quarta-feira, 31 de maio de 2017
sexta-feira, 26 de maio de 2017
quarta-feira, 24 de maio de 2017
Viseu-Madrid. Viagens de Pato
Já andam a planear as férias? Já pensaram no prazer de
viajar com a pequenada com estes guias desdobráveis na mão? Pôr os miúdos a
reconhecer lugares deliciosamente ilustrados e a
identificá-los no mapa? 1 mapa, 12 sítios.
São os novos livros da colecção A Minha Cidade, editada pelo Pato Lógico. Depois de Beja e Edimburgo, que mostrámos aqui, a sugestão é um pulo (ou dois...) a Viseu e Madrid.
Tal como os anteriores, os guias agora contratados são ilustradores nascidos nas respectivas cidades. Ana Seixas nasceu em Viseu e Manuel Marsol em Madrid. É através dos seus olhos, mãos e pés que fazemos a viagem.
Ana Seixas mostra-nos a cidade onde nasceu, num percurso dominado por diversas tonalidades de verde. Apetece demorar-nos por lá. Sentar num banco no Jardim das Mães, descobrir os recantos do Parque Aquilino Ribeiro ou caminhar pelo Parque do Fontelo, pulmão verde da cidade e lugar favorito da ilustradora.
O teatro Viriato, a Sé, ou o Conservatório de Música são igualmente paragens obrigatórias. Mas já agora não deixem de visitar A Casa Boquinhas, a taberna mais concorrida da cidade. Com sorte, ainda conseguem ouvir alguma tuna a dançar e a cantar.
Y Viva España! O guia é o já nosso conhecido Manuel Marsol, o vencedor deste ano do Prémio Internacional de Ilustração da Feira do Livro de Bolonha. Dele conhecemos O Tempo do Gigante e Ahab e a Baleia Branca.
Sim, Madrid nos gusta muchísimo, mas as fabulosas e belas ilustrações de Marsol, que nos levam por alguns dos seus (e nossos!) sítios preferidos, deixam-nos sem fôlego e cheios de vontade de fazer as malas! O Museu ABC, a Livraria Panta Rhe, com uma montra tão fantástica quanto lógica, o bairro de La Latina... Não, não dizemos mais, porque só mesmo indo até lá... às páginas do livro!
sexta-feira, 19 de maio de 2017
Olhos Tropeçando em Nuvens e Outras Coisas. Amanhã.
Os olhos tropeçam na beleza das palavras e das imagens que, como velhos amigos, percorrem as páginas do livro inebriando-nos os sentidos com deslumbrantes jogos de cumplicidade.
Pelas palavras de João Pedro Mésseder ficamos a saber que o haicai é um pequeno poema japonês de três versos, sem título nem rima. Que os poemas deste livro não seguem todas as regras que foram seguidas no Japão durante muito tempo - o poeta chama-lhes, assim, haicais ou quase. Que o seu propósito é deixá-los nas mãos do leitor, na esperança de que este se sinta desafiado a compor os seus próprios poemas.
Antes, houve livros de prosa que parecia poesia e poesia que parecia prosa e até um primeiro livro (sem ser) de poesia. Deles falámos aqui.
diz a mãe, "apaga a luz".
Mas o meu livro acende-se.
Pela quarta vez, escritor e ilustradora oferecem-nos um livro de singular beleza, onde as palavras e as imagens se enlaçam, repletas de magia, construindo um objecto apaixonante para leitores de todas as idades.
Diz o poeta que este é um livro de haicais. Ou quase.
Embora sabendo que a mestria dos génios é inigualável, sintam-se desafiados. Poetizem.
E ousem tropeçar, amanhã, na Casa dos Hipopómatos, onde escritor e ilustradora vão estar à conversa no lançamento do livro. Às 16h.
Para ver, ouvir e sentir
-amanhã-
Celebramos o livro
sábado, 13 de maio de 2017
Cá Dentro. Tangerina, o Planeta que nos invadiu o Cérebro
Em 2014, escrevemos aqui sobre Lá Fora, guia para descobrir a natureza, que o Planeta Tangerina editou e que, entre muitos outros, foi vencedor do Prémio “Opera Prima”, atribuído pela Feira Internacional do Livro Infantil de Bolonha 2015.
“Cá dentro tens um cérebro mas só sabes que tens um cérebro porque tens um cérebro cá dentro.”
Três anos volvidos, assistimos ao nascimento de um livro-gémeo, Cá Dentro, guia para descobrir o cérebro.
Construído com o apoio de uma equipa de neurocientistas, filósofos e psicólogos, Cá Dentro acompanha a evolução do cérebro desde o primeiro segundo, mostra-nos a incrível realidade construída com a ajuda dos sentidos, explica-nos como aprendemos, decidimos ou agimos e também como nos ligamos às outras pessoas, outros cérebros.
Afinal o que há cá dentro? É o mote para as mais de 360 páginas que dissecam, literalmente, o nosso cérebro. Numa linguagem acessível, ou não se destinasse o livro a um público dos 10 aos 100, aqui e além até poética, o cérebro é o protagonista. O que dele se diz é coadjuvado por cativantes caixas de texto, exemplos e comparações que o tornam bem mais perceptível pelos jovens leitores.
É no córtex pré-frontal que se decide:olho para o ecrã ou oiço a minha irmã?
A espaços, há desafios que convidam o leitor a experienciar, ele próprio, as conclusões enunciadas. A par deles, os deliciosos desenhos de Madalena Matoso, a dois tons, azul forte e vermelho, são um precioso contributo para transformar o livro numa viagem fascinante.
Uma viagem que percorre as etapas da vida, desde o nascimento à velhice.
No período da adolescência acontece a última grande fase de mudança do cérebro. Na verdade, esta é considerada uma das etapas mais importantes do seu desenvolvimento, mas também a mais turbulenta. Objectivo: preparar o ser humano para sair de casa em segurança para um território desconhecido.
Estruturada em capítulos – Sentidos, Aprendizagem, Consciência, Emoções são apenas alguns exemplos - capazes de despertar a curiosidade de leitores de todas as idades, esta incursão pelo nosso cérebro não deixa de fora a Criatividade e a Experiência Estética.
São inúmeras as alusões a escritores, filósofos, cientistas e artistas: Pasteur, Lewis Carrol, Eric Kandel, Henri Matisse, Newton, Einstein, Balzac, Picasso, Joseph Beuys, Sophia de Mello Breyner Andersen...
Para se desenvolver, a criatividade precisa de andar à solta. Precisa de cair, de se esfolar e de voltar a levantar-se.
O dramaturgo Samuel Beckett escreveu um dia:
"Tentar outra vez. Falhar outra vez. Falhar melhor."
São tão diversificadas quanto interessantes as curiosidades com que Isabel Minhós Martins e Maria Manuel Pedrosa, as autoras do texto, povoam as páginas do livro.
Sabias que há um neurónio chamado Jennifer Aniston? Porque não te lembras dos sonhos? Seremos nós parecidos com as lesmas? A que velocidade viaja um impulso no cérebro?
Interessantes é o mínimo que se pode dizer de várias outras abordagens que Cá Dentro não deixou de abarcar. Todos diferentes, todos iguais.
Nada é deixado ao acaso e há um capítulo dedicado aos cérebros diferentes. Outros há que se reportam à boa forma, ao cérebro dos animais, a factos e mitos, a mapas.
Cá Dentro, Lá Fora ou entre portas, tiramos, mais uma vez, o chapéu ao Planeta Tangerina. Não são muitos os livros informativos que nos encantam. Este é absolutamente fascinante.