quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Menino, Menina. E se ler um livro por dia fôr uma vacina contra a pandemia?

4. Menino, menina, de Joana Estrela | Planeta Tangerina

A estranheza dos dias que correm não se deve apenas à pandemia. O mundo parece atacado de  alguns "vírus" de índole diferente, assentes no ódio, na mentira, na maldade... Cada vez é mais urgente transmitir às nossas crianças os valores que alicerçam um mundo livre, justo e igualitário. Consolidá-los juntos. Quando um livro nos ajuda a fazê-lo, de forma simples e aberta, só podemos aplaudir. É o que acontece com o livro que escolhemos hoje, da autoria de Joana Estrela e editado pelo Planeta Tangerina, um lugar onde um livro nunca é só um livro. Começando por introduzir a questão da identidade, à medida que lhe vamos virando as páginas ele transforma-se numa celebração da diversidade, da liberdade, do respeito por cada um e por todos. 

As perguntas são lançadas. Algumas, já as ouvimos até à exaustão. Menino ou menina? Azul ou rosa? Calção ou vestido? Mas depois vêm as outras, as que nos fazem pensar. Precisas de saber se é rapariga ou rapaz? E se não é nem uma coisa nem outra?


Menino ou menina, rapariga ou rapaz, homem ou mulher? As perguntas pedem reflexão. Poderá aquilo que somos ser assim tão redutor? Não seremos todos  a soma de muito mais do que isso? A autora acompanha-nos. A espaços, vai deixando a sua opinião. Num registo puro e genuíno, com que os seus leitores rapidamente se identificam.

Um registo que se estende às ilustrações. Estrela já nos habituou ao seu traço de menina onde os mais novos facilmente se revêem e que continua a encantar os leitores mais crescidos. Dono de  uma boa dose de sensibilidade e algum humor, este é um livro para entrar de mãos dadas com a pequenada. Dito de outra forma, é uma lufada de ar fresco  de que bem precisamos. 



 
Menino ou menina? E se não é nem uma coisa nem outra? Uma coisa parece certa. A resposta não está debaixo da roupa.

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