sábado, 7 de julho de 2018

Canções do Ar e das Coisas Altas



Somos méssederianos convictos. Prosa ou poesia, a escrita de João Pedro Mésseder tem o dom de nos enfeitiçar, levando-nos a sugar cada palavra. Mestre em manusear as  palavras, o autor parece brincar com elas a tempo inteiro. Joga-as. Num jogo que conhece bem, mas onde o resultado nunca deixa de surpreender o leitor. 


Magia e mestria passeiam-se de mãos dadas pela sua  escrita. Uma escrita sem idade, ponto de encontro de pequenos e grandes leitores. Talvez porque nela entrem coisas de todos os dias. Talvez porque nela se retrate, com chama, a vida. Recriada com tamanha perícia que quase parece inventada por ele.


É uma escrita intensa, plena de sentidos,  de trocas... O amor sentido pelas palavras, por cada palavra, envolve o leitor numa espécie de cúmplice coabitação com o escritor. As metáforas povoam-lhe o universo, mas apresentam-se delicadas, como maçãs vermelhas em ramos de poemas.



Nos Hipopómatos, há um enorme e sempre crescente clube de leitores de Mésseder. De todas as idades. Os mais pequenos tratam-no por tu, como se fosse da família. Pulam de alegria quando vêem um novo livro nas estantes da casa. Os adultos abrem-no. Mais do que uma vez. Às vezes, emocionam-se. Não raro, perguntam: "Vocês leram isto? É muito bom!"



Serão só palavras?

   Subo à palavra torre
       e desço à palavra cave,
   a seguir levanto voo, 
      e plano na palavra ave.


Canções do Ar e das Coisas Altas é o quinto livro (de todos já falámos por aqui) de uma série em parceria com a ilustradora Rachel Caiano, publicada pela Caminho. O traço de Caiano, as suas figuras únicas, os rostos de meninos que são só dela confraternizam com as palavras do escritor com idêntica e genuína delicadeza. Parceria de sucesso, escritor e ilustradora parecem combinar-se para nos encantar sempre um pouco mais a cada novo livro. 


Nuvens, pardais, vento, sol, luas, ladrões de nuvens, duendes, fadas... e essa homenagem a Vinicius de Moraes! É tanto o que nos encanta, a nós, Hipopómatos na Lua, nestas Canções do Ar e das Coisas Altas! Experimentem. Não encontramos melhor razão para vos ver de cabeça no ar.

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