A chegada de um novo livro de Oliver Jeffers é sempre um motivo de festa. E graças à Orfeu Mini, num curto espaço de tempo, chegaram dois. Depois de Presos, seguiu-se Este Alce é Meu, o magnífico livro vencedor do Prémio Irish Book Awards 2012 (na categoria júnior).
É sobejamente conhecida a paixão hipopomata pelo trabalho de Oliver Jeffers, de quem já falámos aqui e aqui. As suas histórias são inteligentes, desconcertantes, hilariantes e têm, quase sempre, finais surpreendentemente geniais. Este Alce é Meu, de que temos a versão inglesa, não foge à regra. É mais um livro fabuloso. Depois de encontrar um alce, este rapaz não tem a mínima dúvida de que ele é seu, que lhe pertence. Rapidamente se imbui do espírito de dono do animal, não resistindo a essa tendência tão tipicamente humana de tudo etiquetar. O alce ganha nome, Marcel.
Segue-se a leitura do Manual de Regras de Um Bom Animal de Estimação, de forma a que não restem dúvidas sobre o papel de cada um. O grau de complexidade varia de regra para regra. E se há algumas exequíveis, como a de não fazer muito barulho quando o dono ouve música, outras há em que a desobediência de Marcel não se faz esperar...
No meio das peripécias e planos de uma relação nem sempre pacífica, o rapaz acaba por fazer uma terrível descoberta...
Mas a partilha não parece ser o forte do rapaz, que inicia então um atribulado regresso. Felizmente, o nosso alce decide voltar e dar cumprimento à regra 73... Um acordo acaba por selar o que parece ser o inicio de uma bela amizade... Porque é disso que falamos, de amizade, de partilha, de posse...
Um livro fabulosamente ilustrado, com um registo bem diferente do que estamos habituados. O minimalismo, tantas vezes usado por Jeffers, cede lugar a paisagens deslumbrantes. As montanhas, planícies e rios do californiano Alexander Dzigurski são o cenário escolhido para as aventuras do rapaz e do alce.
No final, fica apenas uma certeza, Este Alce é de Oliver Jeffers!
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