de praia, futebol e gelados. Mas à medida que fomos conhecendo cada elemento, fomos percebendo que esta é uma família única! Vivam os Bronca!
Avós, pais, 4 filhos, tia, prima, gato... a família é grande, mas unida. Herdeiros de certos conhecimentos dos antepassados, os Bronca são conversadores e praticantes de concursos de palavras inventadas. Xarapitonga! Spindotitá! Mas talvez o que os una mesmo seja o amor aos livros. Bem avisámos que a nossa empatia era grande!
O amor da família Bronca pelos livros era tão grande, tão forte, tão dedicado, tão obsessivo, tão alaropante (palavra inventada vencedora do concurso familiar nº 624/Série B), que acabou por se transformar num problema. Para os livros, bem entendido.
Não era caso para menos.
O avô Ernesto gostava de ler enquanto pescava.
A avó Anita, especialista em bolos, distraía-se com a leitura e deixava cair o livro dentro da massa.
Linda, a mãe, dormia sobre os livros que, claro, ficavam sempre babados.
As gémeas...
Não, não contamos mais porque sabemos que vocês vão querer conhecer esta hilariante família, onde até o gato Edgar gosta de livros.
A verdade é que, com tanto amor, os acidentes sucediam-se. Os livros ficavam
sujos,
imundos,
arranhados,
surrados,
vomitados,
molhados,
maltratados...
E, embora fosse tudo por amor, a vasta biblioteca da família, com cerca de duzentos anos, ia ficando cada vez mais ameaçada. A preocupação aumentava. Já não eram só os livros que sofriam. Os Bronca passaram a ser olhados de forma estranha pelos vizinhos, os bolos da avó Anita tornaram-se intragáveis, o bebé Nicolau, que um dia será menino, seguia o mau exemplo do pai e até Edgar ficou doente de tanto engolir traças e pó dos livros. Alguma coisa teria de ser feita!
sujos,
imundos,
arranhados,
surrados,
vomitados,
molhados,
maltratados...
E, embora fosse tudo por amor, a vasta biblioteca da família, com cerca de duzentos anos, ia ficando cada vez mais ameaçada. A preocupação aumentava. Já não eram só os livros que sofriam. Os Bronca passaram a ser olhados de forma estranha pelos vizinhos, os bolos da avó Anita tornaram-se intragáveis, o bebé Nicolau, que um dia será menino, seguia o mau exemplo do pai e até Edgar ficou doente de tanto engolir traças e pó dos livros. Alguma coisa teria de ser feita!
É nestas alturas que surgem as grandes ideias! E os Bronca, mais unidos do que nunca, decidiram construir o nunca antes inventado Lavador de Livros! Uma máquina maravilhosa, com um invejável painel de controle! Entrada de honra para heróis literários, Prémios Nobel da Literatura, Exterminador implacável de traças... são apenas alguns exemplos. Mas até as ideias mais brilhantes carecem de ser aperfeiçoadas e a família constatou isso mesmo quando os livros sairam da máquina. Estavam limpíssimos, como novos, mas... todos baralhados! Alice no País da Montanha Mágica! Que grande bronca!
Nada que o nunca antes inventado Secador de Livros não tenha solucionado! Quando uma família como os Bronca se une na adversidade, o impossível não existe.
O Secador de Livros, editado pela Caminho, com texto de Carla Maia de Almeida e ilustrações de Sebastião Peixoto, é um livro sobre livros, mas também sobre a família, tema recorrente na obra da escritora. Sobre os seus últimos livro, podem ler aqui e aqui. Falando do livro, em entrevista à TSF, Maia de Almeida revelou que todas as personagens foram inspiradas e remetem para figuras de conhecidos escritores. As gémeas Emília e Carlota Bronca, por exemplo, evocam as célebres irmãs Emily e Charlotte Brontë, a prima Patrícia Bronca, inventora da fórmula final do Secador de Livros, remete para a escritora de thrillers e policiais Patricia Highsmith. O desafio não podia ser mais aliciante para os leitores mais crescidos. Descubram, descubram! Nós por aqui, apenas acrescentamos que o gato dos Bronca é preto e que a importância de se chamar Edgar não será à toa.
Depois das felizes parcerias da escritora com ilustradores como André Letria, António Jorge Gonçalves e Marta Monteiro, à toa também não parece ser a escolha de Sebastião Peixoto para ilustrar esta fantástica e divertida história. Num estilo a que já nos habituou, os Bronca não fogem à regra. Olhos redondos e pretos, narizes arrebitados e vermelhos como as rosetas, figuras esguias... são características comuns a todos os membros da família. O humor passeia-se a cada página e a intensidade das imagens é tal que dá vontade ao leitor de entrar no livro para dar uma mãozinha à família. Verdade seja dita, não imaginamos os Bronca nem a sua casa pintados com tons e formas diferentes.
Sim, a empatia é total! No dia a dia, a família Hipopómata, com os seus livros à mercê de mãos de todos os tamanhos, o que mais tem são livros babados, dentados, sujos, capas com dedadas, migalhas que se enfiam pelo meio das páginas... Não tivemos dúvidas de que o secador da família Bronca seria da maior utilidade para nós.
Há uma semana que nos instalámos em casa dos Bronca! Vivemos por lá. Não queremos sair! Façam-nos companhia, venham daí! Esta é, seguramente, uma das nossas escolhas em 2018.
Sem comentários:
Enviar um comentário