quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Ké Iz Tuk? Uma língua para aprender


A princípio estranha-se. Depois entranha-se. Ké Iz Tuk? Ké Iz Tuk? Ké Iz Tuk?
Se a pergunta parece estranha, a resposta não lhe fica atrás... Mei nazé


É uma história estranha? Sim.
Louca? Sim.
Divertida? Sim.
Irresistível? Sim.
E não conseguimos deixar de pensar o quanto Carson Ellis, a sua autora, se deve ter divertido a concebe-la. 


O frutuoso diálogo decorre entre dois insectos. Na origem, está uma pequena planta que brota da terra e que parece despertar a curiosidade de ambos. Mas a língua em que as criaturas  se exprimem não nos é familiar. É nova! E o grande desafio que se coloca aos leitores, independentemente da idade e do tamanho, é o de tentar decifrar o que vão dizendo.


Enquanto isso, a planta vai crescendo e preenchendo o extenso espaço em branco com que se iniciou a história, evidenciando o óbvio contraste com os minúsculos  animais que ocupavam uma pequena parcela da página direita. Paralelamente, a página esquerda abriga um tronco, aparentemente habitado por uma vizinhança culta e prestável, sendo  igualmente cenário para outros enredos que piscam o olho à sagacidade e à atenção do leitor.


A enigmática linguagem vai fluindo ao ritmo das soluções encontradas para a escalada que os nossos empreendedores decidiram iniciar. Provavelmente, tudo teria corrido de forma diferente não fosse esse perigo conhecido de todos, que dá pelo nome de... Nhareto Nhacoso!


O dia e a noite sucedem-se tal como as diversas fases do ciclo da vida. A planta que brotara da terra cresce, transforma-se e acaba por morrer, dando lugar a uma outra. A lagarta que conhecemos  no inicio do livro e o atravessa todo no seu casulo, é agora uma borboleta bailarina que celebra a noite na companhia de um charmoso músico.  



Não hesitem! Ponham as imaginativas crianças a falar esta língua e surpreendam-se com os resultados!  Ké Iz Tuk?  Mei tapu genial!


Distinguida há poucos dias com a Caldecott Honor Medal, Carson Ellis agradeceu no seu site  o prémio recebido. O Caldecott Committee justificou desta forma a distinção:
"A diverse community of anthropomorphic bugs is intrigued by an unfurling sprout. Carson Ellis deftly depicts the mysteries of life in an imaginary, natural world. Through intricate details and the witty humor of a made-up language, “Du Iz Tak?” is a treasure trove of visual and linguistic literacy."

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