São pequenos tesouros que estão de volta, pela mão da editora Kalandraka. Muitos já os conhecem, mas há quem os abra pela primeira vez e continue a encantar-se. Com a criançada de férias, vale a pena falar deles.
Eu Não Fui, de Christian Voltz, é uma divertida e hilariante história, centrada na busca de um culpado para o acidente de percurso que uma destrambelhada camponesa sofre logo no inicio. A culpa, porém, parece querer morrer solteira já que nem a vaca, nem o burro, nem o pintainho, nem o porco... assumem qualquer responsabilidade.
Numa história de estrutura encadeada e repetitiva, os bonecos e a linguagem levam os mais pequenos a acompanhar a busca por entre sonoras gargalhadas. O inesperado e não menos divertido final é um convite à reflexão sobre a culpa, mas também à ponderação sobre o papel que cada animal desempenha.
Arame e colagem são a base de partida para a construção das geniais personagens, identificadoras do universo deste autor.
Ovelhinha dá-me lã, de Isabel Minhós Martins e Yara Kono, é outro dos livros objecto de reimpressão. Ficamos felizes porque há vários anos que somos fãs da simpática ovelhinha, de olhos ternos e doces, que parece não envelhecer.
Um livro, também ele, com estrutura encadeada e repetitiva, com um texto rimado que cativa miúdos e graúdos. E sim, na Casa dos Hipopómatos, a ovelhinha dá lã em qualquer estação do ano.
– Ovelhinha, dá-me lã.
– Para que queres a minha lã?
– Para fazer um casaquinho
e ficar bem aconchegado.
Se tapar bem a barriga
já não fico constipado.
No lote dos regressados, está, entre outros, esse eterno O Balãozinho Vermelho, de Iela Mari. Um livro só de imagens que, nos anos sessenta, revolucionou o universo da literatura infantil. A simplicidade da metamorfose de um balão, de cor vermelha, em diversos objectos atravessa as páginas do livro. Balão, Maçã, Borboleta...
"De todos os meus livros, este é o preferido das crianças, muito mais do que os outros; Entram nele sem nenhum problema. Os adultos, em geral, dizem que não compreendem nada”, dizia a autora.
De frente para trás ou de trás para a frente, este é um clássico que tem acompanhado várias gerações. Em semana da Páscoa, não esqueçam que os livros também podem ser doces e não estragam os dentes.