sexta-feira, 29 de abril de 2016

quarta-feira, 27 de abril de 2016

O Recado de Rosie e A Impossibilidade de Não Ser Sendakiano


A infância passada em Brooklyn terá inspirado Maurice Sendak a escrever esta hilariante e sempre actual história sobre as brincadeiras de um grupo de crianças vizinhas. O inesgotável poder de imaginação destas criaturas leva-as a encontrar formas fabulosas e desconcertantes de ocupar o tempo. E conduzem-nos a nós, leitores crescidos, a lugares onde já fomos meninos.



Há três anos escrevíamos aqui sobre um dos livros de Maurice Sendak que nos acompanha desde sempre e pelo qual nutrimos um carinho muito especial. Hoje, a boa notícia é que The Sign On Rosie's Door, no título original, chegou finalmente a Portugal! Entrapámo-nos e festejámos! Mais uma vez, dizemos: Obrigada, Kalandraka!



Um livro onde o real e a fantasia se baralham e misturam como só é possível no mundo da criança. Onde Sendak fala de crianças reais com quem se terá cruzado e que, de alguma forma, simbolizaram figuras lutadoras e inconformadas. Não deixem de espreitar! Espreitem igualmente o vídeo onde Meryl Streep fala de O Recado de Rosie. Uma bonita homenagem a Sendak,  no seu  80º aniversário. 

quarta-feira, 20 de abril de 2016

De Umas Coisas Nascem Outras




Era uma vez uma semente de trigo que um dia se descobriu pão. 
Era uma vez um pé de alfazema que um dia se descobriu perfume. 
Era uma vez uma árvore que um dia se descobriu violoncelo.
Era uma vez uma menina que um dia se descobriu mãe. 


Porque De Umas Coisas Nascem Outras. Estes são apenas alguns exemplos de coisas que, no  tempo de todos os dias, se tornam outras coisas. João Pedro Mésseder escolheu-as, mais uma vez. Às coisas. Para nos falar de transformação, de tempo, da vida. Rachel Caiano ilustra-as magistralmente. Da harmoniosa sintonia entre a imagem e a poesia das palavras, nasce um livro singularmente belo.


À semelhança de Tudo É sempre Outra Coisa, o segundo livro desta série de que falámos aqui, o leitor pode começar por qualquer página... E encantar-se com o tanto que descobre  sobre as coisas. Do mesmo modo que nos enamorámos pelo Pequeno Livro das Coisas, vencedor do Prémio Bissaya Barreto 2014, e que mostrámos aqui.

É nos dias de chuva que os poemas com sol lá dentro ganham forma nos cadernos dos poetas.
O clarinete baixo soa sempre como o instrumento mais sábio e idoso da orquestra.
No tabuleiro de xadrez desenrola-se uma batalha silenciosa.


Um livro onde há prosa que parece poesia e poesia que parece prosa.

O sapato velho: que porta-memórias!
Porque veem bem no escuro, os gatos não têm medo das suas próprias imaginações noturnas, ao contrário dos homens.


De Umas Coisas Nascem Outras.  Da sua leitura, nasce outra e mais outra, e ainda outra... As palavras do poeta fervilham-nos na cabeça. As imagens perduram dentro de nós.  Era uma vez um livro que um dia se descobre elemento imprescindível  na mesa de cabeceira de qualquer leitor.


Amanhã será mesmo outra coisa! João Pedro MéssederRachel Caiano estarão na Casa dos Hipopómatos para apresentar o livro. Para falar de coisas. De como de umas nascem outras. Estão todos convidados. Apareçam!


sexta-feira, 15 de abril de 2016

O Sr. Tigre Torna-se Selvagem. GRRR!


Inconformado, irreverente, corajoso, selvagem...  O Sr.Tigre há já algum tempo que corre pelas nossas livrarias e nós congratulamos-nos com isso! Viva o Sr. Tigre! 


O Sr. Tigre vive numa pequena cidade, onde todos aparentam estar bem e viver satisfeitos com o seu estilo de vida. Todos, menos ele! Uma dupla página monocromática, onde sobressai o distintivo cor-de-laranja do Sr.Tigre, é a fórmula encontrada por Peter Brown para nos mostrar o conformismo da maioria e a insatisfação da nossa personagem.


O Sr. Tigre recusa-se a aceitar a vida demasiado séria, aborrecida e cheia de regras em que se traduz o dia a dia na sua cidade.  A cor-de-laranja revela a sua insatisfação.
Queria mais… queria divertir-se, estar à vontade, queria ser selvagem… 


"Por favor, meninos, não se portem como animais selvagens."
No dia em que ouviu a reprimenda dirigida aos mais pequenos ... não hesitou! Algumas páginas depois, o resultado é visível. O Sr. Tigre rompeu com as convenções, furou as regras e mandou as aparências às urtigas. Desfez-se da roupa, correu, saltou, experimentou as quatro patas. O Sr. Tigre encontrou-se com ele mesmo!


Ia ficando cada vez mais selvagem e os amigos cada vez mais confusos! Um dia consideraram que ele tinha ido longe demais!
"Se quer mesmo portar-se como um selvagem, vá para a SELVA!" O 
Sr. Tigre não se fez rogado!



A experiência foi libertadora mas, à semelhança de outras inesquecíveis passagens pela selva, como a que Sendak e Max nos proporcionam em Onde Vivem Os Monstros,  as  saudades dos amigos, da casa e até da cidade falaram mais alto.



O regresso do Sr. Tigre acaba por ser surpreendente... As coisas tinham mudado por ali! E de que maneira!! 
O humor está presente nos pequenos detalhes, mas isso é algo a que Peter Brown já nos habituou. A irreverência e o humor aliados a uma fina sensibilidade são características que sempre encontramos na obra deste autor. Temos ainda bem presentes as sonoras gargalhadas que demos com A Minha Professora É Um Monstro, o último livro publicado entre nós, igualmente pela Orfeu Negro. Dele falámos aqui. As semelhanças são, aliás, muitas. 



O que não é surpresa alguma é o facto de o livro ter arrecadado uma mão (ou uma pata) cheia de prémios! Brown dedica o livro a todos os tigres do mundo. Hoje, somos tigres. GRRR!

quarta-feira, 6 de abril de 2016

O Homem de Água Está de Volta


Alguém tinha deixado a torneira aberta. O dono da casa nunca mais voltou, sabe-se lá por onde andaria.



Por fim, aconteceu que a água, ao acumular-se, transbordar, derramar-se por todo o lado, fez nascer um homem, um homem alto, azul, transparente e cristalino.


Já anda pelas livrarias a segunda edição de um livro que nos apaixonou aquando da sua primeira edição pela Kalandraka, em 2009. Com texto do italiano Ovo Rosati e ilustrações de Gabriel Pacheco, de quem somos admiradores confessos, O Homem de Água é um  livro de extrema e singular beleza.


Um hino à diferença, entoado através das sucessivas e absurdas reacções de intolerância de que aquela é, em regra, geradora. 

- Só que não pode andar por aí a molhar tudo, é ilegal!
- Chamem a polícia - gritavam as pessoas -, lá vai esse, que é feito de água, e que anda por aí a salpicar tudo.
- Tape-se - diziam-lhe-, vista-se, tente congelar-se, talvez assim se torne uma pessoa normal.


Uma história marcada, a um tempo, pelo contraste do azul de que é feito o homem de água, pela pureza e pela transparência que simboliza. A outro, pela intransigência e pelo medo que vai despoletando.



A poesia do texto é enaltecida, a cada dupla página, pelas maravilhosas e singulares ilustrações de Pacheco, num livro que é, certamente, um dos seus trabalhos mais conseguidos.


Esguia, alta, elegante, cristalina... a figura do homem feito de água vai conquistando os que com ele se cruzam tal como já conquistou o coração dos leitores. A generosidade e o desinteresse das suas acções acabam por falar mais alto junto de todos os que vai ajudando. As crianças desbravam caminho. 


A seu tempo finalista dos prémios Andersen, este é um livro para beber avidamente a cada gota de azul.  Ficamos felizes com o seu regresso!


sábado, 2 de abril de 2016

Dia do Livro Infantil


É hoje! E todos os dias.



Este ano, a mensagem do IBBY Internacional chega do Brasil. Era uma vez... assim começa a história assinada pela escritora Luciana Sandroni. O cartaz é de autoria do conhecido Ziraldo. Por cá, o cartaz comemorativo da data tem marca Afonso Cruz.
Os Hipopómatos celebram o dia com um "geocaching" de livros espalhados por alguns dos lugares mais mágicos de Sintra. 
Boas Leituras & Bom Fim de Semana!

 Cheon Yooju