Os Pássaros, de Germano Zulo e Albertine, recentemente publicado em Portugal pela Orfeu Negro, é um livro repleto de poesia. Apetece mesmo dizer que este é um poema maravilhosamente ilustrado. Nestes dias inquietos, faz -nos repensar na importância das coisas. Porque, às vezes, basta uma pequena, pequenina coisa acontecer para o mundo se tornar melhorar.
O deserto é o cenário. As suas cores e o azul do céu pintam o livro da primeira à última página. Pelo meio, vemos surgir um camião vermelho. Primeiro, ao fundo, agora já mais próximo. Interrogamo-nos sobre o que fará por ali. O mistério adensa-se quando o vemos parar à beira de um precipício. De dentro sai o homem que o conduz. Encaminha-se para a parte de trás. Que irá ele fazer no meio do deserto?
O homem abre as portas e deixa sair um enorme bando de pássaros. São lindos, de todas as cores e feitios. Tal como ele, contemplamos os pássaros até se perderem no horizonte. As poucas e curtas frases que percorrem o livro, apenas em algumas páginas, dão-nos conta que há dias que são diferentes, embora pareçam iguais aos outros. Só parecem. Porque, na verdade, eles têm qualquer coisa a mais. Uma coisa pequena.Um pequeno nada em que, normalmente, não reparamos.
É aí que o vemos. Um pequeno pássaro preto. Não saberá voar ou estará apenas relutante em ir? A sua expressão indicia um certo apego ao amigo que lhe restitui a liberdade. Como se não quisesse perdê-lo. A cumplicidade entre os dois torna-se óbvia. Sem necessidade de palavras. A esta altura, o leitor também já se tornou amigo deste homem, de quem desconhece o nome ou qualquer outro detalhe da sua identidade. Ou da sua vida. Como acabará a história?
Este é um livro feito de pequenas coisas que são grandes coisas. Um tesouro, à espera de ser descoberto. Aventurem-se.
Ooooh....eu quero descobrir ❤
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