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sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

A Comichão

 
























9. A Comichão | Eleonora Marton | Pato Lógico

O título pisca-nos o olho. Não resistimos a abri-lo. A surpresa instala-se. No inicio, surgem os  sorrisos. Mas, rapidamente cedem o lugar às sonoras gargalhadas. Cada página parece espelhar as nossas próprias costas e é como se a nossa voz ecoasse. Para cima. Para baixo...







Começa por ser um ligeiro incómodo. Qualquer coisa inalcançável que não permite pensar em mais nada. Até que se torna insuportável e alguém tem de ajudar a resolvê-lo com precisão de mestre.
                                                  


Segundo a editora, este é um guia ilustrado do lugar que todos desejamos alcançar. Esse mesmo, esse onde sentimos comichão nas costas. 


A Comichão é o primeiro livro da autora italiana a ser publicado em Portugal. Fora da caixa? Mas inteiramente dentro da comichão. Comichem-se ou não, ninguém lhe fica indiferente.

sexta-feira, 15 de maio de 2020

1.º Direito. Uma Janela Indiscreta?


A história nasceu antes de estarmos todos em casa. Mas, nos dias que correm, não devem faltar por aí janelas indiscretas. Esta é a da Graça, a miúda que protagoniza uma história com contornos policiais e alguma intriga à mistura. Com texto de Ricardo Henriques e ilustrações de Nicolau, 1.º Direito é uma produção Pato Lógico.


É a própria Graça que nos conta a história. Em jeito de cartão de visita, ficamos a saber que a protagonista ocupa os seus tempos livres com observação de pessoas. Que, da sua janela, vê as vidas em frente como se fossem canais de televisão.


Para a pequena observadora de pessoas, a vida dos  que vivem no prédio da frente parece transparente. Graça ocupa o seu posto tanto de dia como de noite. As rotinas dos vizinhos são sobejamente conhecidas. Isto seria inteiramente verdade não fosse o mistério do novo habitante do 1.º direito. 


Perspicaz como é, a Graça não restam muitas dúvidas. O homem mudou-se para ali há pouco tempo e entre o tempo que perde a olhar para o infinito e o que vai escrevinhando, planeia, no mínimo, um assalto. Agitação não vai faltar por aquelas bandas, porque a convicção da dona da janela indiscreta é que se trata, seguramente, de um criminoso. 


Pelo meio, o leitor aproveita a boleia e torna-se companheiro de Graça na sua janela. Entra em várias casas e torna-se próximo daquela gente. A hospedeira do 1.º esquerdo, o músico do 2.º esquerdo, o casal de advogados do 2.º direito, a Dona Camomila...


As visitas estendem-se ao Café Dias e à Barbearia ao lado... Acompanhamos a azáfama do bairro. As conversas tornam-se familiares...
Nem todos são fãs da ocupação de tempos livros escolhida por Graça. O pai, por exemplo,  aconselha-a a parar de coscuvilhar a vida das pessoas do bairro e a dedicar-se a vidas mais importantes como as de Picasso ou Eusébio... Mas a miúda não concorda. No seu entender, não coscuvilha, faz people watching.



Um livro cheio de humor, onde a magnífica paleta de cores quentes escolhida por Nicolau parece ajudar a adensar o mistério. A parafernália de detalhes é digna de um verdadeiro policial. Ao que parece, ligeiramente influenciado por outra janela indiscreta, a de Alfred Hitchcock. Mas será que, neste bairro, Graça é a única "observadora" da vida dos outros? E o homem do 1.º direito será mesmo um assaltante? Entrem no bairro, abram a janela e descubram! Vale a pena.

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Viseu-Madrid. Viagens de Pato


Já andam a planear as férias? Já pensaram no prazer de viajar com a pequenada com estes guias desdobráveis na mão? Pôr os miúdos a reconhecer  lugares  deliciosamente ilustrados e a identificá-los no mapa? 1 mapa, 12 sítios.


São os novos livros da colecção A Minha Cidade, editada pelo Pato Lógico. Depois de Beja e Edimburgo, que mostrámos aqui, a sugestão é um pulo (ou dois...) a Viseu e Madrid.


Tal como os anteriores, os guias agora contratados são ilustradores nascidos nas respectivas cidades. Ana Seixas nasceu em Viseu  e Manuel Marsol em Madrid. É através dos seus olhos, mãos e pés que fazemos a viagem.


Ana Seixas mostra-nos a cidade onde nasceu, num percurso dominado por diversas tonalidades de verde. Apetece demorar-nos por lá. Sentar num banco no Jardim das Mães,  descobrir os recantos do Parque Aquilino Ribeiro ou caminhar pelo Parque do Fontelo, pulmão verde da cidade e lugar favorito da ilustradora. 


O teatro Viriato, a Sé, ou o Conservatório de Música são igualmente paragens obrigatórias.  Mas já agora não deixem de visitar A Casa Boquinhas, a taberna mais concorrida da cidade. Com sorte, ainda conseguem ouvir alguma tuna a dançar e a cantar.


Y Viva España! O guia é o já nosso conhecido Manuel Marsol, o vencedor deste ano do Prémio Internacional de Ilustração da Feira do Livro de Bolonha. Dele conhecemos O Tempo do Gigante e Ahab e a Baleia Branca.

Sim, Madrid nos gusta muchísimo, mas as fabulosas e belas ilustrações de Marsol, que nos levam por alguns dos seus (e nossos!) sítios preferidos, deixam-nos sem fôlego e cheios de vontade de fazer as malas! O Museu ABC, a Livraria Panta Rhe, com uma montra tão fantástica quanto lógica, o bairro de La Latina... Não, não dizemos mais, porque só mesmo indo até lá... às páginas do livro! 


Nós vamos. Muitas vezes. Saímos mundo fora, nestas viagens organizadas pelo Pato Lógico. Daí a nossa sugestão: levem os miúdos e apanhem boleia!


terça-feira, 7 de junho de 2016

À Boleia do Pato

O que é que Beja e Edimburgo têm em comum?


São as duas primeiras cidades que podemos visitar à boleia do Pato, no âmbito da nova colecção A Minha Cidade. Os guias contratados são ilustradores que por lá habitam e é através do seu olhar que visitamos e conhecemos as cidades.


Como diz o Pato, a nova colecção apresenta cidades do mundo para descobrir pelos olhos, mãos e pés de ilustradores que as habitam. 1 mapa, 12 sítios é o mote para uma viagem ilustrada e descrita por cada artista convidado, que nos chega em forma de desdobrável.  


A viagem por Beja é feita na companhia de Susa Monteiro, que nos apresenta a cidade onde nasceu através de alguns dos seus lugares mais emblemáticos. A bela Praça da República, o Castelo e a sua torre de menagem, o Cine-Teatro Pax-Julia, a Biblioteca Municipal José Saramago, a Casa da Cultura, são apenas alguns desses exemplos.


Ilustradora, co-fundadora da Bedeteca e nome indissociável do Festival de Banda Desenhada que se tornou já uma referência da cidade de Beja, Susa Monteiro apresenta-se aos leitores ao mesmo tempo que nos fala um pouco dos lugares que elegeu para dar a conhecer a sua pequena e encantadora cidade, com cerca de 23500 habitantes, que se conhecem quase todos, pelo menos de vista.




Não se trata propriamente de um guia turístico. Antes, um guia de "lugares com alma", aqueles que cada um escolhe frequentar no seu dia a dia, que fazem parte do seu percurso de vida, da sua história. Num registo bem pessoal, eis a descrição da autora para a Biblioteca: 
As estantes da literatura norte-americana, as estantes da poesia portuguesa e as prateleiras da literatura latino-americana são os meus cantos preferidos da Biblioteca. Conheci aqui escritores maravilhosos, em livros novos imaculados e outros usados como bancos de jardim. Gosto da luz, gosto do pátio, gosto das pessoas. Quando preciso de desenhar cavalos, baleias ou aves do paraíso, é aqui que os encontro a todos. Desenho aqui horas sem fim. A Biblioteca é o meu ateliê.


Marcus Oakley, ilustrador britânico que vive e trabalha em Edimburgo, foi o eleito para nos mostrar um pouco desta cidade maravilhosa. Apanhámos boleia, revisitámos alguns dos lugares de que tanto gostamos e ficámos a conhecer outros, como Jordan Valley, uma loja de produtos orgânicos de todo o mundo onde Oakley gosta de fazer compras. 



Conhecida por ser uma das mais belas cidades do mundo, a compacta e montanhosa capital da Escócia é a casa de Arthur's Seat, um majestoso vulcão extinto situado em pleno centro, diz o ilustrador, que continua a guiar-nos por vários outros lugares de Edimburgo, como A Scottish National Gallery of Modern Art, a deslumbrante Calton Hill e as inesquecíveis Peatland Hills, a Filmhouse...



O autor elege ainda a Armchair Books como um dos seus lugares preferidos: 
Perto de Grassmarket, em West Port, existe uma pequena concentração de alfarrabistas maravilhosos. O meu favorito é o acolhedor Armchair books. A loja é um pequeno labirinto formado por pilhas de livros que se amontoam do chão ao teto, em todos os espaços imagináveis. Aqui encontro uma coleção impressionante e eclética de livros de ficção, poesia, ficção-científica, mitologia, romances gráficos, não-ficção, filosofia, cultura, escoceses, artes e antiquários. São tantos livros, que é preciso passar por baixo de prateleiras suspensas por cima das nossas cabeças para circular pela loja.


Agora que as férias se aproximam, não deixem de apanhar boleia e de percorrer estas fabulosas cidades do roteiro do Pato Lógico! Nós ficámos apaixonados!

quarta-feira, 4 de maio de 2016

BALBÚRDIA, em casa do Pato!


Pilhas de brinquedos? Tudo espalhado sem rei nem roque? Amontoados pelos cantos do quarto, num anárquico e soberbo espectáculo de cor? Isso é... o quarto dos vossos filhos?! 


Não! É o último livro da colecção Imagens Que Contam, editada pelo Pato Lógico, que tem a assinatura de Teresa Cortez.


Indiferente à gigantesca balbúrdia que reina no quarto, um petiz dá largas à imaginação, utilizando-o como palco para as mais diversas e deliciosas brincadeiras. Lançamento de aviões, montagem de tenda, munido da indispensável lanterna, desenho... Tudo parece depender apenas  da criatividade do pequeno artista.


Mas, às vezes, as coisas descontrolam-se... E, nessas alturas,  até o mais descontraído dos petizes  se pode surpreender!


É precisamente o que acontece na nossa história, quando o rapaz  se vê perseguido por uma multidão de brinquedos(agora com rosto) em fúria. 


Uma súbita sensação de perda muda o rumo da história. E como diz o Pato, acabamos por perceber que no peito dos desarrumados também bate um coração.


Um notável trabalho de Teresa Cortez, que nos mima com uma história fantástica, pintada com uma paleta alegre e cheia de cor, que faz a criançada querer entrar pelo quarto do petiz, numa tentativa de reconhecimento de cada brinquedo. A identificação com o protagonista é grande e parece  completar-se com familiaridade do que encontram. 


Palavras para quê? Esta é uma BALBÚRDIA perfeita! Por isso, Pais, não hesitem: balburdiem-se aí em casa e colham os frutos!

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Patologic(o)mente Magníficos

Chegam sempre aos pares! São os livros da colecção Imagens que Contam, editada pelo Pato Lógico


Bernardo Carvalho e João Fazenda são os ilustres contadores que se juntam a André da Loba, Marta Monteiro, Afonso Cruz e Catarina Sobral. Que luxo!


Verdade?! tem a assinatura de Bernardo Carvalho e conta a história de um pescador e do seu cão que vêem uma inesperada tempestade transformar um normal e tranquilo dia de pesca num pesadelo. 


A fúria do mar agiganta-se e os perigos surgem de vários lados.


Por entre monstros marinhos e relâmpagos, tudo parece irremediavelmente perdido. Mas um surpreendente final da história acaba por revelar o contrário. Verdade?! Bom, pelo menos, é o que conta o nosso pescador...


Uma história que nos fez lembrar... as de um velho pescador que nunca nos cansávamos de  ouvir. A intensidade com que as contava levava-nos mar dentro, enfrentando monstros e perigos vários, com a mesma determinação e coragem que sempre lhe encontrávamos na voz. Depois, durante dias, a pergunta roía-nos… Verdade?! 


Praia mar,  mares revoltos... Bernardo Carvalho já nos habituou a deixar-nos sem palavras.


Shall  we dance? 



A pergunta impõe-se assim que abrimos Dança, o livro de João Fazenda.


A vontade é muita, mas não parece suficiente. O contraste é óbvio. Visível  nas formas e nas cores.  Ela é uma exímia dançarina. Ele, o que vulgarmente se chama "pé de chumbo".



O mundo em que vivem não é seguramente pintado com as mesmas cores. O dela é pincelado de cores quentes e alegres. O dele, é cinzento e pesado.


Nada que a música e o amor não consigam transformar...


Shall we dance?


Nós já rodopiamos, à espera do próximo par.