segunda-feira, 30 de abril de 2012

Em Santiago, com Lorca e Zabala

Há uns tempos, cruzámo-nos com Federico Garcia Lorca, ali para os lados do Chiado. Foi na Gatafunho, onde encontrámos  Santiago


                                                   

Santiago é um dos primeiros poemas de Lorca, mas nem por isso nos cansamos dele. Conta o poeta, como só ele sabe,  a visita do apóstolo Santiago  a uma pobre e velha camponesa.

                                                   
O texto poético de Lorca é  marcada por uma cadência rítmica e um fulgor desconcertantes.  E encontra em Javier Zabala o parceiro certo para dotar o livro de uma genialidade que o torna imperdível.  



-Al pasar me miró sonriente
y una estrella dejóme aquí dentro.

-Donde tienes guardada esa estrella?
-le pergunta un chiquillo travieso-.

 -Se ha apagado - dijéronle otros-
 como cosa de un encantamiento?

-No, hijos míos, la estrella relumbra,
que en el alma clavada la llevo. 

                  


La tristeza que tiene mi alma,
por el blanco camino la dejo,
para ver si la encuentran los niños
y en el agua la vayan hundiendo,
para ver si en la noche estrellada
a muy lejos la llevan los vientos.  

  

Santiago foi premiado em Bolonha, em 2008. Mas já em 2005, Javier Zabala tinha recebido igual distinção com o "seu" Don Quijote de La Mancha. É um daqueles ilustradores que os Hipopómatos "perseguem". Achamo-lo simplesmente genial  e fazemos questão de o ter sempre à mão...


A forma como Zabala pega num poema ou numa história e os ilustra confere-lhes uma nova e peculiar identidade. É assim com o poema de Lorca. É assim, igualmente, com a conhecida história de Gianni Rodari, O Homem que comprou a cidade de Estocolmo. 




Gostávamos de o ver mais por cá...

sábado, 28 de abril de 2012

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Guernica, 75 anos

Para relembrar sempre, mas sobretudo para nunca esquecer. Faz hoje 75 anos que a pequena cidade basca de Guernica foi dizimada à força de ataques áereos e bombardeamentos, a mando de Franco, com o alto patrocínio de Hitler e Mussolini.
Numa altura em que a guerra civil de Espanha estava ao rubro, Guernica, situada num vale do País Basco e ponto estratégico para chegar a Bilbao, sofreu este horrendo ataque, a 26 de Abril de 1937, do qual se contam 1660 mortos, milhares de feridos e uma destruição total da área habitacional.


Os Hipopómatos não podiam deixar passar esta data sem falar de um livro marcante, objecto a guardar para gerações futuras. Vêmo-lo como um documento histórico de grande beleza que, sem aligeirar o terror do acontecimento, lhe confere um toque artístico único, remetendo para o sofrimento do grande pintor Picasso, que tão bem soube colocar a sua raiva numa gigante tela, à qual deu o nome de Guernica.


O livro, editado originalmente pela Éditions Michalon, aquando do 70º aniversário do ataque, veio ter às nossas mãos pela Kalandraka espanhola. Da autoria de Heliane Bernard, doutorada em História, conta com ilustrações de Olivier Charpentier. Ao longo da leitura captamos a essência da dor, da violência e da indignação, sentimentos que o ilustrador imprimiu ao seu trabalho.


Num diálogo entre a história de Espanha, nomedamente do episódio que aqui se evidencia, e a história de Picasso e da forma como o pintor sentiu a barbárie de que o seu país estava a ser vítima, esta narrativa respira mágoa e revolta.


Notem-se os pormenores, como o carvalho que existe numa praça de Guernica, árvore sagrada que simboliza a independência basca, que se manteve de pé após o ataque. Incrível!



Picasso, a quem tinha sido encomendada uma pintura de cerca de 8 metros para a Exposição Mundial de Paris de 1937, não consegue abstrair-se das notícias sanguinárias que recebe e o seu ódio para com os acontecimentos reportados fazem-no criar uma obra de homenagem às vítimas, mas também de denúncia da situação política do seu país. O seu quadro Guernica foi colocado no pavilhão espanhol da exposição em 4 de Junho de 1937. Mesmo em frente foi exposto um enorme retrato de Frederico García Lorca, poeta assassinado pelas tropas franquistas em Agosto de 1936.



O livro que aqui vos deixamos ganha ainda pelo enquadramento histórico e a análise ao quadro de Picasso, que surgem no final da narrativa, com fotografias do pintor e dos estudos elaborados para o Guernica. Aqui pode ler-se algo curioso:«Anos máis tarde, em 1940, un oficial nazi alemán contemplando unha reprodución do Guernica pergunta ao artista: «Foi vostede quen fixo isto?»,«Non, vostedes!», responde Picasso.»


«No cadro no que estou traballando e que vou chamar Guernica, e en todas as miñas obras recentes, expreso claramente o meu horror pola casta militar que afundiu España num océano de dor e morte». Picasso

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Feira do Livro de Lisboa

Em dia de celebração, e porque há mais vida no parque, sugerimos uma bela tarde passada na Feira do Livro de Lisboa.


Os hipopómatos já se imaginam a rebolar jardim abaixo, à procura de tesouros escondidos em todos os cantos. Se a chuva se mantiver mansinha, ainda vamos ler ao Tejo.



Para saberem tudo sobre a feira, espreitem aqui.
Bom feriado!

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Un Dia (do livro) com Chiara Carrer

Hoje, no dia mundial do livro, apanhámos O comboio.


Um livro de Silvia Santirosi, ilustrado por Chiara Carrer e recentemente editado pela OQO. Uma viagem a não perder!


E decidimos passar un dia, com a Chiara Carrer.


E que bela homenagem se pode fazer ao Livro, quando através dele conseguimos sentir tudo isto... 


Os Hipopómatos adoram livros. Vocês, não?

quinta-feira, 19 de abril de 2012

A Mascote da Bertrand

Parabéns, Catarina!




Aqui está ela. A mascote escolhida pelas Livrarias Bertrand para chegar junto dos jovens leitores. Leitores de todos os tamanhos foi o concurso lançado aos ilustradores. Das 276 propostas, esta foi a escolhida. É fantástica, não? Só de olhar para ela, apetece ir buscar um livro e começar a ler! De quem é???


Já adivinharam? Pois é, é da autoria da nossa querida ilustradora residente, a Catarina Correia Marques. Os Hipopómatos, que conhecem bem o seu trabalho e o seu talento, estão felizes por ela!


Agora vamos festejar! Até amanhã.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

desacordo ortográfico


Gust becos I cud not spel
It did not mean I was a daft
When the boys in school red my riting
Some of them laffed

But now I am the dictater
they have to rite like me
Utherwise they cannot pas
ther GCSE

Some of the girls wer ok
But those who laffed a lot
have al bean rownded up
An hav recently bean shot  

The teacher who corrected my speling
As not been shot at al
But four the last fifteen howers
As bean standing up against a wal   
He has to stand ther until he can spel
Figgymisgrugifooniyn the rite way
I think he will stand ther foreve
I just inventid today
Brian Pattern

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Palavras para que vos quero

Podíamos fazer justiça ao título do nosso post e não dizer nada. Deixar-vos apenas com as imagens. Mas, confessamos, não conseguimos fazê-lo. O 3º Palavras para que vos quero,  na Biblioteca Almeida Garrett do Porto, foi um ponto de encontro de novos e velhos amigos dos Hipopómatos, sedentos de novidades e prontos para pôr a conversa em dia.
Aqui fica a foto-reportagem:

Sala cheia para passar uma bela tarde.


Conversa com os ilustradores, moderada por Margarida Noronha.


Algumas ilustrações inéditas sobre textos dos Irmãos Grimm.


A nossa favorita, de Marta Madureira.



 
Já no auditório, Rui Spranger lê Manuel António Pina.


Carlos Nogueira faz uma longa exposição sobre os Grimm. Escolhemos esta pela ilustração de fundo. Belíssima!


Alice Vieira a Ana Mardarida Ramos à conversa.



Arrumam-se as ideias e despedem-se os amigos. Até para o ano.


Pedimos desculpa aos nossos leitores pela falta de imagens da mesa com Emílio Remelhe e João Manuel Ribeiro. Tivemos de nos ausentar para apanhar folhas e alimentar os Hipopómatos mais pequenos.