Mostrar mensagens com a etiqueta trinta por uma linha. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta trinta por uma linha. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Sayid Manuel. E se um livro por dia fôr uma vacina contra a pandemia?

10. Sayid Manuel | Catarina Gomes | Trinta Por Uma Linha

Sayid é um gato com 15 anos de idade, muitos quilos e várias manchas brancas, ainda que tenha nascido todo preto. A dona, a ilustradora Catarina Gomes, achou que a sua vida dava um livro e o bichano não parece ter-se feito rogado. Em jeito de biografia ilustrada, Sayid Manuel conta-nos a longa e recheada vida de bichano no seio da família que o escolheu. Uma história cheia de humor, onde as imagens predominam e em que, facilmente, reconhecemos o estilo da autora das Ideias Despenteadas. O livro encantará, certamente, todos os amantes de gatos, mas não só. Desde que habita por aqui que é bem manuseado pelas mãos dos mais pequenos que não resistem a pronunciar vezes sem conta o nome do felino. 

O relato de vida remonta ao dia em que se conheceram e a dona formulou um sem número de perguntas e outras tantas dúvidas na loja dos animais. Sayid recorda a viagem até casa, a chegada e as dificuldades iniciais da adaptação. 

Dois meses volvidos, já se tornara o rei da casa e dominava o território como as palmas das suas patas. O diospireiro para lanchar, o muro para se exibir, o matagal onde se podia esconder, os telhados onde cuscava o mundo... o novo habitat deixara de ter segredos. A vida corria bem ao gato também chamado de Pata Lenta, Pança Mansa, Lord Nelson e muitos outros nomes que a imaginação da dona lhe atribuía amiúde. Dono de certo peso, o lorde gostará de poucas coisas na vida como de comida. A prová-lo está a pergunta frequentemente feita aos donos : A gata está prenha? 

Mas, a vida (ou vidas) de Lord Nelson não se resume aos pitéus. Nem poderá dizer-se que tenha sido sempre um mar de peixes... As espinhas, ou melhor, os espinhos, também fazem parte. Para trás, fica o dia em que mudaram de casa. O dia em que, certamente, terá experimentado as mais sérias dificuldades em conhecer a mente dos humanos. Uma nova casa? Sem quintal? Sem diospireiro? Sem aventura? Sem a Bonita, a gata da D. Belmira? Os donos, sempre atentos e preocupados, bem tentaram compensá-lo com algumas mordomias e luxos, mas Sayid Manuel recusou sempre trocar a sua liberdade por essa vida aburguesada... stress foi tanto (opinião avalizada do veterinário) que no seu pelo preto começaram a aparecer as manchas brancas que ainda hoje o tornam diferente. As mudanças não se ficariam por  aqui, recordando bem o dia em que viu chegar a Tartaruga Faustino, com quem passou a partilhar o espaço e as atenções. Não se iludam, o pior ainda estava para chegar. Uns meses mais tarde e sem perceber muito bem porquê, começou a ver o espaço no colo da dona a diminuir... Algum tempo depois, deixou de ser o rei da casa. Não foi fácil. Engordou, fiou deprimido, isolou-se, chamou a atenção das várias maneiras que conseguiu... Hoje, já se habituou. Partilha a casa nova e o amor de todos os que nela vivem, exibindo a sua longevidade, a sua pança mansa e as suas manchas brancas que já lhe granjearam a alcunha de The Special One.


sábado, 31 de março de 2012

O que Março liga


Neste último dia de Março, retomamos Um dois três, um mês de cada vez. A nossa agenda continua cheia. Mantenham-se atentos às novidades.
Bom fim-de-semana!


Março liga a noite com o dia,
o Manuel com a Maria,
o pão com o bagaço,
a erva com o sargaço,
a poupa com o cuco,
o molhado com o enxuto,
a castanha com o castanheiro,
o fogo com o fogareiro,
a merenda com a sesta,
o jejum com a festa.


João Manuel Ribeiro e Anabela Dias,
um dois três um mês de cada vez
Trinta por uma linha

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

um mês de cada vez

Em 2012, os Hipopómatos recuperam o livro/agenda um dois três um mês de cada vez, da Trinta por uma linha. Com textos de João Manuel Ribeiro e ilustrações de Anabela Dias, os meses são abrilhantados por pequenos trechos poéticos que remetem para o nosso imaginário infantil e cheiram a texto de tradição oral.



Aqui fica, para abrir o apetite.



O diabo dos meses

Janeiro traz o diabo no ventre.
Fevereiro rente faz do diabo parente.
Março virado de rabo é pior que o diabo.
Abril sem águas mil, diabo no covil.
Maio sem trovoada, diabo em risada.
Junho chuvoso, diabo gozoso.
Julho abafadiço, diabo no cortiço.
Agosto com gosto, diabo em desgosto.
Setembro molhado, diabo enjoado.
Outubro sisudo, diabo mudo.                                                                                                          
Novembro à porta, diabo na horta.
Dezembro, lenha no lar, prò diabo queimar.