Julie Morstad
sexta-feira, 26 de setembro de 2014
terça-feira, 23 de setembro de 2014
As Regras do Verão
Abrimo-lo. Folheámo-lo lenta, pausadamente. Os olhos demoraram-se uma eternidade em cada página. Os dedos associavam-se-lhes num ritual prolongado. Que se repetiu vezes sem conta.
Não soubemos logo se as tínhamos compreendido. Mas descobrimos uma regra que Shaun Tan não quebra: os seus livros são obras de arte. Talvez por isso, tenhamos tanta vontade de os coleccionar.
As Regras Do Verão comprova-a. Abrir o livro é entrar numa galeria onde estão expostos 20 quadros absolutamente deslumbrantes. Misteriosos, desconcertantes, surrealistas. Que podemos tocar, imaginem!
Algumas das fabulosas ilustrações pareceram-nos familiares. Rebuscámos The Bird King and other sketches e os Contos dos Subúrbios e encontrámos o fio da meada. As dúvidas desvaneceram-se quando visitámos o site do autor, onde fala detalhadamente de cada uma das ilustrações e de toda a concepção do livro. Onde refere influências e inspirações que vão de Goya a Andrew Wyeth.
Este é um livro que nos aviva memórias. As regras decorrem das vivências estranhas e bizarras de dois rapazes que mantêm uma estreita relação. Embora não se trate de um livro autobiográfico, como o próprio autor afirma, Shaun relembra a relação próxima que mantinha com um irmão mais velho, as brincadeiras e deambulações de ambos pelas paisagens australianas.
Uma história feita de estranhezas, arbitrariedades e até de alguma crueldade, tantas vezes presente no mundo da infância. Mas também de emoções e laços que, cedo, aprendemos a estreitar com o mundo e os outros.
O Verão chegou ao fim. Não sabemos se quebraram as regras. Nós, tal como Shaun, também tememos festas e convenções sociais. Jamais nos passaria pela cabeça comer a última azeitona.
Mas lembrámos alguns dos nossos tornados porque, aqui e ali, sempre pisamos um caracol. Lembrámos, acima de tudo, um tempo simultaneamente ameno e tempestuoso, em que as relações entre pares eram geradoras do conflito e da sua própria resolução.
Afinal, um tempo de cumplicidade. Talvez o único facto real do livro de Shaun, a crer na inversão de papéis com que finaliza a história.
Também não sabemos se compreenderam as regras. Sigam o conselho de Shaun Tan: "O facto de nada no livro parecer inteiramente real, significa que não temos de nos preocupar com um interpretação literal."
O Verão pode ter chegado ao fim, mas as regras perduram. São válidas para pequenos e grandes. Tal como perdurará o livro de Shaun Tan. Vivam os livros!
sexta-feira, 19 de setembro de 2014
terça-feira, 16 de setembro de 2014
segunda-feira, 15 de setembro de 2014
Regressando às aulas
Five little Girls, sitting on a form,
Five little Girls, with lessons to learn,
Five little Girls, who, I'm afraid,
Won't know them a bit when they have to be said.
For little eyes are given to look
Anywhere else than on their book;
And little thoughts are given to stray
Anywhere - ever so far away.
Kate Greenaway, Marigold Garden, ed. Frederick Warne & Co. Ltd.
sexta-feira, 12 de setembro de 2014
quinta-feira, 4 de setembro de 2014
DIREITOS DO LEITOR
Porque se queremos que o nosso filho, a nossa filha, a juventude leiam, é urgente outorgar-lhes os direitos que outorgamos a nós próprios. (Daniel Pennac, in Como Um Romance, Edições Asa).
::: À atenção de:::
Pais, educadores, professores e todos os que de alguma forma dão o seu contributo para a formação de jovens leitores.
Os DIREITOS que ora se elencam são de TODOS os leitores.
Pais, educadores, professores e todos os que de alguma forma dão o seu contributo para a formação de jovens leitores.
Os DIREITOS que ora se elencam são de TODOS os leitores.
1- O DIREITO DE NÃO LER
2- O DIREITO DE SALTAR PÁGINAS
3- O DIREITO DE NÃO TERMINAR UM LIVRO
4- O DIREITO DE RELER
5- O DIREITO DE LER QUALQUER COISA
6- O DIREITO AO BOVARISMO OU DE AMAR OS "HERÓIS" DO ROMANCE
7- O DIREITO DE LER EM QUALQUER SÍTIO
8- O DIREITO DE LER EXCERTOS DO LIVRO
9- O DIREITO DE LER EM VOZ ALTA
10- O DIREITO DE NÃO FALAR SOBRE O QUE SE LÊ