27 de janeiro, dia dedicado à Memória das Vítimas do Holocausto. Para muitos, ao longo da vida, um dia feito de todos os dias. Hoje, parece cada vez mais necessário lembrar aos mais novos que o Holocausto existiu. Só o conhecimento poderá evitar que se repita. Por isso, voltamos a falar deles, dos livros que nos ajudam a manter viva essa memória.
Depois de A História de Erika, a editora Kalandraka trouxe, finalmente, para Portugal um dos livros mais conhecidos sobre o Holocausto, Rosa Branca, de Christophe Gallaz e Roberto Innocenti. Comum a ambos, é, certamente, a pretensão de consciencializar os seus leitores para que tal tragédia nunca mais se repita.
Com a inocência de uma criança, Rosa escuta o silêncio em volta mas não pode pactuar com a situação. A partir desse dia, passa a ter um segredo só seu, guardado a sete chaves. Diariamente, percorre o mesmo caminho para levar aos novos amigos toda a comida que consegue esconder na sacola.
Um dia, os soldados que chegam à sua terra são outros. Rosa encontra o campo de concentração vazio. Os amigos já lá não estavam. Ela era apenas uma criança. Mas a guerra é cega para todos os lados. Nesse dia, o caminho de volta não se fez.
Como é seu timbre, as assombrosas e hiper-realistas ilustrações de Innocenti, revelam cada detalhe de um tempo e de um lugar palco de todas as atrocidades. Da vitória à derrota do nazismo, o leitor revive a História vezes sem conta. O nome de Rosa Branca é uma homenagem ao mais conhecido movimento de resistência alemã, iniciado pelos irmãos Scholl, em Munique. Foram muitos os estudantes que acabaram executados pelos nazis, mas a sua maior herança permaneceu. Mostrar à humanidade que nem todos os alemães foram cúmplices dos horrores com que a Alemanha de Hitler escreveu a história. Afinal, essa é, também, a herança de Rosa, a menina que usa uma fita no cabelo da mesma cor da suástica, mas que representa o que de mais antagónico poderia existir. Porque a inocência de Rosa é igual à de qualquer outra criança, independentemente da nacionalidade ou da raça. Esta é uma história para partilhar com os mais novos. Para lembrar.
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