Rachel Caiano |
sexta-feira, 28 de abril de 2017
quinta-feira, 27 de abril de 2017
Leituras de Fora. La Mujer de la Guarda
Misterioso, inquietante, único e surpreendente. De uma beleza enigmática, oito páginas duplas de ilustrações marcam o inicio e o final do livro. No meio, cerca de cinquenta páginas narram uma história feita de realidade e de poesia.
Contada pela voz da avó de Jacinta, através dela presenciamos o primeiro encontro entre Jacinta e a mulher do cavalo azul. Ténue e ao mesmo tempo intenso, é nesse azul que a menina parece reencontrar-se, contando a sua solidão, a falta que o pai refugiado no trabalho lhe faz, a saudade que sente da mãe... Sim, concordamos com Jacinta, as mães não deviam morrer.
.
Tivemos o privilégio de conhecer Sara Bertrand na apresentação do livro, na livraria Fabulosa, em Madrid. O livro já estava esgotado, mas ela desdobrou-se para que conseguíssemos trazer um exemplar para Sintra, para Portugal. Nós ficámos imensamente gratos.
Este é um livro para ler, tocar, sentir... Venham e sintam-se abraçados de azul.
terça-feira, 25 de abril de 2017
sábado, 22 de abril de 2017
sexta-feira, 21 de abril de 2017
Se as Maçãs Tivessem Dentes
Se as maçãs tivessem dentes... se as melancias fossem emplumadas... se as tartarugas fossem galinhas... se um caracol entregasse o correio... Disparates, dirão vocês!
Se as maçãs tivessem dentes... Pois leiam o livro com as crianças, riam, e as coisas serão diferentes!
Rapidamente os petizes memorizam as rimas e não se cansam de repetir coisas absurdas:
Se os cogumelos tivessem cabelos, ninguém ia querer comê-los.
Se pudessem ficar fora dos pratos, os peixes ficariam muito gratos.
Se vestisse um camisolão, o rinoceronte fazia um figurão.
Os jogos de palavras e as situações disparatadas aparentam ter o efeito de desbloquear a imaginação dos mais pequenos, que não resistem a inventar o inimaginável.
O nonsense do texto parece estender-se às ilustrações. Da autoria do lendário designer Milton Glaser, criador do famoso logo I love NY, elas deslumbram pequenos e grandes leitores. Até nos apetece dizer que se o livro agora editado pela Bruaá fosse receita, curava muita maleita.
Se pudesse ler como toda a gente, o canguru dava saltos de contente. Esperamos que já estejam a saltar aí por casa!
terça-feira, 18 de abril de 2017
QUEBRA-CABEÇAS. APROXIMA-TE!
Vimo-lo pela primeira vez em Lisboa, na Ilustrarte de 2014. Foi amor à primeira vista! Rendemo-nos de imediato ao fabuloso trabalho e à genial criatividade do argentino Diego Bianki. Voltámos a cruzar-nos em diferentes lugares. Sempre com o mesmo fascínio. Abrimos e fechámos o desdobrável que o integra vezes sem conta!
Quando, no ano passado, o vimos ser premiado em Bolonha sorrimos pela justeza do prémio. Hoje, é com alegria que dizemos: já chegou a Portugal!
Pela mão da Kalandraka, já quebra-cabeças nas nossas livrarias.
Recuperar, reciclar e reutilizar é o mote para o magnífico e original trabalho que Bianki realiza com caixas de cartão. Muitas. Que pinta e desenha, ordenando-as posteriormente como quebra-cabeças. O processo artístico é partilhado no final com o leitor para que o possa repetir, ou melhor, continuar. Temos certeza que serão muitos os artistas a deitar mãos à obra em casa!
Mas esse é apenas o ponto de partida. Porque maravilhosas são, com efeito, a originalidade e a surpresa que nos aguardam a cada página. Estamos longe de suspeitar da sua existência quando tocamos o livro pela primeira vez ou nos quedamos pela capa.
Recuperar, reciclar e reutilizar adquirem uma outra dimensão, uma outra identidade: Incluir, não discriminar, respeitar a diversidade. Compreendemos bem a Menção Especial na categoria de "Disability" atribuída pelo júri de Bolonha.
Neste delicioso livro/jogo, esta é a fórmula encontrada para falar de temáticas como a inclusão, a não discriminação ou a diversidade.
Apesar de sermos muitos, há algo em que somos todos iguais: SOMOS TODOS DIFERENTES. E ainda que não exista um número onde caibamos todos, existe uma palavra onde nos podemos encontrar: NÓS
sábado, 8 de abril de 2017
quarta-feira, 5 de abril de 2017
Aquário. Ou a História de Um Peixe Chamado Liberdade
Aquário conta a história de uma menina que vive junto a um lago e com ele mantém uma estreita ligação. Contemplá-lo, observar a vida que nele corre, os seus habitantes, a sua imensidão, parece coisa de todos os dias.
É num desses momentos que se dá o encontro com um pequeno peixe vermelho, por quem se encanta. Determinada a preservar o novo amigo, a decisão de o levar para casa é imediata.
Habituada que está a observar a vida destes seres, a menina sabe que o novo habitante que recolhe em casa requer alguns cuidados... E não perde tempo a criar as condições necessárias para que o pequeno peixe vermelho possa ser feliz no novo habitat.
É chegada a hora de pôr em prática todos os conhecimentos provenientes das muitas horas de contemplação. Ao longo de várias páginas, vemos nascer e crescer um sofisticado e imaginativo mundo aquático que ela pretende partilhar com o novo amigo. Um gigantesco aquário onde tudo é feito à medida da felicidade pretendida para o pequeno peixe...
Aquário, da autoria da argentina Cynthia Alonso, editado pela Orfeu Negro, é uma maravilhosa história sem texto, onde as imagens contam não só o que vemos como também o que intuimos. Característica dos livros só com imagens, aqui a liberdade criativa do leitor não tem limites. A paleta de cores alegres e fortes, com predominância do azul/água, o mundo aquático, o formato do livro e diversos outros elementos, de que destacamos o vestido com desenhos de peixinhos vermelhos usado pela protagonista, contribuem para que este seja um livro de sucesso garantido junto de miúdos e graúdos.
A temática e o final da história não nos deixam ter este Aquário na mão sem nos lembrarmos da similitude com outra história, igualmente maravilhosa, da autoria de Jimmy Liao, O Peixe que Sorria, de que falámos aqui.
Em ambos, a amizade fortalece-se deixando prevalecer outros valores como a liberdade e o respeito pelo outro. Não hesitem. Mergulhem!