quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
A Rainha das Rãs não pode molhar os pés
Porque gostamos tanto de histórias? Talvez porque, ao contrário da vida, podemos começá-las quantas vezes quisermos.
A Rainha das Rãs não pode molhar os pés é uma história que começa duas vezes e tem um final feliz!
Tudo se passa num lago, onde há rãs que passam o dia a fazer coisas de rãs, como saltar e apanhar moscas, dormir a sesta, brincar com libélulas ou cantar...
Subitamente, a rotina prazenteira dos dias é interrompida pela chegada acidental de um objecto estranho. Ao emergir do fundo do lago, uma das rãs traz na cabeça algo pequeno e brilhante, uma coroa. Claro que não é uma coisa muito normal entre rãs, e não foi simples perceber do que se tratava. Mas bastou que alguém se lembrasse de opinar para que logo ali fosse aclamada rainha das rãs.
O que faria uma rainha das rãs era coisa que nem a própria sabia. Mas, os conselheiros são uma espécie antiga e prontamente surgiu quem soubesse tudo o que uma rainha pode e não pode fazer...
A vida por ali mudou por completo. O aparecimento da coroa na cabeça da proclamada rainha subverte por completo a vida calma e tranquila do lago. As rãs passam agora os dias a trabalhar arduamente em prol da rainha e das suas conselheiras.
A vida deixa de ser divertida e já ninguém sente vontade de cantar. Uma parábola ao poder e à forma abusiva como tantas vezes é exercido, subtil e inteligentemente contada por Davide Cali, o autor de Eu Espero... e Um dia, Um Guarda-Chuva.
A outra quota no mérito do livro pertence ao ilustrador Marco Somà que, em tons predominantemente sépia e verde seco, nos faz emergir pelo lago, num ambiente sofisticado e elegante, onde não faltam os candeeiros estilo tiffany, os chapéus de palha ou os papillons...
A Rainha das Rãs não pode molhar os pés é um livro feito para uma editora portuguesa. Desta feita, não estamos em presença da tradução de uma obra já existente, mas sim de "fabrico próprio"! Parabéns à Bruaá!
O final? A vitória da inteligência e o regresso da coroa ao lugar onde pertence... e um livro sem o qual poderíamos viver, mas não seria a mesma coisa!
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
Achimpa
Há dias assim, em que só apetece achimpar!
O que é isto? É o achimposo livro de Catarina Sobral, editado em Novembro pela Orfeu Negro.
Depois de Greve, o segundo livro da ilustradora tem sido um verdadeiro achimpamento. Com uma boa dose de humor , a história desenrola-se em torno da palavra achimpa que um investigador recupera de um velho e já caquético dicionário.
De acordo com o esclarecimento solicitado a Dona Zulmira, que conta já 137 anos, estar-se-ia em presença de um verbo da primeira conjugação. Ao que parece, achimpava-se, sempre se tinha achimpado e achimpar-se-ia enquanto houvesse gente no mundo.
Linguistas, homens comuns ou políticos, todos se revelam exímios e achimposos experts.
O parlamento destaca-se pelo uso de uma mancha diferente de todas as outras ilustrações.
Catarina Sobral é ilustradora de formação e os seus livros denotam uma forte e consistente união dos vários elementos que nos permitem uma prazenteira dupla leitura. Ilustrado a pastel de cera e a lápis, é, sobretudo, a componente visual que nos permite acompanhar a hilariante viagem que a palavra vai fazendo, de boca em boca.
De igual modo, a referência a algumas das mais belas e conhecidas livrarias do mundo permite-nos acompanhar o rigoroso e determinado investigador nas suas deambulações por livrarias, bibliotecas e alfarrabistas.
A Lello & Irmão, no Porto, a Shakespeare and Company, em Paris e a Ler Devagar, em Lisboa, onde ocorreu o achimposo lançamento do livro, são apenas algumas das livrarias que podemos ver na fantástica imagem.
Ainda não achimparam? Façam o favor de se despachar porque há um perlinço por desvendar...
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
O Pássaro Da Cabeça
Basta Imaginar
Basta imaginar
um pássaro para o aprisionar,
e depois imaginar o ar para o libertar
e imaginar asas para ele voar
e imaginar uma canção para ele cantar
Porque nunca é demais imaginar com Manuel António Pina, já andamos por aqui a voar! Com imagens da pintora Ilda David', O Pássaro Da Cabeça e mais versos para crianças foi recentemente reeditado pela Assírio & Alvim, que assim se junta à editora Relógio D'Água e à extinta Quasi na edição deste livro de poemas do autor.
Podem começar a sonhar!
domingo, 2 de dezembro de 2012
AVES
Apesar do frio, já chegaram!
Em nome do progresso e do bem estar material, hipoteca-se a liberdade e esquecem-se valores fundamentais.
O resultado é inevitável.
No final, fica a esperança no recomeço...
Este é um livro para abrir muitas vezes. Palavra de Hipopómato!
Aves, da dupla mexicana María Julia Díaz Garrido e David Daniel Álvarez Hernández, editado pela Kalandraka, foi o livro vencedor do V Prémio Internacional Compostela Para Álbuns Ilustrados.
Um olhar intenso sobre a história da humanidade, alegoricamente recriada ao longo de uma narrativa centralizada no comportamento e na figura dos seus protagonistas. Diversos exemplares de pássaros humanizados são os simbólicos representantes da ambição desmedida e incontrolável dos homens.
A preto e branco, as metáforas que descobrimos a cada página vão-nos roubando o fôlego que este voo de enorme dimensão exige de nós. O inicio, o conhecimento, a sua transmissão aos mais novos, vão cedendo lugar à futilidade, à ostentação e a uma ânsia de domínio do mundo.
O resultado é inevitável.
A qualidade e a coerência das imagens, a toda a extensão das páginas, justificam a economia de texto, agrupado em frases sucintas mas carregadas de subtilezas.
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