Felicidade, não noutro lugar, mas neste lugar...
não noutra hora, mas nesta hora.
Os versos do poeta Walt Whitman abrem as portas do livro da inglesa Alison Jay, recentemente publicado pela editora Fábula, À Procura de Ontem. Autora de mais de quarenta livros, Jay é detentora de um estilo inconfundível marcado pelo recurso a óleos, tinta alquídica e verniz crackle. As paletas de cores suaves, os toques "craquelados" , uma certa pátina envelhecida são características comuns a toda a sua obra.
A história é contada na primeira pessoa por um pequeno rapaz que nos revela que o dia anterior foi o "melhor dia de sempre". O que torna compreensível que o seu maior desejo seja voltar lá. O próprio leitor é invadido por uma súbita e enorme vontade de o acompanhar, já que não é todos os dias que se encontram montanhas feitas de bolos e gelados, rios de limonada, pontes de chocolate, animais voadores... Um mundo estonteante onde gostaríamos de submergir.
Mas regressar a ontem não parece coisa simples. A cabeça do pequeno enche-se com milhões de números, máquinas do tempo e foguetões supersónicos, buracos de minhoca... Até que resolve pedir a ajuda do avô.
Intrigado com o desejo do petiz, aquele socorre-se da ajuda de um maravilhoso álbum de fotografias e da sabedoria própria dos avós, para lhe mostrar que o futuro, esse sim, é feito de muitos dias felizes.
A viagem que todos fazemos pelas memórias dos dias felizes do avô acaba por revelar ao pequeno que cada dia traz a possibilidade de uma nova aventura. Porquê ir à procura de ontem quando podes ser feliz aqui?
Não hesitem, abram o livro e sejam felizes!
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