quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Květa Pacovská

"Um livro ilustrado é a primeira galeria de arte que uma criança visita."



Esta é uma frase bem conhecida de Květa Pacovská, ilustradora checa por quem os Hipopómatos confessam uma ilimitada paixão. São dela as ilustrações que usamos no nosso perfil e na bisbilhoteca.  Květa começou a ilustrar livros infantis nos anos 50,  sobretudo  contos dos Irmãos Grimm  e de Andersen.  






A frase de Květa  faz todo o sentido quando abrimos os seus livros. São fabulosas obras de arte.



Felizes crianças, aquelas que podem crescer frequentando as galerias onde expõe. Que podem ter ali, à mão, o seu trabalho e contemplá-lo sempre que quiserem!


                        

Květa  Pacovská não está editada em Portugal. Até quando teremos de esperar? 
Porque é Natal, aqui ficam algumas das belas imagens do livro em que ilustra o conhecido conto de Andersen, A Menina dos Fósforos. Com a promessa de que em Janeiro voltaremos à sua obra e continuaremos a entrar galeria dentro... 

 Feliz Natal!




segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O Pai Natal existe

Só para arreliar a irmã pequenita, o Frederico disse que o Pai Natal NÃO existe.
Assim, um redondo e sonante NÃO.


Ela não acreditou. Era o que faltava!
Mas logo por azar, o Pai Natal passou por ali e ouviu a negação da sua existência.
Entristeceu como um noite de inverno. Deixou de comer. Perdeu a vontade de viver.

«- E se eu não passo de ...um sonho?»


As renas resolveram a questão. Levam o Pai Natal ao psicólogo, onde enceta o seguinte monólogo:

Não sei bem se eu existo
Nem que não,
Nem que sim;
É que algumas crianças
Não acreditam
Em mim...



O psicólogo arranja logo solução:

Caro Pai Natal,
Se algumas crianças
Não acreditam em si,
O problema é delas.
O que tem a fazer
É também...
Não acreditar nelas!

A satisfação do Pai Natal é tanta e tão grande que a sua barriga rapidamente cresce até sair do espelho.

Frederico é que não esperava que o Pai Natal deixasse de acreditar nele.


Sabes, Maria, o Pai Natal Não Existe.
Caminho, 2008


quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Uma Canção de Natal

Uma Canção de Natal (ou Um Conto de Natal, como tradicionalmente é conhecido entre nós), foi escrita por Charles Dickens, em 1843. É seguramente um dos contos de Natal mais conhecidos e amados da literatura. Um clássico que atravessa gerações e gerações e  consegue ainda hoje "tertuliar" avós, pais e filhos. Ao longo dos tempos, foram muitas as edições, com ou sem ilustrações, que conheceu.
Este ano, a Kalandraka presenteou-nos com uma de luxo, ou não fosse ela ilustrada por Roberto Innocenti.


Interrogamo-nos muitas vezes sobre as razões do êxito da história de Scrooge, esse velho avarento e tenebroso, que, perto do Natal, recebe a visita do fantasma de Marley, o antigo sócio, e dos espíritos do passado, presente e futuro, arrastando-lhe a consciência para uma longa viagem. 


 Provavelmente todos conhecemos um Scrooge, ou mais ...


E gostaríamos que todos os Scrooges do mundo sofressem a mesma transformação que o de Dickens. Porque é nela que  todos nos revemos, enquanto símbolo e essência do espírito natalício.

         

Numa versão integral, dividida em cinco estâncias, e  não pretensamente" resumida à essência" ou "assassinada", como são, em regra, as  edições de contos clássicos, o universo de Dickens emerge aqui com uma veracidade  e um realismo absolutamente desconcertantes.


A força e a beleza  das imagens, alicerçadas numa técnica pormenorizada, são marcas constantes na obra de Roberto Innocenti. Como constante é a capacidade de nos deslumbrar. 


Como já devem ter adivinhado,  é mais umapara este Natal. Passeiem  com as crianças por esta galeria!


quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Amigo ou talvez não!


O TEU MELHOR AMIGO tinha-te dado
com um pau na cabeça, foi a primeira vez
que viste estrelas. Mas foi sem querer.
À segunda vez já foi a sério. Mas ele
arrependeu-se. Tu mudaste de casa
e passados dois meses já tinhas outro
melhor amigo. Seria este novo amigo
melhor do que o outro? Também te daria
este novo amigo com um pau na cabeça?
E verias estrelas? A vida logo diria.
E o teu coração perceberia quando
acontecesse o gesto perfeito do sorriso
que diz mais do que muitas palavras.
Os Poemas do Coelho Ramon é um delicioso livro de Helder Moura Pereira. 



















Para conhecermos melhor o medo da formiga ou descobrirmos que os crocodilos são animais pequenos como as lagartixas. O autor divaga sobre os atributos da bicharada, criando um animalário poético digno de qualquer prateleira de Hipopómato. 
Os Poemas do Coelho Ramon, de Helder Moura Pereira e Ruth RosengartenAssírio & Alvim, 2001








Sabemos que Helder Moura Pereira já escreveu sobre cães, gatos, elefantes, ratos…já escreveu sobre tudo menos minhocas. Porquê?


















«Acham que é bonito um poema ter minhocas?»

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Amigo é sempre amigo

- “Aquele rapaz é meu amigo”… Humm! Stôra, não sei um sinónimo de amigo.
- É a tua companhia, com quem partilhas tudo, é o teu…
- Grande amigo.
- Pode ser um grande amigo, mas…
- Já sei! Melhor amigo.
- Melhor também faz sentido. Mas tenta substituir amigo.
- Aquele rapaz é o meu melhor amigo.
- Que tal companheiro, camarada, parceiro.
- Já sei. Aquele camarada é o meu melhor amigo.


A palavra amigo é única.
Dotada de particularidades que abrangem um mundo ilimitado de diferentes acepções, amigo, palavra tão pequena, comporta sentidos infinitamente distintos à compreensão de cada um de nós. Amigo é amor, confidência, segurança.
Por ser uma das palavras favoritas dos Hipopómatos, trazemos, para relembrar, Um Amigo.





Da autoria de Leif Kristiansson com ilustrações de Dick Stenberg e tadução de Sophia de Mello Breyner Andresen, o livro conta já com 9 edições em Portugal. A que aqui vos apresentamos é de Outubro de 1996, pela mão da Editorial Presença.
Um clássico a recuperar das gavetas!

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Uma Gigantesca Prenda

Está quase! A criançada já começou a contar os dias. É a contagem decrescente para o Natal e para aquele momento mágico em que abrem os presentes. Sim, os Hipopómatos sabem que há crise na Terra. Mas os  livros nunca são prendas caras. Podem ser para toda a família e o que se sonha e viaja com eles não tem preço!  Vá lá, ofereçam livros!


Nós, por cá, já começamos a fazer a lista! Queremos partilhar o que vamos oferecer. Hoje mostramos uma gigantesca prenda.


É o último livro editado pela Bags of Books. Esta paixão que temos em comum por Beatrice Alemagna é coisa séria. Depois do Natal e O Meu Amor, são os outros livros da autora trazidos pela mão desta editora, que, apesar da sua  curta existência, possui já um catálogo de nos pôr a cabeça à roda.

O livro é mesmo gigante. Ma o formato não é a sua maior característica. É a beleza do que contém, tanto nas palavras como nas imagens.


Num dia de verão, ela passou por ali...

Uma menina tentou apanhá-la, como se apanha uma mosca.

Muitas crianças, ao crescerem, descobrem...

As pessoas encontram-na nos cheiros, nos olhares. Nos braços dos outros.


Mas é impossível retê-la. Ela passa apenas.    

                                                                            
De modo sublime, enigmático e nostálgico, Beatrice Alemagna fala-nos de algo que todos procuramos. Que alguns não reconhecem, que a muitos passa despercebido... mas com que cada um de nós se pode cruzar, ainda que por momentos.
Curiosos? Ainda dizemos que é um livro que nos invade o coração e que é para ser lido muitas vezes! Por gente pequena e grande.


Beatrice Alemagna define-se a ela própria como "fazedora de livros". Não de livros para crianças, mas de  livros ilustrados. É através deles que se expressa e comunica com os outros... Obrigada, acrescentamos nós!

Esta é seguramente uma Escolha de Hipopómato! Boas compras.

   

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Chiu! Estamos a descansar.

                                             LYCHEE, «Mário Botas 81», Col.Fundação Mário Botas, Lisboa

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Ainda Shaun Tan

Nunca vos aconteceu cheirar um livro e apetecer saboreá-lo? Não?


É porque não conhecem Eric, esse enorme pequeno livro de Shaun Tan.


Eric é um estudante universitário que, durante uns tempos, se instala em casa de uma típica família suburbana. Um pouco estranho, diferente, com uma figura diminuta, Eric prefere a despensa ao quarto de hóspedes, interessa-se por coisas pequenas e aparentemente insignificantes, e formula perguntas inesperadas.


                                          

 Só  quando Eric parte, se percebe que alguém muito especial ali esteve. Irresistível! Carregado de sensibilidade, envolto em doçura, este é um livro que não queremos largar nunca. E não largamos.


O livro não está editado em Portugal, mas  Eric é o primeiro dos quinze Contos dos Subúrbios que a Contraponto lançou em Abril último. Foi aliás assim que nasceu e só cerca de um ano mais tarde se autonomizou.


                                                             De leitura obrigatória.



I-Há uns tempos, emprestámos Eric a uma amiga hipopómata que o trabalhou em sala com os meninos. Conta quem viu que os resultados foram surpreendentes.


II-Há uns dias, numa loja Fnac, pedimos a um colaborador os Contos dos Subúrbios. Depois de consultar o computador, informou-nos que o livro estava na "secção de adultos". Devemos ter esboçado alguma interrogação porque, antes mesmo de abrirmos a boca, "disparou" num tom de voz audível para  todos  os clientes que ali se encontravam  e para os que ainda estivessem a sair de casa:
- Lá por ter imagens, não tem de ser para crianças!

Não fôssemos nós Hipopómatos e teríamos ficado esmagados.
Dissemos-lhe que sim, é um livro para adultos lerem. E que não,  também é um livro para as  crianças lerem. O que não lhe dissemos é que, sendo um livro para todos,  não sabemos quem o encontrará tão escondido naquela prateleira!