Basta que ponhas os óculos mágicos para descobrires o mundo imaginário e fantástico deste pequeno herói. Um rapaz invisível que se passeia pelas páginas do livro , conseguindo ver coisas que não estão ao alcance das outras crianças.
Quando chegarem ao final, recomecem a leitura. Desta feita, sem os óculos. A história é, agora, outra. A de um rapaz que se julga invisível, mas não é. Um livro, um par de óculos, duas histórias. O Meu Irmão Invisível revela-se um exercício de genuína criatividade e um magnífico exemplo do muito que se pode fazer com o objecto livro.
Ana Pez joga com as cores e com algumas técnicas para conseguir o surpreendente resultado. A paleta utilizada assenta nas tonalidades laranja, azul e preta. Quando colocamos os óculos vermelhos, tudo o que está a laranja torna-se invisível e o azul cede lugar ao preto, mudando por completo as imagens que vemos. Algo extensível tanto às ilustrações como ao texto.
Com os óculos mágicos, também o leitor vê coisas invisíveis... Ou se preferirem, bem diferentes das que na verdade existem nas páginas do livro. Numa viagem narrada pela irmã, o rapaz invisível passeia-se por entre animais ferozes, cruza-se com dragões e dinossáurios, convive com robôs e astronautas no espaço, desce às profundezas do mar...
Mas quando deixamos os óculos de lado e olhamos para os lugares que o rapaz atravessou e as criaturas com que se cruzou, o espanto agiganta-se. Um hipopómato mais pequeno exclamava enquanto ria "Oh! Afinal ele só esteve aqui?"
A palavra chave é invisível. Os mais pequenos, também eles mestres nesta arte, identificam-se de imediato com o pequeno herói. De óculos bem coladinhos à cara, seguem-no página a página num coro de exclamações. Que parece avolumar-se quando deixam os óculos de lado e partem para a segunda leitura...
O Meu Irmão Invisível, agora editado pela Orfeu Negro, foi distinguido com uma Menção Especial na Feira do Livro de Bolonha 2015, na categoria Opera Prima e com a Menção Honrosa do V Catálogo Iberoamericano de Ilustração. Para saberem mais sobre o livro e o seu projecto de concepção, a influência de Munari no trabalho da autora ou até as semelhanças do pequeno herói com com a figura de Mário Bros, dêem um pulo até aqui, ao blogue PictureBook Makers.
Este livro tem um aspecto delicioso. Obrigada pela dica!
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