Há livros de outro planeta! Neste caso, do Planeta Tangerina. Em 2014, a propósito de Daqui Ninguém Passa, escrevemos: É a história de uma revolução, mas também a revolução do próprio livro. É uma brincadeira magnífica, hilariantemente conseguida, que nos faz querer participar!
Hoje, falamos de A Bola Amarela e continuamos a dizer que o livro se reinventa todos os dias. Com texto de Daniel Fehr e ilustrações de Bernardo Carvalho, o mais recente livro da colecção De Cantos Redondos do Planeta Tangerina é um livro-jogo que, com elevadas doses de diversão e originalidade, leva o leitor a calcorrear 37 páginas para trás e para a frente... para a frente e para trás. As crianças, e não só, deleitam-se com esta aventura!
Um livro é um lugar. Com dentro e fora, esquerda e direita, perto e longe, princípio e fim, diz a editora a propósito desta colecção. Aqui, o lugar começa por ser um campo de ténis e a acção desencadeia-se quando Luísa e Luís decidem fazer um jogo amigável e, imaginem, a bola acaba por escapulir-se na dobra entre as páginas!
Aos dois amigos não resta alternativa que não seja procurá-la. E os leitores? Pois, esses têm de segui-los, iniciando uma aventura que os levará a percorrer os mais diversificados e encantadores cenários. Mas não se enganem, não é fácil e a coisa exige alguma forma física. Aqui, não chega virar a página. A numeração não existe para ser seguida ordeiramente. Aqui, é preciso saltitar entre páginas, para trás e para a frente.
De pista em pista, acompanhamos os pequenos no rasto da bola. Atravessamos uma festa, onde todos conhecemos alguns dos convidados, uma savana, um campo com burros, páginas digitais que nos trazem à memória alguns videojogos e muito mais. Tudo, pela mão de Bernardo Carvalho que, com a qualidade a que já nos habituou, se socorre do desenho e da fotografia, num registo pautado pelo humor.
Uma louca viagem com passagem pelo céu e direito a conhecer um deus muito especial!
Ufa! Não!! Não descansem porque não podem perder de vista os petizes! E não se deixem enganar, bolas amarelas há muitas...
Livros em papel, interativos e digitais? Nem mais.
Subjacente à colecção, está o conceito de interactividade. Genialmente conseguida, os leitores mergulham literalmente no livro, esgueirando-se pelas dobras ou saltando pelas páginas até conseguirem enxergar a bola amarela. Mas, não se ficam por aí. É um desafio empolgante e irresistível, com um final/recomeço hilariante, feito na companhia dos dois pequenos protagonistas. Ela desfrutando, tal como os leitores, de cada página, ele resmungando com tudo e todos. Até com Deus! Até com os autores do livro! DEVEM ESTAR A GOZAR!!
Há planetas assim. Lugares onde os leitores participam, jogam, brincam, aventuram-se... dentro do livro! Pssst, os miúdos já estão a caminho do campo de ténis? Não?? DEVEM ESTAR A GOZAR!!
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