O Tigre Na Rua e outros poemas

Quando o encontramos, não conseguimos deixar de ouvir um grande, grande bruaá! Este é um daqueles livros que não perderíamos por coisa alguma. É uma antologia poética, marcadamente humorística, que reúne poemas que viajaram desde Cuba, Argentina, Equador, E.U.A., França e vários outros países.

Jacques Prévert, Shel Silverstein,Roland Topor, María Elena Walsh, Spike Milligan ou Daniil Harms são alguns dos escritores que aqui encontramos, num total de vinte.

Como se não bastasse esta fabulosa reunião de talentos, a ilustração do livro foi entregue ao genial Serge Bloch. O resultado está à vista.

No Ning Nang Nong, onde as vacas fazem Bong! Ou, perguntamos nós, esta bruaá pode surpreender-nos até onde?

À qualidade com que somos brindados, acresce ainda a brilhante tradução feita pelo Miguel Gouveia. Uma coisa é certa, quando encontramos o tigre na rua não nos apetece largá-lo mais... e fica-nos uma certeza, este tigre já tem lugar cativo nas listas dos melhores livros do ano.

Porque é um livro fabuloso, um livro que fazia falta, que preenche um espaço há muito vazio e que nos permite sonhar que outros virão...

Estão à espera de quê? Encontrem-no, vão para a rua, mesmo que tenham de ir de bicicleta!

Hipopómatos mudaram

Os Hipopómatos andaram ocupados a pôr ordem na casa. Sentimos necessidade de organizar melhor este nosso espaço. Desde o inicio que pensámos que um blogue seria curto para toda a informação que queremos partilhar e, por isso, optámos por um formato em que lateralmente existiam outros dois blogues associados. Constatámos que nem sempre isso era perceptível pelos nossos seguidores e leitores. Esperamos que, com a nova organização, a tarefa esteja mais simplificada.

                                                   

Não é fácil resumir um livro ou falar, de forma sintética, da obra de um escritor ou de um ilustrador, como pressupõe um blogue. A partir de agora, a nossa Bisbilhoteca funcionará como apoio suplementar, contendo os dados que, por questões óbvias, não podemos colocar no blogue principal.

A Memória Hipopómata mantém a sua estrutura inicial. Aqui falaremos dos livros que consideramos inesquecíveis.

A Agenda é uma novidade. Pareceu-nos igualmente importante divulgar aqui alguns dos eventos que julgamos imperdíveis.

Os Hipopómatos ficaram radiantes com a nova cara e por isso demos os parabéns à nossa ilustradora,  a Catarina Correia Marques.  Esperamos que vocês também gostem.

Está quase...

Os Hipopómatos têm andado a arrumar a casa. Estamos quase a mostrar o que andamos a fazer.

 Wolf Erlbruch

Hipopómatos em arrumações...

Os Hipopómatos andam a arrumar a casa. E está quase!!! 

Maria Keil

Mário Castrim

Dez anos volvidos sobre a morte de Mário Castrim, a Caminho invoca hoje o escritor com o lançamento de um inédito, Viagens Em Casa, e a reedição do livro Estas São As Letras, ilustrado por José Miguel Ribeiro. Um livro que todos deviam conhecer, dizemos nós.

Uma homenagem mais do que merecida a Mário Castrim, que muitos continuam a lembrar apenas na sua faceta mais conhecida, a de crítico de televisão, esquecendo o jornalista, escritor e professor. 

Com muita pena nossa, não poderemos estar presentes. Guardamos mais um pouco esta enorme vontade de conhecer as Viagens Em Casa, enquanto partilhamos alguns dos poemas do fantástico livro Estas São As Letras. Aqui  fica um dos nossos preferidos, 

Ponham as crianças a dizê-lo e terão uma experiência inesquecível...

O que é a poesia? É uma das perguntas dos manuais escolares do 5ºano. Que bom seria que alguém se lembrasse de responder assim... 

Rostos

Os Hipopómatos continuam a relembrar Maria Keil. Porque sempre nos deslumbraram os rostos que criava, hoje partilhamos alguns, certamente menos conhecidos.

Todos retirados dos Contos Tradicionais Portugueses, Iniciativas Editoriais, escolhidos e comentados por Carlos de Oliveira e José Gomes Ferreira e ilustrados por Maria Keil.

Bom Fim-de-semana

As férias estão à porta. Não sabem o que fazer com os vossos filhos? Aqui fica a sugestão dos Hipopómatos.

Marina Marcolin

Fernando Pessoa

Fernando Pessoa nasceu a 13 de Junho de 1888. Hoje, apetece-nos lembrá-lo com a criançada. Abrimos um livro em que mexemos muitas vezes,  Poesia de Fernando Pessoa Para Todos, seleccionada por José António Gomes e ilustrada por António Modesto.  

Poema Pial


Toda a gente que tem as mãos frias
Deve metê-las dentro das pias.
Pia número UM,
Para quem  mexe as orelhas em jejum.
Pia número DOIS,
Para quem bebe bifes de bois.
Pia número TRÊS,
Para quem espirra só uma vez.
Pia número QUATRO,
Para quem manda as ventas ao teatro.
Pia número CINCO,
Para quem come a chave do trinco.
Pia número SEIS,
Para quem se penteia com bolos-reis.
Pia número SETE,
Para quem canta até que o telhado se derrete.
Pia número OITO,
Para quem parte nozes quando é afoito.
Pia número NOVE,
Para quem se parece com uma couve.
Pia número DEZ,
Para quem cola selos nas unhas dos pés.
E, como as mãos já não estão frias,
Tampa nas pias


Fernando Pessoa

Maria Keil

Há pessoas de quem nos lembramos desde sempre. Crescemos com elas,  à sombra de uma arte que é só sua. Onde nos revemos nas emoções expressas em cada traço, em cada figura. Pessoas com quem partilhamos os sonhos com que sustentamos a leveza desta nossa viagem.

Para muitas gerações, Maria Keil foi uma dessas pessoas.

Foram muitos aqueles a quem, bem cedo, povoou o imaginário. Mesmo antes de a conhecerem.

                             

Antes de lhe admirarem a simplicidade e a beleza que transpunha para a sua obra. As mesmas com que olhava a vida.

Um dia, acaba-se e vamos embora, disse Maria Keil em entrevista ao Público. Como ela, também acreditamos que, para as pessoas boas, a viagem não termina aqui.

Como ouro ou qualquer pedra preciosa, há pessoas que sempre reencontraremos por aí...

Há pessoas a quem sempre diremos, Obrigada!

Bom Fim-de-semana

Quint Buchholz