Amanhã comemora-se o Dia Mundial da Terra e não vemos melhor forma de o celebrar do que partilhar aqui esta extraordinária viagem pelo nosso planeta. Se Algum Dia Vieres à Terra tem a assinatura de Sophie Blackall, a consagrada autora de Olá Farol. A ideia do livro terá surgido no cume de uma montanha dos Himalaias no Butão, numa altura em que Blackall trabalhava com a organização Save the Children e foi ganhando forma ao longo dos anos através dos contactos que manteve com milhares de crianças de todo o mundo.
Tudo começa no quarto de um rapaz que decide apresentar a Terra a um visitante de outro planeta. Quinn, assim se chama o extraordinário guia, faz uma espécie de guião escrito e ilustrado sobre tudo o que ele precisa saber, caso decida visitar-nos. Com a simplicidade dos olhos de uma criança, leva o seu hipotético visitante e os leitores numa magnífica travessia pelo planeta, não deixando nada ao acaso. O traço incrível e inconfundível de Blackall e a encantadora paleta de cores que escolhe para preencher as duplas páginas transformam o livro numa deliciosa viagem para leitores de todas as idades.
A Terra, a sua localização no espaço sideral, topografia e geografia, os meios de transporte, as pessoas e a sua diversidade, os vários tipos de famílias, hábitos, alimentação, roupas, língua, culturas, profissões, hobbies, escola e aprendizagens, desigualdades... Tudo é apresentado e descrito através de uma multiplicidade de pormenores, onde não falta esse delicioso apontamento intertextual que é ver Quinn, nos seus tempos livres, a ler um livro sobre o planeta, o não menos fantástico Aqui Estamos Nós, de Oliver Jeffers.
A natureza, as estações do ano, a fauna, a flora, as doenças, as guerras... Tudo é abordado de forma a elucidar o suposto visitante sobre o nosso planeta, sobre quem somos e como vivemos.
No final, Blackall escreve: Nós, os seres humanos, definimo-nos através do sítio onde nascemos, onde vivemos, daquilo em que acreditamos, das roupas que vestimos e das línguas que falamos. Mas não existe uma pessoa “típica”. Somos todos diferentes. No entanto, há algo que todos compartilhamos – o planeta em que vivemos. (...) Este mundo que contém toda a nossa comida, toda a nossa água, toda a arte, livros e música, e todas as formigas e todos os espirros e vírgulas, todos os átomos de todas as coisas vivas e não vivas.
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