Cinco Pais Natais de chocolate, revestidos com papel de prata de cores garridas, apareceram em cima da mesa da sala de jantar do André.
Mais do que saber como foram lá parar, importa esclarecer que, apesar de gostar muito de chocolate, o André decidiu que eram bonitos demais para comer. Optou, isso sim, por brincar com eles. Os “brinquedos de chocolate” até vinham a calhar, já que, por causa de uma grande constipação, o médico lhe recomendara que permanecesse em casa até ficar sem tosse.
Mas a vida nem sempre corre como a planeamos. Já o rapaz se preparava para iniciar a brincadeira com os bonitos e reluzentes pais natais quando ouviu:
- Ó André,
então como é?
Cinco Pais natais bochechudos e barrigudos
e nenhum trenó?
Quem assim falava era a avó.
Os cinco trenós acabaram por chegar. Como chegaram igualmente outros intervenientes num movimentado e engraçado desfile familiar. Entre primos, tios, renas e outros animais, muitas são as contas que aqui se fazem, sempre a multiplicar.
Um delicioso texto de Manuela Castro Neves que, fluindo entre a prosa e a rima, acaba por piscar o olho às lengalengas, tão do agrado dos seus destinatários. O uso da técnica repetitiva e a sonoridade que lhe está associada completam o êxito desta divertidíssima história junto de pequenos e grandes leitores.
As ilustrações de Maria Bouza parecem assentar como uma luva no texto, enquadrando-o de forma perfeita, quer através da escolha da cor do fundo de cada página, quer no equilíbrio alcançado entre palavra e imagem. Uma paleta sóbria, onde os tons vermelhos e verdes esbatidos nos fazem reviver o espírito do Natal.
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