quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Natal sem Livros? Não seria a mesma coisa...




Não é uma lista. São apenas algumas sugestões que deixamos para quem, como nós, não imagina um Natal sem dar e receber... Livros.

 1. O Cão de Milu 

Da autoria da húngara Mariann Máray, esta foi a obra vencedora do XII Prémio International de Compostela para Álbuns Ilustrados, organizado pela editora Kalandraka em parceria com município de Santiago de Compostela.
Nesta história, Milu não é nome de cão, mas sim de uma menina que gosta tanto dos amigos de quatro patas que deseja fortemente ter um. Pouco lhe interessa o tamanho, a cor, o feitio... Milu quer um cão!
Um dia, ao regressar a casa, cruzou-se com uma "bola grande e peluda" e não teve dúvidas de que aquele seria o seu cão. A cerimónia do batismo foi imediata. Peluche, assim lhe chamou Milu, saltou de alegria com a boa notícia. A partir desse momento, tornaram-se inseparáveis, partilhando jogos, brincadeiras, pescarias... Como todos os cachorros, Peluche adorava brincar. E adorava a dona. O tempo foi passando e o cão de Milu crescia a olhos vistos. O que não a espantava,  já que o seu cão era dono de uma voraz apetite, comendo tudo o que os cães normalmente comem, e ainda frutos do bosque e... mel!


Para sermos rigorosos, nada em Peluche espantava a menina. Nem o facto de ele caminhar sobre duas patas nem o facto de ele não ladrar. Porque ela sabia que o seu cão era mesmo especial! Ainda assim, estava na hora de uma visita ao veterinário.


Na sala de espera, Peluche pareceu causar uma assustadora sensação. Milu não entendeu o porquê das estranhas reacções, quer dos humanos ali presentes, quer dos outros animais, já que o seu cão era a criatura mais dócil e tranquila que ela conhecia. Mas o pior estava para vir.  O diagnóstico do veterinário terá sido tão inesperado para a menina quanto para Peluche. Segundo o entendido, tratava-se de um animal muito perigoso. 

 - Nunca reparaste que não é um cão?
    Este animal é um urso!


Um livro que se destaca pela narrativa textual simples e directa, enriquecida pela beleza da linguagem pictórica que se espraia por ilustrações de duplas páginas, capazes de nos fazer pensar que visitamos um qualquer museu. Máray parece celebrar a cor, apresentando-a aos leitores como se de um festim se tratasse. Tons vermelhos, laranjas, rosas, azuis... cores fortes e vibrantes  que se misturam numa harmonia incomum e resultam numa multiplicidade cromática estonteante. 
O júri do Prémio Compostela, que tivemos o privilégio de integrar, destacou ainda uma certa estética naif como forma de proximidade ao universo infantil.  


Esta é uma história de amizade incondicional. Todos nós, os que temos um animal de estimação, conseguimos rever-nos neste sentimento profundo que Milu sente por Peluche. Afinal, todos os nossos animais são mesmo especiais. E o Peluche? Perguntam vocês a esta altura. 
Abram o livro e descubram como irá ele passar o Natal depois de ter sido enjaulado no Zoo. 
Apenas vos dizemos que o final desta história é tão simples quanto genial. Tal como deveria ser a vida. Simples e genial.

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