sábado, 21 de dezembro de 2019

Livros de Páginas Abertas para o Natal

São muitos e bons! Falamos dos livros que podem tornar o nosso Natal um pouco mais mágico. Trazê-los todos até aqui é tarefa herculiana nesta fase do ano. Nos últimos dias, fomos  deixando algumas sugestões. Hoje, pensando em todos aqueles que ainda andam por aí à procura de inspiração para presentes, ficam mais estas.  O melhor de tudo é entrar nas  pequenas livrarias independentes e conhecer todos os livros fantásticos que abrem as páginas ao Natal!

Urso Castanho, Urso Castanho, O que vês aqui?

Porque o Natal sem mestre Eric Carle não seria a mesma coisa, aí estão duas edições cartonadas de cantos arredondados para encaixarem nas mãos mais pequenas! 
É com imenso prazer que, pelo terceiro ano consecutivo, aqui fazemos esta afirmação.  Urso Castanho, Urso Castanho, O que vês aqui? com texto de Bill Martin Jr. e ilustrações de Eric Carle chega pela primeira vez a Portugal. Inesquecível, A Joaninha Resmungona volta a visitar-nos, desta feita em versão cartonada.


Os animais exibem-se em páginas duplas. A mestria da cor percorre-os a todo o comprimento. A técnica da repetição faz com que os mais pequenos rapidamente se apoderem da história e a contem como se a conhecessem desde sempre. 


- Urso Castanho, Urso Castanho,
O que vês aqui?
- Vejo um pássaro vermelho a olhar para mim. 
 Pássaro Vermelho, Pássaro Vermelho,
O que vês aqui?


O Urso Castanho,  um pássaro vermelho, um pato amarelo, uma rã verde, um cavalo azul... São muitos e bem coloridos, os animais que, a cada dupla página, vão passando o testemunho até à surpresa final.  Por último, a evocação de todos os animais intervenientes e das respectivas cores revela-se um delicioso jogo de memória. E também uma descoberta de sorrisos nos rostos dos mais pequenos.

A Joaninha Resmungona


O que nós gostamos desta Joaninha! Sim, é resmungona. Mas é com ela que aprendemos que a má educação nunca ganhará à amabilidade e às boas maneiras. Gananciosa, incapaz de partilhar e de agradecer, ela passeia-se pelo livro desafiando tudo e todos. Independentemente do tamanho dos animais com que se cruza, está sempre pronta para lutar com eles...


Um livro encantador, onde se viaja por terra, ar e mar, conhecendo-se os animais dos respectivos habitats. As páginas apresentam-se de diferentes dimensões, crescendo à medida que as horas do dia avançam e a história se vai desenrolando. Já tínhamos saudades da resmunguice da pequena criatura que todos devem conhecer!

Os Adultos? Nunca!
                                                                                                    
A dupla é de peso. Davide Cali Benjamin Chaud, autores já bem conhecidos (Não Fiz os Trabalhos de Casa Porque... Cheguei Atrasado à Escola Porque... ) estão de volta à Orfeu Negro com mais um hilariante  livro. Os adultos nunca se portam mal. Nunca gritam, nunca dizem palavrões, nunca fazem batota, nunca falam de boca cheia, nunca arrotam... 
E nunca fazem muitas outras coisas. 




E se assim é, não há nenhuma razão para que não sejam o modelo a seguir pelos mais pequenos. Certo?   


As ilustrações de Chaud são, como já nos habituou, um hino à imaginação. Um livro bem divertido e capaz de provocar muita gargalhada neste Natal. Para ler em família. Porque, acrescentamos nós, os adultos nunca têm falta de sentido de humor...


Contos Ao Telefone

Alegrem-se os rodarianos! Em 2020 comemora-se o centenário do nascimento de Gianni Rodari. Em  jeito de presente de Natal, a Kalandraka acaba de nos brindar com este  precioso tesouro. Não são 30, nem 40... São 70 contos! Singularmente ilustrados por Pablo Otero e que lhe valeu o  Prémio ISAAC DÍAZ PARA O MELHOR LIVRO ILUSTRADO em 2011. A geometria das figuras e das formas de Otero resulta num casamento perfeito com a brevidade dos contos de Rodari. 
Há dois anos, a Casa dos Hipopómatos iniciou um serviço de contos ao telefone. Bastava telefonar para ouvir uma dessas curtas e divertidas histórias com que o caixeiro Bianchi presenteava a sua filha todas as noites. Histórias que beberam a sua inspiração tanto nos clássicos como nos contos tradicionais. O Despaís, A Estrada de Chocolate, O Prédio de Gelado, A Estrada que não Ia Para Lado Nenhum... foram apenas alguns dos contos que, com algumas doses de nonsense, divertiram miúdos e graúdos. Uma actividade que retomaremos em 2020, agora dispondo destes 70 magníficos contos inspirados ora em contos tradicionais ora nos clássicos. 



Mas os Contos ao Telefone contados pelo senhor Bianchi também falavam de coisas tristes como a guerra. A Palavra Chorar, um dos nossos preferidos, começa assim : Esta história ainda não aconteceu, mas de certeza que vai ter lugar amanhã. Ei-la.
Vão, vão até lá e surpreendam-se!

 NINA

Benji Davies dispensa apresentações. O autor de A Baleia e O Regresso da Baleia, Olharapo,  A Ilha do Avô e o Pássaro da Avó, regressa à Orfeu Negro. Desta feita  com Nina, a girina mais pequena da lagoa. Apesar do seu tamanho, Nina parece ser a única que não tem medo do Grande Glup, o peixe mais assustador que vivia nas profundezas das águas e fazia as suas aparições na escuridão da noite. A pequena Nina não parecia acreditar muito na sua existência. Mas pelo sim pelo não, preferia andar com boa luminosidade e quando o sol se punha, escondia-se cuidadosamente atrás das rochas e das plantas. Tudo, na esperança de não ser encontrada pelo monstro Glup. À volta de Nina, a quase-rã, todos cresciam. Todos,  menos ela. 



Nina ia contando os irmãos e as irmãs girinas, que pareciam desaparecer... sem que ela soubesse para onde iam. Seria obra do  Grande Glup? Esta é uma história sobre medo e crescimento, com ilustrações deslumbrantes. Ou não fosse um livro de Benji Davies.

A Cabra Zlateh



Um Natal sem
Maurice Sendak seria sempre mais pobre. Mas a chegada de A Cabra Zlateh, o primeiro livro infantil de Isaac Bashevis Singer, escrito em 1966, e ilustrado por Sendak, enriquece todos os amantes da leitura.
Um livro muito premiado e traduzido em várias línguas, que reúne sete contos tradicionais judaicos que se desenrolam numa povoação de tolos. 
Ainda que só agora tenha chegado a Portugal, este é um livro precioso que alia o encanto da oralidade e a genialidade das ilustrações de Maurice Sendak, que aqui evocam as antigas gravuras e nos deslumbram com a riqueza dos detalhes. 
Adoramos percorrer O Paraíso dos Tolos e percorremos cada canto deste livro com o prazer de quem, finalmente, o pode ler em português.

Este é, seguramente, um livro que nos acompanha para 2020.


 Boas Festas & Boas Leituras, desejam os Hipopómatos!

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