quinta-feira, 15 de março de 2018

Sonho


No sonho não há impossíveis. O trabalho de Susa Monteiro parece dizer-nos isso mesmo. 
A dimensão onírica da história é revelada ao leitor através de soberbas e belas ilustrações, dignas de figurar em qualquer museu.


Pintada com cores fortes e intensas, a selva é o cenário que acolhe o sonho. Aqui, observamos cada árvore, tocamos os frutos, impregnamo-nos de todos os cheiros.


Com o azul a predominar no universo dos sonhos, as cores misturam-se numa espécie de  festim aos olhos do leitor. O sonhador respira liberdade. O sonho pula e avança. 


Por entre cometas e estrelas, pelas profundezas do mar, por ilhas encantadas, vulcões, terra por desbravar. Uma viagem feita a dois. E onde a autora parece querer deixar ao leitor  a interpretação de toda a simbologia que a história comporta.


As cores, os rostos, os animais pintados por Susa invocam-nos algumas obras de Paul Gauguin de que tanto gostamos. Mas não nos deixam esquecer que esta é uma ilustradora portuguesa. É nossa!


O destino revela-se uma casa misteriosa habitada por pinturas pré-históricas que, depois de visitadas, parecem ganhar vida própria e reconhecer a essência da liberdade.


Sonho é o novo título da colecção Imagens Que Contam, editada pelo Pato Lógico. Segundo a editora, um espaço de liberdade criativa para ilustradores contadores de histórias. As regras estão definidas: uma narrativa contada exclusivamente através de imagens ao longo de 32 páginas (incluindo guardas), um título com uma palavra apenas e a reinterpretação do logótipo da editora.


Este é um sonho que não nos larga há alguns dias. Um sonho que continuamos a sonhar.

Sem comentários: