terça-feira, 6 de maio de 2014

Gabriel García Márquez


Gabriel García Márquez será sempre um dos nomes maiores da Literatura. Os que o conheceram, os que o leram e releram, não esquecerão a sua obra, povoada de personagens que se mantém  próximas e vivas na memória colectiva. Tão pouco deixarão de lembrar o escritor, o homem e as suas convicções.



Num país assumidamente enfeitiçado por  cem anos de solidão, foi com naturalidade que, diante  dessa morte anunciada, manifestámos o nosso sentimento de perda no adeus a Gabo. 


Com igual naturalidade, somos levados a concluir  que as nossas crianças e jovens, herdeiros não menos naturais desta nossa memória, conheçam  o escritor, a  dimensão  e a importância da sua obra.  Seria mesmo, altamente improvável que,  para a grande maioria, Gabo tivesse morrido como viveu: um perfeito desconhecido.



Acreditamos  que nas nossas escolas os meninos ouviram falar de Gabo e dos seus contos fantásticos. Que, em Abril, os professores terão "roubado" alguns minutos ao obrigatório programa para os dispensar ao escritor por muitos rotulado de inventor do realismo fantástico.


Que as nossas bibliotecas escolares certamente se muniram dos diversos contos de Gabriel García Márquez, editados, há vários anos, pela Dom Quixote e os puseram à disposição dos meninos, incentivando a sua leitura.


Acreditamos ainda que,  hoje, todos eles já iniciaram as suas primeiras viagens pelo universo fantástico de Gabo. Que todos aprenderam um pouco sobre o homem e o escritor.


Que, vendo as magistrais ilustrações de Carme Solé Vendrell, se tornaram igualmente admiradores  da arte da prestigiada artista catalã, duas vezes vencedora do Prémio Nacional de Ilustração no país vizinho, a par  de vários outros galardões.


Que, por estes dias, os nossos meninos têm ido mais motivados e felizes para as escolas. Que muitos deles percorram mesmo o caminho a levitar!


Queremos acreditar que, se por algum motivo de força maior, nada disto tiver acontecido, ainda vamos a tempo. E, com a mesma naturalidade com que nós dissemos Adeus, Gabo,  eles dirão Olá, Gabo.

1 comentário:

Paula Bombas disse...

Lindas palavras e lindas imagens!!!
Infelizmente a literatura está cada vez mais afastada da rotina de uma grande parte dos nossos "meninos".
Basta ver a forma como se escreve...
Apercebi-me que a situação é mesmo muito grave quando, na reunião de avaliação do meu filho, o professor de português se queixou que não há como fazê-los entender um texto ou interessarem-se por um tema. Até quando estudam para um teste, em vez de lerem o livro, vão à internet "sacar" um resumo manhoso e depois... erros ortográficos e respostas sem sentido.
Por aqui temos tentado fazer o nosso melhor e não deixamos que passem um dia sem ler, nem que seja um pequeno artigo numa revista. Quanto à escrita, eu por exemplo, recuso-me a responder a mensagens abreviadas ou com "K" e "X". Quem sabe um dia alguém se lembra de criar um jogo em que para passar de nível seja preciso ler um parágrafo de determinado autor para descobrir a password...
Obrigada Hipopómatos por continuarem a proporcionar-nos estes momentos.