terça-feira, 29 de novembro de 2016

Um Dia de Loucos, Trinta Ossos Duros de Roer


Há coisas da bruaá! É o que nos apetece dizer quando pomos as mãos neste magnífico livro com que a editora acaba de nos presentear. Um Dia de Loucos, Trinta Ossos Duros de Roer, da autoria do filósofo alemão Walter Benjamin, é aqui ilustrado por Marta Monteiro, num registo inconfundível e fabuloso a que já nos habituou. 


Walter Benjamin, filósofo e ensaísta alemão de origem judaica, de quem sempre lembramos o magnífico Berlin Childhood Around 1900, dedicou alguns anos à rádio, onde mantinha um programa para crianças, cujos textos viriam mais tarde a ser compilados. Um Dia de Loucos foi a história transmitida na Rádio de Frankfurt em 6 de Julho de 1932.


Hilariante, divertido e muitas vezes sem sentido... O aviso chega logo no inicio: na história que vamos ler, muita coisa não bate certo. Mas daremos todos por isso?


15 erros, 15 perguntas. É o que temos de encontrar. A esta altura, já devem estar munidos de lápis e papel, mas não esqueçam que a cabeça é fundamental. Porque, segundo o autor, nesta história o mais importante é pensar.


Com um início surreal, a história começa a desenrolar-se a partir de um enigma que Bruno pensa só conseguir desvendar com a ajuda do amigo António, um Professor Distraído, grande fã das adivinhas e que acaba sempre por resolvê-las.

Qual é a coisa, qual é ela, 
o camponês vê-o muitas vezes, o rei poucas, e Deus nunca? 


Bruno decide, então, ir ter com o amigo, que deveria estar na escola. O percurso que se pensava curto e o encontro que se julgava quase imediato são substituídos por uma série de desvios e peripécias que o próprio vai narrando e que dão origem,  a cada dupla página, a um novo enigma, a uma nova adivinha. E desengane-se o leitor adulto, se os pensa de fácil resolução.



A cada nova pergunta, Bruno responde invariavelmente da mesma maneira: Pois é, isso também eu gostava de saber. E o dia, esse, foi mesmo de loucos! 


Um delicioso livro/jogo que encantará miúdos e graúdos, pronto a ser consumido nos serões em família que se avizinham. 

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