domingo, 24 de novembro de 2019

Parabéns!

Parabéns aos vencedores do sorteio! Aguardamos  que nos enviem as moradas para podermos enviar os livros. Obrigada a todos os que passaram por cá e nos deixaram palavras tão carinhosas. Obrigada, mais uma vez, à editora Kalandraka.


E os vencedores são:
Susana Corvas - Estamos Todos na Sarjeta com João e Rui de Maurice Sendak
Sandra H. - Agora Não, Tiago de David Mckee
Joana Rita - Urso Castanho, Urso Castanho, O que vês aqui? de Bill Martin Jr. e Eric Carle
Daniela Ferreira-Cornelius de Leo Lionni
Susana Moura - Chico - Chorão de Maurice Sendak
Catarina Valente Cornelius de Leo Lionni

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Hipopómatos em Festa II


aqui vos dissemos que sábado comemoramos o 8º aniversário do blogue. Que queremos festejar com todos vocês que, ao longo destes anos, nos seguem e nos fazem ter vontade de continuar. 
Com a amável colaboração da editora Kalandraka que se associou à nossa festa, sorteamos não cinco, mas 6 fantásticos livros. De segunda a sábado, um livro por dia. Felizes por poder anunciar:
Estamos Todos na Sarjeta com João e Rui de Maurice Sendakacabadinho de chegar a Portugal, mas com um lugar cativo na nossa casa há muitos anos.
Chico - Chorão de Maurice Sendak
Agora Não, Tiago de David Mckee
Cornelius de Leo Lionni ( 2 exemplares )
Urso Castanho, Urso Castanho, O que vês aqui? de Bill Martin Jr. e Eric Carle
Já conhecem as regras. Para se habilitarem, basta que deixem aqui o vosso comentário ( sobre o blogue, livros...). O único requisito é que sejam seguidores inscritos. Contamos com todos. Porque queremos continuar a dar-vos boleia...

segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Hipopómatos em Festa!


Foi assim que, há 8 anos, nasceu o blogue dos Hipopómatos. Mais precisamente no dia 23 de novembro. Esta semana, queremos festejar com vocês, que ao longo destes anos nos seguem e nos fazem ter vontade de continuar. Sorteamos 5 livros. Para se habilitarem basta que deixem aqui o vosso comentário ( sobre o blogue, livros...). O único requisito é que sejam seguidores. Contaremos com todos. Porque continuamos a querer dar-te boleia...

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

De Coração Aberto e Cabeça Desanuviada... nas Novidades da Fábula


Bem podem as pernas ser longas e o coração estar aberto a tanta novidade. Depois, é tudo uma questão de cabeça... São muitas as novidades com que, mês após mês, a Fábula brinda os seus leitores. A americana Corinna Luyken, autora de O Livro dos Erros, está de volta com mais dois livros. O Meu Coração, de que é autora de texto e ilustração e O André Semeão Não Tem Um Cavalo, onde assina as ilustrações. A colecção Pé de Pato, agora com um figurino de capa dura, revisita-nos com mais dois títulos: Sou do Tamanho do Que Vejo, Antologia de Poesia de Fernando Pessoa, com ilustrações de Jaime Ferraz A História do Esperto e Outras Histórias de Ana Castro Osório, ilustrado por Luís Manuel Gaspar. A dupla Nadine Brun-Cosme (autora de Lobo Grande & Lobo Pequeno) e Aurelie Guillerey, que já conhecemos de Papá das Pernas Longas, volta com Artur e as Pessoas Muito Apressadas.



Ainda colada às nossas mãos está a novidade mais recente, A Tua Cabeça é como o Céu de Bronwen Ballard e Laura Carlin, ilustradora  premiada e com um trabalho que muito gostamos. The Iron Man, com texto de Ted Hughes, talvez seja o seu livro mais conhecido, mas The Promise, King of the Sky, ambos em parceria com Nicola Davies ou A World Of Your Own, em que assina texto e ilustração, são alguns dos livros fantásticos que habitam a Casa dos Hipopómatos. Foi, pois, com a cabeça bem azul e sem nuvens que festejámos a sua chegada.



A tua cabeça é como o  céu. 
Às vezes está azul e sem nuvens. 
Outras vezes está nublada, 
e tempestuosa 
e escura 
e prestes a rebentar.
Muitas vezes
está só
um bocadinho cinzenta.

Ballard, a autora do texto, é psicóloga e acredita que a prática do mindfulness ajuda as crianças a lidar melhor com os seus pensamentos, a entender com mais naturalidade o que lhes passa pela cabeça, compreendendo que até os sentimentos mais negativos são normais. Tanto, quanto o céu estar azul, cinzento ou negro. Para quem ainda não ouviu falar de mindfulness, podemos dizer, de forma simples, que se trata de uma "prática mental", com origem no budismo, que ensina as pessoas a lidar com os pensamentos e as emoções, levando-os a entender que nem todos se virão a concretizar, de nada valendo o sofrimento por antecipação. Como escreve Ballard, que no fim do livro deixa algumas propostas para os adultos praticarem com as crianças, quando praticamos mindfulness começamos a perceber que embora os nossos pensamentos possam parecer reais, não são mais do que meros pensamentos, e não precisamos de segui-los sempre para onde nos tentam levar.


Na linguagem metafórica e algo poética que estrutura todo o livro, a cabeça é como o céu e os pensamentos são como as nuvens. As brancas, fofinhas e bonitas correspondem, obviamente, aos pensamentos positivos. As frases são inteligentemente escolhidas. “Olha o que eu consigo fazer”, que tantas vezes ouvimos às crianças é um dos exemplos apontados. Ao contrário, quando pensamos algo como “Eu não percebo nada disto" ou “ Nunca vou conseguir fazer isto bem”, os pensamentos são como nuvens chuvosas, escuras e feias.


Os destinatários estão identificados à partida. Tratados por tu, tudo lhes é explicado num discurso directo e de proximidade. 
Ou então podes experimentar este truque inteligente . Quando um pensamento parecido com uma nuvem chuvosa aparecer na tua cabeça , podes dizer: "Oh! É um pensamento que parece uma nuvem chuvosa". E depois repara em todos os pensamentos parecidos com nuvens brancas e fofinhas.



Afinal, cada pensamento é só um no meio de centenas e milhares de outros pensamentos que podemos ter.  Se se trata de uma nuvem chuvosa, talvez a possamos deixar flutuar para longe até desaparecer... São várias as sugestões para lidar com o que pode vir a transformar-se num problema. Há pensamentos grandes e barulhentos, pensamentos pequenos e silenciosos, pensamentos rápidos e apressados, e outros um bocadinho assustadores... Talvez o truque seja mesmo ver o céu todo para podermos escolher quais os pensamentos a que queremos prestar mais atenção.



O trabalho de Carlin tem sempre algo de nostálgico, de infinitamente contemplativo e este não foge à regra. Aguarela, acrílico, lápis de cor, são alguns dos materiais que utiliza na obtenção de paletas de cores que têm tanto de suaves quanto de harmoniosas. Os jogos de sombras e os desenhos algo difusos, em jeito de esboço, parecem ter o dom de nos levar por uma infância que não queremos largar.
Queiram ou não praticar mindfulness, com ou sem crianças, com maior ou menor meditação, este é um livro onde devem entrar. E onde vale a pena demorarem-se.

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Muitas e boas! São novidades com chancela Kalandraka

Entre reimpressões e novas edições, são muitas as preciosidades com que a Kalandraka brinda os seus leitores ao longo deste último mês. Elencamos apenas algumas, mas voltaremos a falar de todas.


Luxo! Maurice Sendak chega duas vezes. Estamos Todos na Sarjeta com João e Rui e A Cabra Zlateh e Outras Histórias, sete contos tradicionais judaicos contados por Isaac Bashevis Singer e ilustrados por Sendak, já andam pelas livrarias. Uma fantástica edição dos Contos ao Telefone (70) de Gianni Rodari, magistralmente ilustrada por Pablo Otero. Os mais pequenos são contemplados com mais duas fantásticas histórias de Eric Carle. Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?, o delicioso livro feito em parceria com  Bill Martin Jr. e a inesquecível Joaninha Resmungona que volta em versão cartonada. Virginie Aladjidi e Emmanuelle Tchoukriel, os autores dos Inventários Ilustrados, regressam com um deslumbrante  compêndio sobre a diversidade do planeta. 

 

De volta está também Jimmy Liao. A chegada de mais um dos seus livros (e que livro!)   não nos permite esquecer que até há alguns anos a sua obra era quase desconhecida em Portugal. Ainda hoje, são muitos os que entram pela nossa Casa e se deslumbram, pela primeira vez, com os seus livros. Noite Estrelada e Esconder-se Num Canto do Mundo,  os últimos dois livros do autor editados entre nós, contribuíram grandemente para aumentar  o número de leitores incondicionais de Liao. Mais ou menos conhecedores, todos têm novamente razões para se deleitar. Ainda que chegue com algum atraso,  O Som das Cores é, como os outros, um livro intemporal. 


No ano em que o meu Anjo se despediu de mim à entrada do metro, perdia aos poucos a visão. 
Assim se apresenta ao leitor a jovem protagonista que, na madrugada do seu décimo quinto aniversário, se determina a empreender uma viagem no metro da grande cidade onde vive. Esse é o inicio do livro, mas também o de uma grande viagem onde  imaginação e realidade parecem fundir-se em todos os caminhos que a jovem ousa trilhar.


Não sabemos o nome da personagem ou o lugar onde ela vive, mas ficamos a conhecer a cegueira e a solidão que lhe atravessam a vida. 
Quando a sua obra ainda não existia por cá, escrevemos aqui acerca do Fantástico Mundo de Jimmy Liao, dizendo que ele fala de percursos de vida, dos caminhos que se escolhem ou não, da transitoriedade e finitude da vida. De sentimentos, sonhos, medos, perdas... As personagens que cria não têm nomes, podendo ser qualquer um de nós. As histórias decorrem em lugares que existem em qualquer parte do mundo.


Sozinha no meio de multidões, a rapariga deambula por entre várias carruagens e estações. São muitos os perigos que se podem cruzar com quem não vê e muitas as metáforas visuais que Liao utiliza para os transmitir aos leitores. A dimensão dos perigos é evidenciada pelas proporções gigantescas do que vai surgindo, mas também pelas ausências... A partir de agora, o caminho faz-se a dois tempos. O das memórias e o da imaginação. A viagem é, acima de tudo, interior.


Sonho e realidade são os guias que a conduzem a lugares onde os cheiros e os sons são pintados de todas as cores. O pomar de onde espera que as maçãs sejam tão vermelhas quanto as cerejas, as costas da baleia de onde pode contemplar um céu azul de que já não se lembra... 
Ao entardecer, quem me irá recitar um poema junto à janela? E quando a alegre multidão se for, quem virá aquecer o meu quarto vazio?
Como em todas as histórias de Liao, a par da solidão e da tristeza, a força, a coragem e a liberdade coexistem nos caminhos que traça.
A tristeza de ontem já está esquecida. Tudo o que pode ser esquecido é insignificante.


A cada saída de estação, existe um turbilhão de desafios à sua espera. Um olhar mais atento leva-nos a concluir que Liao não a deixou sozinha. No meio de um mundo de gigantescos perigos, uma pequena criatura parece ter sido ali colocada para, a uma distância segura, zelar por ela. A cada página, tentamos descobri-la. Porque tememos pelo desfecho desta história inacabada.
Liao é mestre em pintar sentimentos ou estados de alma. A solidão, a melancolia ou a esperança chegam até nós, leitores, através de um simples jogo de cores ou de uma carruagem vazia. O sentido ou dessentido da vida é o fio condutor que prende, sofregamente, miúdos e graúdos a cada um dos seus livros. 


Jimmylianos de corpo e alma, reafirmamos a nossa paixão pelos sua obra repleta de poesia, de uma estonteante beleza e com uma forte dimensão onírica. O Som das Cores é dedicado a todos os poetas, termina com palavras de Rainer Maria Rilkee e, à semelhança de Desencontros,  começa com as de Wislawa Szymborska, a polaca vencedora do Prémio Nobel em 1996.

É uma grande fortuna
não sabermos com precisão
em que mundo vivemos.