Que bom é poder terminar o ano a falar de livros como este! MARY JOHN, o novo livro de Ana Pessoa, com ilustrações de Bernardo Carvalho e recentemente editado pelo Planeta Tangerina, é um livro condenado ao sucesso junto do público adolescente.
Há semanas que ando a escrever-te. Não sei bem porquê. Não sei bem para quê. Quem és tu, Júlio Pirata? Ando a pensar na nossa história. Desde o princípio. Desde o primeiro encontro. Desde a primeira pergunta: "És menino ou menina?"
Assim começa a longa carta que Maria João escreve a Júlio Pirata, uma espécie de balanço das histórias vividas e partilhadas durante a infância e a adolescência. A mudança de casa e de lugar, na companhia da mãe, acaba por funcionar como a alavanca desencadeadora deste relato pormenorizado de sentimentos, de meditações, de estados de alma.
Eu sou uma menina por tua causa, Júlio. Deixei crescer o cabelo para ti, furei as orelhas para ti. Eu vivo e morro para ti. Todos os meses tenho o período, morro um bocadinho e penso em ti. Tu dizes: "Morreste!" E eu morro. Atiro-me para o chão de qualquer maneira.
E eu não quero isso. Eu nunca mais quero morrer, Júlio. Eu quero viver para sempre. Todos os minutos de todas as horas de todos os dias.
E eu não quero isso. Eu nunca mais quero morrer, Júlio. Eu quero viver para sempre. Todos os minutos de todas as horas de todos os dias.
A carta para o Júlio Pirata parece corresponder a um desejo de encerrar um capítulo já longo, quando um recomeço se avizinha. Será?
Depois do fantástico SUPERGIGANTE, Ana Pessoa volta a surpreender com uma história intensa, cativante e imperdível. Um porto de abrigo onde qualquer adolescente se encontra e os adultos devem entrar. Que venham mais, nós agradecemos!
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