sexta-feira, 14 de setembro de 2012

O Papagaio de Monsieur Hulot




Chegou O Papagaio de Monsieur Hulot. Claro que Monsieur Hulot também veio. Munido do seu habitual meio de transporte, a bicicleta, trouxe ainda consigo a inseparável gabardina, o guarda- chuva, o chapéu, o cachimbo e muitos outros elementos identificativos do universo do seu criador, Jacques Tati.



Este é o primeiro de uma série de livros  que o belga David Merveille dedica ao cineasta francês e à sua desconcertante e inesquecível personagem. Saiu hoje à rua, pela mão da Kalandraka.



À semelhança do mundo de Tati, onde a riqueza e a diversidade dos pormenores valiam por si, também aqui se dispensam as palavras. Este é um álbum só de imagens, onde nada parece ter sido esquecido. O humor inteligente e sensível com que o cineasta retratava a vida surge-nos transposto para as páginas do livro que, a partir de um  "clic", nos conduz numa viagem pelas ruas de Paris.



O percurso está repleto de referências, não só à vida parisiense, como igualmente aos filmes que marcaram a carreira de Tati. São exemplos disso, a casa de Hulot ou a fonte em forma de peixe. Ao longo das suas páginas, pontificam os prédios típicos, os candeeiros, os cafés, as livrarias, o Sena e a emblemática Torre Eiffel, com uma  notável interacção no desenrolar da história.



Com um fascinante recurso a páginas desdobráveis que, num primeiro momento,  espicaçam a imaginação do leitor para as cenas sequenciais, David Merveille parece reinventar aqui  esta figura por vezes tão injustamente esquecida.




Um desconcertante  Monsieur Hulot, que, apesar do hilariante caos que semeia por onde passa, colhe simpatia e popularidade, porque  tem tanto de desastrado como de sonhador. 



Este é um livro susceptível de encantar pais, filhos e avós. E mesmo aqueles que não  conhecem Jacques Tati ou a personagem a que deu vida não deixarão de ficar fascinados com O Papagaio de Monsieur Hulot. As possíveis leituras e sucessivas descobertas são tantas que ninguém lhe ficará indiferente.



A nós, Hipopómatos, encantou-nos. Já agarrámos no papagaio, no Monsieur Hulot, na sua bicicleta, nos hipopómatos mais pequenos e fomos para a rua "brincar". Lemos, relemos e ainda continuamos a descobrir coisas novas, como trocas de chapéus!  
Divirtam-se com boas leituras!


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