quarta-feira, 28 de abril de 2021

Uma Mãe É Como Uma Casa























Uma mãe é como uma casa, uma mãe é como um ninho, uma mãe é como um abrigo... Esta é uma magnífica e poderosa homenagem às mães. 
A poucos dias de celebrarmos o Dia da Mãe, a Bruaá editora presenteia-nos com o livro Uma Mãe é Como Uma Casa da autoria da francesa  Aurore Petit, que muitos conhecem por ter ilustrado O Piolho Sabe Que, editado entre nós pela Orfeu Negro.








































De forma poética e com uma cadência ritmada, Petit mostra-nos a força dos laços que se vão criando entre a mãe e o bebé desde o nascimento até aos primeiros passos. O leitor observa, experienciando ele próprio diversas emoções, o dia a dia desse crescimento e os diversos papéis que a mãe desempenha na vida da criança. 








































A cada página corresponde um pequeno texto elucidativo do que a mãe pode representar para o bebé nas diversas etapas do seu crescimento. Com uma paleta de cores fortes e quentes, as ilustrações transmitem fielmente a realidade da casa e a parafernália de objectos que caracterizam o ambiente em torno da criança. O leitor consegue sentir o amor, o cuidado e a segurança com que as aprendizagens do pequeno se desenvolvem. Para isso muito contribui a opção de Petit de ter o pai sempre por perto, como parte do projecto familiar que, diariamente, se vai arquitectando. Ainda que esta seja uma maravilhosa celebração da maternidade.
 

 
 
 



































Com elegância e subtileza, a autora faz com que os leitores se revejam nestas páginas que retratam desde os momentos mais íntimos entre mãe e filho até às rotinas diárias de qualquer família. 
A mãe ninho, a mãe abrigo, é também mãe melodia, mãe ilha, mãe árvore, mãe história... como será mãe estrada e mãe motor na caminhada da vida deste ser pequeno e frágil que se vai  fortalecendo enquanto gente. 







































Este é um livro que nos traz memórias e onde todos nos demoramos mais numas páginas do que noutras. Revivendo momentos, emocionando-nos, rindo... Visitem-no, mães! Afinal, nada acaba no momento em que se dá os primeiros passos. A casa é para toda a vida. Viva a Mãe!

quarta-feira, 21 de abril de 2021

Se Algum Dia Vieres À Terra




Amanhã comemora-se o Dia Mundial da Terra e não vemos melhor forma de o celebrar do que partilhar aqui esta extraordinária viagem pelo nosso planeta. Se Algum Dia Vieres à Terra tem a assinatura de Sophie Blackall, a consagrada autora de Olá Farol. A ideia do livro terá surgido no cume de uma montanha dos Himalaias no Butão, numa altura em que Blackall trabalhava com a organização Save the Children e foi ganhando forma ao longo dos anos através dos contactos que manteve com milhares de crianças de todo o mundo.










Tudo começa no quarto de um rapaz que decide apresentar a Terra a um visitante de outro planeta. Quinn, assim se chama o extraordinário guia, faz uma espécie de guião escrito e ilustrado sobre tudo o que ele precisa saber, caso decida visitar-nos. Com a simplicidade dos olhos de uma criança, leva o seu hipotético visitante e os leitores numa magnífica travessia pelo planeta, não deixando nada ao acaso. O traço incrível e inconfundível de Blackall e a encantadora paleta de cores que escolhe para preencher as duplas páginas transformam o livro numa deliciosa viagem para leitores de todas as idades.
























A Terra, a sua localização no espaço sideral, topografia e geografia, os meios de transporte, as pessoas e a sua diversidade, os vários tipos de famílias, hábitos, alimentação, roupas, língua,  culturas, profissões, hobbies, escola e aprendizagens, desigualdades... Tudo é apresentado e descrito através de uma multiplicidade de pormenores, onde não falta esse delicioso apontamento intertextual que é ver Quinn, nos seus tempos livres, a ler um livro sobre o planeta, o não menos fantástico Aqui Estamos Nós, de Oliver Jeffers.


























A natureza, as estações do ano, a fauna, a flora, as doenças, as guerras...  Tudo é abordado de forma a elucidar o suposto visitante sobre o nosso planeta, sobre quem somos e como vivemos.


No final, Blackall escreve: Nós, os seres humanos, definimo-nos através do sítio onde nascemos, onde vivemos, daquilo em que acreditamos, das roupas que vestimos e das línguas que falamos. Mas não existe uma pessoa “típica”. Somos todos diferentes. No entanto, há algo que todos compartilhamos – o planeta em que vivemos. (...) Este mundo que contém toda a nossa comida, toda a nossa água, toda a arte, livros e música, e todas as formigas e todos os espirros e vírgulas, todos os átomos de todas as coisas vivas e não vivas.






















O mesmo mundo onde, depois de abordar o tema da guerra, a autora invoca o cenário de uma biblioteca para relembrar que é bem melhor quando nos ajudamos uns aos outros. Um mundo onde a partilha e a solidariedade não são esquecidas.Onde o respeito pelo nosso planeta e pelos outros terão de ser coisas de todos os dias.

























Este é um livro para morar muito tempo. E voltar muitas vezes. Uma viagem que, seguramente, todos queremos fazer com as nossas crianças. 


sábado, 17 de abril de 2021

quinta-feira, 15 de abril de 2021

Tímidos. Eles andam por aí.

 

















Não gostam de dar nas vistas. Raramente se chegam à frente e quase nunca os vemos de dedo ou mão no ar. Se pudessem, gastavam grande parte do seu tempo a escavar buracos para se enfiarem. Na impossibilidade de o fazerem, qualquer coisa serve. Debaixo da mesa ou da cama, à volta da saia da mãe ou, de preferência, no armário. São os tímidos, pois claro. Maurício, o pequeno polvo-panqueca que vemos na capa, preenche todos estes requisitos e muitos outros que poderíamos enumerar. É um tímido. Mas como diz a voz popular, timidez não é defeito é feitio.








Tímidos, recentemente editado pela Orfeu Negro, tem a assinatura da já nossa conhecida Simona Ciraolo. O Que Aconteceu à Minha Irmã, O Rosto da Avó e o incrível Quero Um Abraço são as obras da autora que já conhecemos. Com uma forte componente visual, este novo álbum relembra-nos, de alguma forma, o anterior Quero Um Abraço. Detectamos-lhe as mesmas delicadeza  e simplicidade que já nos tinham encantado. Maurício, o pequeno polvo-panqueca recorda-nos o solitário Filipe, o pequeno cacto.


Maurício é apresentado aos leitores nas primeiras páginas. Texto e imagens retratam a sua timidez em diversos contextos. Na sala de aula afunda-se na carteira, no recreio tenta passar despercebido...Tudo o que o pequeno polvo quer é que a sua presença não seja notada.  Serão muitas as crianças que se revêem neste comportamento e que se sentem, desde logo, suas amigas. Enquanto leitores, quase pedimos desculpa a Maurício. É impossível não lhe seguir os passos, não querer saber mais sobre ele.


A voz que conta a história alerta para não tirarmos conclusões precipitadas. Nem tudo o que parece é. Não, Maurício não é um "polvo chato"! Se o conseguíssemos ver quando ele pensa estar  sozinho... nem imaginam as coisas divertidas de que é capaz. Abram as páginas com cuidado para que ele não dê por vocês e... espreitem! Pois é, todos ficamos surpreendidos!



Para os tímidos, o convite para uma festa de aniversário de um dos seus pares  pode revelar-se uma tortura. Não é que não gostem de festas, mas há sempre tanta gente!! Apesar de todas as suas hesitações perante o convite, desta vez,  Maurício acaba por fazer um esforço. Afinal, podia ir mascarado! Foi lá que conheceu Lúcia, uma peixe-cofre tão tímida quanto ele. Nós ficamos felizes com o que antevemos ser o princípio de uma forte amizade. 

Ciraolo brinda-nos com um final surpreendente e divertido. Lúcia era afinal a nossa narradora. Se voltarmos  a ler história, concluímos facilmente que ela sempre  andou por lá. Que está em todas as páginas. Mas não esqueçam que também é uma tímida e fará tudo para que não reparem nela. Agarrem nos miúdos. Nos tímidos e nos outros e vão até lá. Conheçam o Maurício e a Lúcia ao mesmo tempo que admiram a magnífica diversidade da vida marinha.

 

sexta-feira, 9 de abril de 2021

Tudo Tão Grande. Canção cada vez maior


 






















Abre-se como uma partitura. A musicalidade das palavras e o encantamento das imagens surgem-nos como uma
 celebração da vida. Da sua imensidão. 
















As cores quentes e harmoniosas reforçam o movimento das paisagens que nos esperam a cada dupla página. Tudo é tão grande aqui. Também nós crescemos, ficamos cada vez maiores. Vivemos dias longos, tardes infinitas, avistamos montanhas imensas, rios que transbordam, luas cheias... 















O verão é comprido. As férias são grandes, o mergulho fundo... E a nossa vontade de percorrer este livro é enorme. Queremos respirar o ar livre, o espaço aberto e damos por nós a trautear esta canção. Porque este livro é para cantar. Já dançamos com os pássaros, o sol, o vento...




























Tudo Tão Grande, Canção cada vez maior,  com texto de Isabel Minhós Martins e ilustrações de Bernardo P. Carvalho é o último livro do Planeta Tangerina. Envolto num grande mistério, o do crescimento, deixa as perguntas para os seus destinatários mais directos.

Porque ficamos cada vez maiores? De onde virá a vontade de crescer?








"Estás tão crescido!". Depois de vários meses sem nos vermos, esta é a frase que mais proferimos quando reencontramos as nossas crianças. Este é um livro para visitarmos com elas. Passem uns dias por lá, a cantar! Não esqueçam a sugestão dos "Tangerinas"Inventa uma música para cantares este livro. Se quiserempodem enviá-la para a editora. Nós ainda não parámos de cantar.