sexta-feira, 15 de outubro de 2021

As Estações


 






















Intemporal. A obra e a sua autora, Iela Mari. Quando pensamos em livros só de imagens, os dela invadem-nos a cabeça. Tendo chegado a Portugal pela mão da editora Sá da Costa, com o título A Árvore, este livro voltaria a ser editado, em 2009, pela Kalandraka, como As Estações. Há muito esgotado, a sua recente reedição não pode deixar de ser festejada.












Uma narrativa exclusivamente visual em que o ciclo da vida e as suas transformações são apreendidos por leitores de todas as idades. No centro da história, a árvore desempenha o papel principal. Do seu lugar, assiste à viagem do tempo e aos fenómenos daí decorrentes. À volta dela há outras vidas. Um esquilo, pássaros, sementes, insectos... Todos dão o seu contributo à história. Adivinhamos o momento em que chegam, em que partem, quando acordam, quando hibernam, quando florescem... mas há um tempo em que todos desaparecem de cena, se secundarizam. Ela permanece.












Há momentos em que é abrigo, aconchego, fonte de alimento... Outros há em que fica sozinha. Despida, apenas com alguns ramos, coberta pelo seu manto verde ou adornada com as deslumbrantes cores outonais... É esta mudança cromática que anuncia a passagem do tempo, a mudança. As cores que, imponentemente, exibe revelam ao leitor as estações do ano.












A vida vai decorrendo. A mãe natureza tem o seu ritmo. Estática, a árvore assiste ao tempo que o tempo tem. E nós visitamo-la vezes sem conta. Em qualquer estação do ano.


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