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quarta-feira, 5 de março de 2014

O BARCO DE PAPEL

RAMPA é o nome do projecto que visa apoiar as autarquias na promoção de melhores acessibilidades dos espaços públicos. No âmbito desse projecto e subordinado  à  temática da mobilidade, surgiu O Barco de Papel.
O pai lia o jornal no pequeno canto livre da sala. Ligava o candeeiro junto da janela em pleno dia e passava os olhos pelas boas notícias. Com as más, o rapaz fazia aviões de papel",  que decidiu atirar janela fora.
Intuímos rapidamente que a produção devia ser grande e o rapaz andar numa "roda viva"... Mas os aviões não conseguiam voar! Tapetes, cortinas, móveis, paredes, tectos... os obstáculos eram muitos. Era preciso removê-los.
Não, porque não! Os objectos faziam falta. Já estavam habituados a eles, uns tinham sido presentes, outros herdados. O rapaz insistia. "A mãe deitava as mãos à cabeça e o pai deitava a cabeça nas mãos."
E foi assim que os presentes não demoraram a tornar-se ausentes a estante se foi num instante. Pela primeira vez, a casa passou a ser vista de um lado ao outro com um só olhar e ouviram-se cantar os cantos da casa. Nunca se tinham folheado tantos livros. E a casa arejou com a brisa das folhas, com a frescura das histórias.
Nunca uma casa tão pequena fora tão grande. Pela primeira vez, toda a família coube na casa. E ninguém cabia em si de contente. Nunca na casa tinha entrado tanto ar. Nunca se tinha visto tanta coisa, abaixo dos pés e acima da cabeça. 
A mãe sempre dissera que as novidades têm asas. Ora, se cada um se concentrasse numa boa novidade, conseguiria voar com ela. Esta é uma história para sobrevoar obstáculos. Os que estão à nossa volta e os que estão dentro de nós.  
Com texto de Eugénio Roda e ilustrações de André da Loba, o resultado nunca poderia ser inferior a genial. O Barco de Papel é uma edição da Bags of Books, uma pequena editora que já nos proporcionou vários voos de excelência. Já tínhamos saudades!
Ah, o livro traz instruções para a construção de aviões e de barcos! Com tanta má notícia que anda por aí... isto ainda vai fazer correr rios de tinta.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Los Siete Hermanos Chinos

Hoje falamos de Los Siete Hermanos Chinos, ilustrado por André da Loba, num registo um pouco diferente do habitual.

Editado pela OQO Espanha, é um livro que conta a história de sete irmãos chineses, que na verdade são só seis, mas que, no princípio da história, são apenas cinco.

Todos os cinco são exactamente iguais. A mãe, para não se confundir, chama-lhes (a todos, todinhos) Li.
                                     
Com o passar do tempo, os irmãos Li foram arranjando formas de se distinguirem uns dos outros. Esta distinção faz despoletar o enredo deste conto repetitivo em jeito de acrescento. Cada irmão traz um novo sentido à narrativa, contribuindo com a sua particularidade para enganar os tontos que condenam um dos irmãos à morte.


André da Loba ilustra este hilariante conto de Rodolfo Castro, optando pelo uso de duas ou três cores, numa alternância entre curvas e linhas rectas, criando um estilo de estampagem geométrica que resulta lindamente no conjunto da obra. As características dos irmãos são marcadas pelo desenho dos olhos em bico e do chapéu. A diferença de cada um mostra-se pelos pormenores que os acompanham. Deparamo-nos com o recurso à simplicidade, roçando o minimalismo, que certos sinais gráficos estereotipados conseguem traduzir, não caindo, no entanto, no banal.


Psst! OQO, aguardamos edição em Portugal.
Adoramos ver os nossos autores por outras bandas. Encontrámo-lo na Feira do Livro de Bolonha, muito bem acompanhado, como podem ver.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

André da Loba



André da Loba nasceu em 1979, da união de uma mamã e de um centauro. Numa família de nove irmãos,  ele era o mais feio de todos. O seu nariz era enorme e ainda o é. Por causa disso os  pais mandaram-no partir com o circo do mar. Deu a volta ao mundo duas vezes e meia. Isto, quem o diz, é o próprio André da Loba e podem ler o resto das suas memórias aqui.



Artista plástico dotado de inúmeros talentos, é uma referência nacional e internacional no âmbito da ilustração, tendo como característica principal o minimalismo aliado ao contraste de cor. Traça formas geométricas e contornos simples como ninguém. Em contraponto, ofusca-nos com esculturas perfeitas produzidas em cartão ou qualquer material de desperdício. É incrível a forma como  transfere emoções a um simples boneco de papelão.



Dentro da sua obra, encontram-se ilustrações para publicações como o New York Times ou o Washington Post e também trabalhos de animação. Os Hipopómatos adoram-no pelos belíssimos livros que ilustrou.




Não podemos ficar indiferentes a uma nova linguagem, inovadora em Portugal, quando se trata de ilustrar uma antologia poética como a de Bocage, editada pela Kalandraka ou, de forma ainda mais arrojada, O Arenque Fumado, editado pela Bruaá, ambos em 2010.


Premiado por variadíssimas vezes, André da Loba foi escolhido, em 2012, para integrar a Ilustrarte e  representar Portugal na Feira do Livro de Bolonha.
Apesar da enorme admiração que nutrimos pelo artista e da forma como passamos horas a contemplar o seu trabalho, não vamos prolongar-nos em descrições. O melhor será vê-lo em acção. Vão apaixonar-se também, não temos dúvida!