domingo, 31 de maio de 2020

Feliz Dia da Criança, com Gianni Rodari!



No ano do centenário do nascimento de Gianni Rodari, não podíamos comemorar o Dia da Criança sem lembrar a maravilhosa e inspiradora obra deste escritor, pedagogo e jornalista que tanto deu à literatura infantil e juvenil. 
Amanhã, na Casa dos Hipopómatos, entre as 15 e as 19H, os Contos Ao Telefone serão ouvidos ao vivo nos nossos jardins.
Em parceria com a editora Kalandraka oferecemos 6 livros de Gianni Rodari. Um exemplar de cada livro publicado entre nós pela editora, incluindo a mais recente novidade, Era Duas Vezes O Barão LambertoPara se habilitarem, só têm de ser seguidores do blogue e deixar aqui o nome de um dos vossos contos preferidos de Rodari. O sorteio decorre até à meia noite de amanhã. Boa sorte!


::: os Hipopómatos têm para oferecer ::: 

Gramática da Fantasia 
O Que É Preciso? 
Baralhando Histórias 
Inventando Números 
Contos Ao Telefone 
Era Duas Vezes O Barão Lamberto.


Na Casa dos Hipopómatos,  as mesas vão estar no jardim à distância necessária. O café e os biscoitos são oferta da casa. Todos os livros têm descontos especiais. Com embrulhos personalizados , podem ir para casa num dos maravilhosos sacos sandakianos, gentilmente oferecidos pela Kalandraka. Esperamos por vocês!

terça-feira, 26 de maio de 2020

Para Que Serve?


Eu sou um livro que gosta de fazer perguntas. Fazer perguntas é confundir o mundo e um mundo sem confusão e investigação é um mundo triste.

Para Que Serve? é o último livro com selo Planeta Tangerina. O texto de José Maria Vieira Mendes nasceu de uma conferência com o título “Para que serve a cultura”, que fez parte da programação do Teatro Luís de Camões/LU.CA/Lisboa, no âmbito do ciclo “As crianças, um teatro e uma cidade” que decorreu em janeiro de 2019. Ilustrado de forma deliciosa por Madalena Matoso, com cores quentes e alegres, pode bem transformar-se num pequeno e precioso tesouro para gente curiosa.


Para que serve isto ou aquilo? É uma pergunta que se pergunta muitas vezes... mas, para que serve perguntar para que serve? Colocadas que estão as perguntas, está aberta a investigação. 
Há coisas que todos sabemos para que servem. Elas próprias dizem para que servem. É o caso do corta-unhas, do saca-rolhas, da escova de dentes... Outras há que são menos previsíveis. Porque servem para muita coisa. O telemóvel é um bom exemplo. Há coisas que servem para o que nunca pensaram servir. Um lençol-escada? Um chapéu-cesto? Porque as  coisas também servem para o que queremos que sirvam.


Para que serve perguntar para que serve? Perguntarão vocês. O livro não vos deixa sem resposta. Para termos a certeza de que a coisas existe. E também para saber o que a coisa é. Mas será sempre assim? Para que serve um rinoceronte?  Um sonho?  Um quadro no museu?


E também há coisas que não servem para nada? Se há,  não é, certamente, o caso deste livro. Para que serve? Para nos fazer pensar. Talvez por isso tenhamos gostado tanto deste precioso companheiro para  curiosos de todos os tamanhos.

sexta-feira, 15 de maio de 2020

1.º Direito. Uma Janela Indiscreta?


A história nasceu antes de estarmos todos em casa. Mas, nos dias que correm, não devem faltar por aí janelas indiscretas. Esta é a da Graça, a miúda que protagoniza uma história com contornos policiais e alguma intriga à mistura. Com texto de Ricardo Henriques e ilustrações de Nicolau, 1.º Direito é uma produção Pato Lógico.


É a própria Graça que nos conta a história. Em jeito de cartão de visita, ficamos a saber que a protagonista ocupa os seus tempos livres com observação de pessoas. Que, da sua janela, vê as vidas em frente como se fossem canais de televisão.


Para a pequena observadora de pessoas, a vida dos  que vivem no prédio da frente parece transparente. Graça ocupa o seu posto tanto de dia como de noite. As rotinas dos vizinhos são sobejamente conhecidas. Isto seria inteiramente verdade não fosse o mistério do novo habitante do 1.º direito. 


Perspicaz como é, a Graça não restam muitas dúvidas. O homem mudou-se para ali há pouco tempo e entre o tempo que perde a olhar para o infinito e o que vai escrevinhando, planeia, no mínimo, um assalto. Agitação não vai faltar por aquelas bandas, porque a convicção da dona da janela indiscreta é que se trata, seguramente, de um criminoso. 


Pelo meio, o leitor aproveita a boleia e torna-se companheiro de Graça na sua janela. Entra em várias casas e torna-se próximo daquela gente. A hospedeira do 1.º esquerdo, o músico do 2.º esquerdo, o casal de advogados do 2.º direito, a Dona Camomila...


As visitas estendem-se ao Café Dias e à Barbearia ao lado... Acompanhamos a azáfama do bairro. As conversas tornam-se familiares...
Nem todos são fãs da ocupação de tempos livros escolhida por Graça. O pai, por exemplo,  aconselha-a a parar de coscuvilhar a vida das pessoas do bairro e a dedicar-se a vidas mais importantes como as de Picasso ou Eusébio... Mas a miúda não concorda. No seu entender, não coscuvilha, faz people watching.



Um livro cheio de humor, onde a magnífica paleta de cores quentes escolhida por Nicolau parece ajudar a adensar o mistério. A parafernália de detalhes é digna de um verdadeiro policial. Ao que parece, ligeiramente influenciado por outra janela indiscreta, a de Alfred Hitchcock. Mas será que, neste bairro, Graça é a única "observadora" da vida dos outros? E o homem do 1.º direito será mesmo um assaltante? Entrem no bairro, abram a janela e descubram! Vale a pena.