O título não deixa dúvidas. A capa, exibindo uma personagem híbrida, incita à curiosidade do leitor. O início do livro faz as delícias dos mais pequenos que, desde logo, ficam a saber que aqui há uma mãe com um superpoder. E se há coisa que as crianças sabem bem, é que todas as mães têm superpoderes!
Contada por uma criança, esta é uma história onde há uma mãe com o superpoder de se transformar em qualquer bicho. Num búfalo, quando precisa de ser forte para carregar as compras e as mochilas, num tubarão quando tem de enfrentar o cão dos vizinhos, num castor quando é necessário consertar coisas, num polvo quando tem de fazer muitas coisas ao mesmo tempo...
Apontamentos de humor percorrem texto e ilustrações, revelando, a espaços, que superpoder não é sinónimo de perfeição. Enquanto cozinha, a mãe assemelha-se a um rouxinol rouco que dá cabo dos ouvidos de quem está por perto, ressona como um urso e, por vezes, até consegue transformar-se num porquinho resmungão...
As ilustrações, em acrílico e numa paleta de cores fortes, vão mostrando a metamorfose da mãe. A cada página da direita exibe-se uma nova transformação. Uma sucessão de magníficos retratos, de grande dimensão, que aparece ao leitor como uma espécie de bestiário da mãe. É, aliás, esse o título original.
O vestuário da mãe surge, ao longo do livro, como denominador comum e uma espécie de fio condutor de toda a narrativa. Independentemente do animal em que se transforma, todos os leitores a conseguem identificar pelas peças de roupa que veste, nomeadamente, a garrida camisola de losangos.
Com um final consonante com o amor e a ternura que caracterizam a relação entre mães e filhos, esta é uma história bem divertida que, aqui e acolá, nos faz lembrar A Minha Mãe de Anthony Brown.
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