quinta-feira, 9 de junho de 2022

Uma Cor Apenas Sua. Um verão com sabor a livros


 






















Uma Cor Apenas Sua | Leo Lionni | Kalandraka


Para as crianças, os livros de Lionni não têm idade. Pouco importa que o seu pequeno camaleão conte já mais de quarenta anos. A genial e inspiradora simplicidade que percorre toda a sua obra fará sempre as delícias dos mais pequenos. Para nós, a chegada de mais um livro em portugês do autor de Frederico ou do Pequeno Azul e Pequeno Amarelo, não pode deixar de ser festejada.












O pequeno camaleão não acha grande piada ao facto de mudar permanentemente de cor. Percebe que é diferente de todos os outros com quem se vai cruzando. Os elefantes são cinzentos, os porcos cor-de-rosa... só ele não tem uma cor própria. Mudar de cor consoante o lugar onde possa estar não é algo que lhe agrade ou que pareça compreender. E, muito menos, o facto de isso só acontecer com ele. Definitivamente, não se sente bem na sua pele.

















Inconformado com a sua aparência, não desiste da ideia de  ter uma cor própria. Afinal,  como  todos os outros. É assim que, um dia, sentado na cauda de um tigre, toma a decisão que julga solucionar todos os seus problemas de identidade. Muda-se definitivamente para uma folha verde, garantindo que assim terá uma cor só sua. A solidão não é coisa que importe. Dali não  irá arredar pata, agora que é só verde.











Os mais pequenos simpatizam com ele. Chegam mesmo a esboçar alguma solidariedade pelo seu inconformismo e determinação. Mas, a mãe natureza acaba por trocar as voltas ao nosso protagonista.  Enquanto os pequenos leitores assistem ao decurso das estações do ano, assinaladas pela mudança de tom das folhas,  o camaleão volta a mudar de cor. O verde acaba por ceder lugar às tonalidades mais amarelecidas do outono, mais tarde substituídas pelos tons escuros do inverno... 










Os problemas de aceitação da sua aparência só parecem terminar quando encontra outro camaleão e percebe que não é o único diferente. Mais velho e mais sábio, o companheiro demonstra-lhe que, juntos, podem ultrapassar qualquer obstáculo, pouco importando a diversidade de cores que a natureza lhes queira emprestar. Bem ao jeito de Lionni, esta é uma fábula sempre actual, onde os dois camaleões vivem felizes para sempre. Atrevemo-nos a dizer que felizes serão, também, as crianças que os visitarem. Independentemente da sua cor de pele.


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