Komako Sakai
sexta-feira, 31 de outubro de 2014
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
Tudo É Sempre Outra Coisa
As palavras do poeta fervilham-nos na cabeça. Espreitamos o outro lado do muro. Curiosos, queremos ver, ouvir, sentir... as outras coisas que todas as coisas são. Começámos pelo princípio.
João Pedro Mésseder escreve que este é o seu primeiro livro (sem ser) de poesia. Porque tudo é sempre outra coisa, é a poesia das duas linguagens, textual e imagética, que nos faz permanecer no muro. Imaginando.
Somos fãs do trabalho de Rachel Caiano. Gostamos muito dos seus meninos de carvão, da pureza que emana dos seus rostos, do olhar doce e penetrante que nos fascina ao ponto de lhes querer dar vida, de os imaginar a correr por ruas largas e calmas, sem saída.
É como diz o próprio João Pedro Mésseder: Os pintores roubam a beleza do mundo - embora eles digam que não, que lhes vem tudo da cabeça. Mas a verdade também é que o mundo não chega a perder essa beleza. Parece é que os pintores a multiplicam nos seus quadros. Talvez por isso, são os únicos ladrões que ninguém se importa que andem por aí, em liberdade.
Qual manta de retalhos, o poeta solta o pensamento pelas páginas do livro. Tentamos acompanhá-lo. Escutamos a memória desse menino poeta, que ainda não sabia o que era um poema, vemos os cachecóis que, na primavera, emigram para países mais ao norte, as barrigas dos egoístas que crescem para dentro, comprimindo-lhes o coração, ou a bandeira pendurada no mastro, que em dias sem vento, é como um avô adormecido no seu sofá...
Voltamos a espreitar o lado de lá do muro. Aquilo que parecia uma manta de retalhos é agora outra coisa. O livro é também companheiro de todos os dias, unindo Hipopómatos grandes e pequenos à volta de questões como esta:
Será que os corrimões das escadas também se cansam menos a descer do que a subir?
segunda-feira, 27 de outubro de 2014
A Caminho...
sexta-feira, 24 de outubro de 2014
ART & MAX
Welcome to Portugal, Mr. David Wiesner! Há muito que esperávamos por si!
Um dos nomes mais conceituados da literatura infantil, o autor americano já venceu por três vezes a prestigiada Caldecott Medal, a primeira das quais em 1992, e arrecadou outras tantas Caldecott Honors. Palmarés apenas ultrapassado por Marcia Brown.
Sem grande alarido, David Wiesner chegou por estes dias às nossas livrarias. Trazido pela Orfeu Negro, Art & Max é o penúltimo livro do autor, numa linha algo diferente do fabuloso Flotsam (só de imagens) que o antecedeu.
Mas nem por isso menos fabuloso! Art & Max é um livro sobre arte. Brilhantemente imaginativo e original, conduz-nos numa alucinante viagem por dentro do processo de criação artística, explorando métodos e técnicas, evidenciando resultados possíveis. A originalidade da obra reside no facto de Weisner nos oferecer a possibilidade de acompanhar o processo de ilustração através da sua própria desconstrução.
O arranque da história coincide com o momento do encontro de Art(ur) e Max, os dois répteis que aqui vemos. Arthur é pintor, aparentemente metódico e disciplinado, um pouco convencido e algo arrogante. Max também quer ser pintor. A arte parece exercer sobre ele um fascínio desmedido e, como todos os principiantes, tem o ímpeto de "meter a mão na massa". Algo voluntarioso como qualquer bom aprendiz, tem determinação q.b..
Mesmo quando Artur aparenta explodir, projectando-se em manchas de tinta que se transformam numa dança de arco-íris aos nossos olhos.
Como se de duas histórias se tratasse, unidas pela forte componente visual, assistimos às reacções de cada um, à medida que o processo de criação vai sendo desmontado, ou se preferirmos, à medida que Art se vai reduzindo. O momento alto do trabalho de Max revela-se na generosidade do copo de água que oferece a Art quando este se sente esquisito e que conduz à diluição de toda a aguarela que ainda o cobria, vendo-se reduzido ao simples traço.
Hilariante é pouco para descrever a série de esforços que Max enceta com vista à reconstrução de Art. A linha que Max segura, para além do que resta daquele, consubstancia agora o fio condutor de toda a história. Quando Max decide refazer o mestre, as surpresas não param mais.
Acrílico, pastel, aguarela... Art vai ficando sem forma. Os esforços são agora inversos. Max necessita recrear Art, e embora já tenhamos percebido que não passa de um amador, a paixão e o instinto irão guiá-lo até ao fim. Até lá, os olhos dos mais pequenos estarão esbugalhados e o riso andará à solta.
De forma notável, ao aparente nonsense da arte de Max, que se confunde com o do próprio livro, e à bizarria resultante de tudo o que aquele faz, Wiesner contrapõe o realismo das expressões faciais e corporais, fazendo-nos esquecer que de répteis se trata num cenário nu de deserto que atravessa todas as páginas.
À semelhança do próprio Max, esta é uma história desconcertantemente contagiante, provocando-nos a todos, pequenos e grandes, o ímpeto de meter mãos à obra. Viva a liberdade de criação!
Numa entrevista que podem ver aqui, David Weisner diz pensar que ambos os seus répteis aprenderam alguma coisa: estar aberto a novas ideias e possibilidades.
Nós estamos! Enquanto pintamos tudo o que encontramos por aqui, tentamos adivinhar quando chegará o seu próximo livro. Obrigada, Orfeu Negro!
terça-feira, 21 de outubro de 2014
O Sapato, a Lagartinha e os Miúdos
Meninos e meninas, vamos jogar? Um jogo simples, divertido e original proposto por Mestre Tomi Ungerer. Descobrir, em cada página, onde está o sapato perdido.
Bem ao jeito dos mais pequenitos, esta é uma fórmula simples e eficaz de lhes estimular a curiosidade e avivar a sua perspicácia visual, levando-os a esmiuçar cada imagem até encontrar a forma do sapato.
Oh, está aqui! Uma frase que repetem a cada descoberta, sempre acompanhada de um misto de surpresa e contentamento. A seu lado, deleitamos-nos com a possibilidade de os ver crescer em tão boa companhia!
Repetimo-nos e agradecemos mais uma vez à Kalandraka. Ainda que possa ser tardia, para nós, a chegada de mais um livro de Tomi Ungerer é sempre uma festa!
Sim, não parece ter tanta idade! Mas a verdade é que A lagartinha muito comilona, de Eric Carle, nasceu há quase meio século e continua a ser um dos livros mais amados de sempre!
Para comemorar o 45º aniversário deste clássico que ninguém dispensa ter em casa, a Kalandraka brindou-nos com uma deslumbrante edição especial. Desta feita, a lagartinha chega-nos em formato ampliado e com capa lenticular, evidenciando as metamorfoses do bicharoco.
E nós bem mais felizes! Venham festejar também.
::: os Hipopómatos têm para oferecer :::
Com a amável colaboração da Kalandraka, um exemplar de cada um dos livros.
:: Para se candidataram ::
Basta deixar aqui, até à meia noite de sexta-feira,
:: Para se candidataram ::
Basta deixar aqui, até à meia noite de sexta-feira,
sexta-feira, 17 de outubro de 2014
quinta-feira, 16 de outubro de 2014
Das Wettermännlein
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