Onde estavas quando estreou, em Portugal, o Sítio do Picapau
Amarelo? Certamente em frente do pequeno ecrã,
como nós. Literalmente, porque, na altura em que o êxito da série televisiva baseada na obra de
Monteiro Lobato atravessou o oceano, os ecrãs não possuíam as dimensões de hoje.
Quando, nos anos 80, começámos a entrar no Sítio, Monteiro Lobato seria um desconhecido para a grande maioria dos portugueses, pouco identificados com a dimensão e o relevo do seu contributo no universo da literatura infantil. Hoje, são muitos os que não esquecem o Pai de “Emilia”, a boneca de trapos mais fantástica de que há memória. Aquela que nenhuma criança enjeitaria ter.
Tivemos a sorte de ser apresentados a Emília e à sua “trupe” muito antes de nos chegarem a cores. Talvez
por isso, o fascínio pareça nunca acabar. Ainda hoje conservamos alguns
caderninhos e continuamos a acreditar que a infância com Lobato foi bem mais
feliz.
E, depois de Lobato, como evoluiu a literatura infantil no Brasil? Porque permanece tão desconhecida entre nós a literatura de um país que, para além de falar a mesma língua, já arrecadou por três vezes o Prémio Hans Christian Andersen?
Decidimos abrir o baú e encurtar distâncias. Esta semana, tentaremos dar a conhecer um pouco mais do muito de bom que por lá, tal como por cá, se vai fazendo.
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