A Pequena Semente, de Eric Carle, fez a sua primeira aparição pública em 1970. Mas, foi nos anos 80, que a versão que agora chega a Portugal pelas mãos da editora Kalandraka se celebrizou, inspirando muitas outras histórias sobre o ciclo de vida das plantas.
O livro é um relato vibrantemente colorido e ilustrado sobre a vida de uma pequena semente ao longo das estações do ano. Bem mais pequenina que todas as outras, também ela é levada pelo ar pelo vento forte do outono. Mas será que consegue acompanhar as outras sementes?
A travessia do mundo revela-se uma árdua viagem, repleta de perigos e obstáculos. Uma das sementes é queimada pelos raios quentes do sol, outra afoga-se no oceano, outra é comida por um pássaro... E a pequena semente? Não é tão rápida como as outras, não consegue voar tão alto quanto elas, mas é lutadora e determinada. E tem os leitores a torcerem por ela.
Quando o vento se vai embora e as sementes caem no chão, adivinhamos-lhe o tempo de crescimento. Mas os perigos continuam à espreita. Uma delas é comida por um pássaro, outra, por um rato esfomeado... E a pequena semente?
Oh, pequenina, é praticamente invisível... E conhece bem a arte de ficar quieta quando é necessário.
Os perigos persistem mesmo quando as sementes se tornam plantas. Uma é pisada por um pé mais distraído, outra é colhida para ser oferecida. E a pequena semente? Oh, ainda nem começou a crescer. Mas, todos nós, leitores, continuamos a torcer por ela!
O recurso à técnica da colagem, a profusão de cores fortes e quentes, o texto simples, mas simultaneamente portador de uma força quase dramática, tem encantado várias gerações de leitores. Com a chegada do Verão, a pequena semente transforma-se numa flor gigante, admirada por todos. Depois, o ciclo renova-se...
Em tempos difíceis como os que vivemos, esta é, também, uma história de perseverança. A pequenina semente sai vencedora de uma luta travada com perigos gigantescos. Uma história com final feliz, capaz de mostrar aos mais pequenos que todos conseguimos vencer os perigos, por maiores que eles nos pareçam.
Agarrem nos miúdos, no livro, numas quantas sementes e deitem as mãos à terra. Pode ser no jardim, no quintal, na varanda ou até em casa, em simples vasos... Batizem a vossa flor, ponham a criançada a inventar nomes, e observem o crescimento. Os Hipopómatos já semearam e chamaram-lhe Flor de Carle.