O título não deixa dúvidas. O Jaime vai a um casamento. Com a avó, claro. A história começa logo nas guardas quando os vemos trajados a rigor para o evento. Pelo caminho, a avó encontra uma velha amiga acompanhada da sua neta, a pequena e encantadora Marisol. As apresentações são feitas ao leitor enquanto se dão os últimos retoques para a chegada ao casamento. Jaime coloca uma flor na lapela, Marisol troca o seu boné por uma coroa de flores.
Esta é uma narrativa predominantemente visual, pintada com cores tão delicadas quanto vibrantes que fazem o leitor ter uma imensa vontade de ser convidado para a festa. As apresentações continuam na página seguinte, onde ficamos a conhecer as noivas e a sua cadelinha, a Glória. Apresentações feitas, pode começar a festa! Porque é disso que se trata. Como diz Love, o casamento é uma festa de amor. E esta está maravilhosamente organizada. Ao ar livre, com a Estátua da Liberdade em fundo, tudo aparenta uma extrema simplicidade e beleza.
Fazendo jus à sua condição de crianças, Jaime e Marisol soltam-se nas brincadeiras escolhendo como cenário um salgueiro-chorão a que Jaime chama de "casa de fadas". Glória já se tornou inseparável e é graças a ela que o lindo vestido de Marisol acaba num lamentável estado de sujidade. O que poderia constituir uma grande complicação, acabou sendo resolvido por Jaime com uma grande e hilariante dose de criatividade. Ainda assim, Marisol teme pela reacção da avó. O que não sucede com os leitores, talvez por já conhecerem as mulheres maravilhosas que são as avós criadas por Love. Quando os netos ganham asas para voar, tudo acaba bem...
Uma história que é uma ode ao amor, à liberdade, à individualidade e à diversidade. Narrada com a mestria e a subtileza a que Love já nos habituou, são as imagens que revelam ao leitor os pequenos grandes detalhes da narrativa. O boné de Marisol, a coroa de flores que acaba na cabeça de Jaime, os olhares e as expressões sábias das avós perante as traquinices das crianças, a liberdade que lhes é concedida.
E, por falar em liberdade, continuamos a pensar o quanto gostaríamos de nos descalçar como estas avós e dançar com elas até de madrugada. Mesmo que o Jaime, a Marisol e a Glória já durmam nas guardas do livro.
Sem comentários:
Enviar um comentário