Na capa há algo de sedoso, que nos amacia as mãos, que nos faz querer tocar-lhe uma vez, outra e ainda outra… Uma harmoniosa sinfonia em tons de verde, aliada ao mistério do título, chama-nos, de forma irresistível, para dentro desta floresta!
A tempo de assistir ao rescaldo da festa... Um cartaz misterioso tinha atraído os animais da floresta para o evento. Todos dançaram merengue, salsa e chachachá e comeram muito bolo de chocolate! Demasiado. Por isso, tarde perceberam o engodo.
No regresso, o espanto foi total. Os animais constataram que as suas casas tinham desaparecido. Como iriam, agora, abrigar-se da chuva e proteger-se do sol? O que iriam comer?
Perdidos e incrédulos, decidiram partir em busca do que era deles, mas das suas casas só encontraram pedaços! Tentaram falar com as estranhas criaturas, capazes de tamanha crueldade, mas elas revelaram-se muito ferozes!
Sem diálogo possível, e socorrendo-se de alguma ajuda, os animais não tardaram a perceber que as estranhas criaturas também gostavam de dançar. E de festas! Amor com amor se paga e desta feita, foram elas a ficar sem casa...
Em jeito de fábula, esta é, seguramente, uma das formas mais bonitas e conseguidas de dar corpo ao velho provérbio "não faças aos outros o que não gostarias que te fizessem a ti."
Com uma força imagética estonteante, fortemente colorido sem nunca perder a harmonia, com um traço com que as crianças facilmente se identificam, o livro precisa de poucas palavras para pôr em evidência a falta de respeito que as estranhas e ferozes criaturas nutrem pelos animais, pelo seu habitat, pela natureza em geral.
Ah, o final da história? Levem os miúdos, entrem na floresta e sigam o rasto de esperança... nas estranhas criaturas.
Estranhas Criaturas, editado pela Orfeu Negro, é escrito e ilustrado pela venezuelana Cristina Sitja Rubio. Em entrevista ao blog Picturebook Makers, que podem ver aqui, a autora fala do processo de criação deste livro e do seu trabalho. Encantem-se!
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