terça-feira, 21 de janeiro de 2014

O Último Conto

Não conseguíamos resistir à tentação de viver, por alguns minutos, o tempo infinito da fantasia.
Também nós, leitores, não resistimos ao misterioso encanto deste livro, escrito por Rodolfo Castro, ilustrado pelo mexicano Enrique Torralba e editado pela Gatafunho.

Jacinto era um bom contador de histórias. A sua voz equilibrava-se entre a serenidade e a fúria.
A final como o escritor,  ele próprio, um bom contador de histórias!

Numa simbiose perfeita, o texto de Rodolfo Castro e as magistrais ilustrações de Torralba, transportam-nos numa viagem enigmática ao universo dos contos. Uma viagem feita de sonhos e de memórias, onde o imaginário e o real tantas vezes se fundem, revelando a alma do contador.

Um olhar introspectivo parece abrir-nos a porta e guiar-nos pelos  caminhos que levam até Jacinto.  

Dele se dizia sempre ter estado ali. Apenas os contos seriam anteriores a ele. E havia ainda quem afirmasse que a árvore, as casas e tudo o resto só existiam porque Jacinto as narrava.
Todos acreditavam que os seus contos seriam escutados para sempre

No seu conto, Jacinto tinha uma porta com sete fechaduras, pela qual só se poderia passar uma única vez...  O Último Conto faz-nos acreditar  na infinitude do que se repete e na grandeza do que se transmite.

De Rodolfo Castro  diz-se que nasceu na Argentina e está em Portugal há cerca de quatro anos. A nós,  parece-nos que sempre cá esteve. Anterior a ele, só mesmo os contos que lhe escutaremos para sempre.


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