quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Porque hoje fazemos anos.


Os hipopómatos chegam à lua, conduzidos a seis mãos… Viajamos através do único meio capaz de nos levar a qualquer lado, o LIVRO. O que pretendemos? Dar-te boleia…
Assim nasceu este blog, há precisamente 6 anos. Hoje, rodeados de livros fantásticos, de livros que sempre nos apaixonam, mantemos o desafio. O que pretendemos? Dar-te boleia...

terça-feira, 21 de novembro de 2017

The Lost House. Leituras de Fora


Quando entramos na casa deste avô, não queremos sair! Esta é uma casa maravilhosa, cheia de cor, de encantos, recantos e mistérios! Cada assoalhada tem uma cor diferente e um incalculável número de objectos, cada um mais peculiar do que o outro!


O avô prometeu levar os netos ao parque, mas antes necessita da sua ajuda para encontrar algumas coisas indispensáveis para sair de casa. As meias, os sapatos, os dentes, os óculos, o chapéu de chuva, a sacola, o laço, o relógio de bolso, as chaves, o chapéu e o telemóvel.


A busca inicia-se e o leitor é convidado a participar num jogo hilariante. Enquanto o avô lê tranquilamente o jornal, visitamos a sua casa na companhia das crianças. Começamos na sala de estar verde, onde o que se procura são as meias do avô. Escusado será dizer que as meias são verdes. Na cozinha vermelha, o desafio é encontrar os sapatos da mesma cor. Seguem-se a casa de banho amarela, a sala de desenho cor de rosa, o hall de entrada azul, o sótão castanho...


A riqueza dos detalhes é incomensurável e a vida do leitor não está facilitada neste seek and find book. A cada dupla página, ou melhor, em cada compartimento da maravilhosa casa, permanecemos por tempo indeterminado até encontrar os objectos, absolutamente camuflados nesta parafernália visual.
Um irresistível e delicioso quebra-cabeças que gostaríamos tanto de um dia ver por cá... 
The Lost House, da autoria de B.B. Cronín, é um livro fabuloso onde apetece morar. Muito tempo.

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Cem Sementes que Voaram


Esperar por outro momento importante, é uma grande especialidade de todas as árvores.


Esta é a história de uma árvore que estava à espera. De esperanças. Esperava o dia mais que perfeito, o dia certo, o dia tal! Por isso, deixou passar os dia frios. Os dias de chuva. Os dias incertos. Esperou pelo calor e finalmente viu as suas sementes soltarem-se. Voarem!


O momento não podia ser mais oportuno. Nunca se terá falado tanto da nossa floresta, nunca se terá prestado tanta atenção às nossas árvores como agora. A tragédia que devastou o país, pintando quilómetros e quilómetros de tonalidades verdes com tons negros e feios, reacendeu também inquietudes e preocupações. Delas, não ficaram arredadas as crianças. Falar-lhes do respeito e da sensibilidade que a mãe natureza espera de nós, é um imperativo.


Cem Sementes que Voaram, o livro agora editado pelo Planeta Tangerina, com texto de Isabel Minhós Martins e ilustrações de Yara Kono, é merecedor do nosso aplauso. 


No rasto das cem sementes lançadas pelo sábio pinheiro, as autoras conduzem-nos num percurso onde se somam imprevistos (serão?), mas onde a palavra de ordem é a subtracção. Das 100, 10 acabaram numa autoestrada, 20 mergulharam num rio e foram comidas pelos peixes, 10 caíram em solo rochoso, 25 foram bicadas pelos pássaros... umas desapareceram no papo de um melro guloso, outras foram comidas por um trinca-pinhões, outras houve que aterraram na barriga de um esquilo ou que foram levadas por um menino, algumas até serviram de ninho a dois insectos apaixonados...


Página a página, vamos fazendo contas às que restam. Alimentando a esperança de que as páginas seguintes sejam apenas portadoras de boas notícias. Mas não é isso que acontece. Uma certa angústia apodera-se de nós, leitores. Pequenos e grandes. Porque este é um livro para todas as idades. O ritmo parece alucinante... Restará alguma? No rosto dos mais pequenos surgem riscos de apreensão, de tristeza...



Mas este é um livro com marca Planeta Tangerina. Logo, tudo pode acontecer. Até, imaginem, fazer uma pausa, um parênteses.  São as próprias autoras que o dizem:
(E agora sentamo-nos um pouco a chorar...
Porque, caramba, isto já começa a ser demasiado triste!)


A história poderia acabar mal? Sim, podia. À semelhança de algumas histórias da vida. Mas a natureza também nos ensina que nada se perde, tudo se transforma e as surpresas estão aí. A relembrar-nos que a grande especialidade das árvores é esperar por outro momento importante. Na esperança de que tudo corra bem. 
No final, encontramos algumas das sementes que germinaram a imaginação das autoras para fazer um livro que celebra a resistência das sementes e a inteligência das árvores e da natureza.
Um livro inteligente, acrescentamos nós, que celebra muito do que um livro pode ser. Seguramente, um dos livros do ano para os Hipopómatos.

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Mais Um. Será?


E quando é que ele vai nascer? A pergunta é previsível sempre que os mais pequenos estão perante a evidência de se transformarem em irmãos mais velhos. A ansiedade, a excitação, a curiosidade e até alguns receios emergem de forma insistente e ritmada ao longo dos meses de espera.  Nunca mais! 


A chegada de um novo elemento à família é sempre uma temática interessante e rodeada de alguns cuidados para com os mais pequenos. Saber como irão reagir à partilha do seu mundo com o irmão ou irmã recém chegados é uma incógnita que começa com a espera e a gestão que dela fazem ao longo dos meses de gravidez da mãe.



Mais Um, da autoria da dupla já nossa conhecida Olalla González e Marc Taeger, que assinam a versão do conto Grão de Milho, também editada pela Kalandraka, é uma abordagem divertida, com um final hilariante. Com uma estrutura triplamente repetitiva e uma paleta de cores suave e apelativa, o livro tem os ingredientes necessários para garantir o sucesso junto dos mais pequenos.



O coelho protagonista desta história é o exemplo da mistura de sentimentos e emoções, tantas vezes experienciados pelos mais pequenos. Ao ver a mãe mais gorducha, o pequeno adivinha que a família vai crescer e a pergunta da praxe surge de imediato. A resposta da mãe - Vai nascer quando já não conseguir ver os meus pés - não parece satisfazer-lhe totalmente a curiosidade. Transbordando de entusiasmo e alegria, o pequeno coelho anuncia aos sete ventos que vai ter um irmão. Mas ao anúncio proferido perante cada um dos animais com que se vai cruzando, segue-se repetidamente a pergunta: Sabes quando vai nascer?


Dos simpáticos amigos, para quem, naturalmente, "a gordura" da senhora coelha não passara despercebida, as respostas chegam rimadas e em jeito solidário.
Às páginas destes diálogos, sucedem-se invariavelmente aquelas em que, a uma só cor, imagina as brincadeiras que poderá partilhar com o irmão. E a sequência completa-se sempre da mesma forma: com a pergunta à mãe sobre o crescimento da barriga, que não coincide com o ritmo por si desejado.
- Mamã, ainda vês os teus pés?


Num frenético vaivém, o coelho divide-se entre  as páginas onde se repetem perguntas e respostas que as crianças conseguem facilmente adivinhar. Mas, quando, finalmente, chega o tão esperado dia, a surpresa é de monta... Tanto para o pequeno coelho como para os pequenos leitores. Festejem!

E por falar em leitores mais pequenos, ERIC CARLE está de volta!


Há cerca de um ano, escrevemos aqui sobre dois clássicos de Eric Carle, Sonho de Neve e O Senhor Cavalo-Marinho, editados pela Kalandraka. Hoje, repetimos: E porque o Natal sem mestre Eric Carle não seria a mesma coisa, aí estão duas edições cartonadas e de cantos arredondados para encaixarem nas mãos mais pequenas! 


Queres brincar comigo? é uma reedição e surge, agora, em formato mais pequeno, cartonado e de cantos arredondados.
A conhecida história do pequeno rato que procura um amigo para brincar é um daqueles livros que os pequenos leitores  pedem vezes sem conta. O enigma da identidade de cada animal que vai surgindo e que só se revela a cada virar de página, faz com que as crianças entrem no jogo da adivinha e se surpreendam a elas próprias. O texto tem a assinatura de Xosé Ballesteros, que o concebeu expressamente para as ilustrações de Carle.


Da Cabeça até aos Pés é uma divertida forma de descoberta do próprio corpo e dos movimentos que com ele conseguimos (ou não) fazer. Como? Experimentem pôr as crianças a imitar os gestos de alguns animais, como a girafa ou o macaco.


Da cabeça até aos pés e ao som de muitas gargalhadas, ficarão a conhecer melhor algumas das partes do seu próprio corpo. E ainda têm acesso ao maravilhoso espectáculo de cor que só Eric Carle sabe proporcionar.

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Muito Barulho por Nada



Os Hipopómatos convidam para a inauguração da exposição de Susa Monteiro, Muito Barulho por Nada - ilustrações à volta de Shakespeare.
Sábado, às 16h00 horas, na Casa dos Hipopómatos / Biblioteca Municipal de Sintra. 
Porque Shakespeare também é para meninos. Ficamos à vossa espera.