quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Gustave e a Eterna Biblioteca



Pierre Pratt é o autor deste magnífico e delicioso cartaz, que assinala a realização do 13º Encontro Eterna Biblioteca, a decorrer, em Sintra, amanhã e Sábado. Um evento que aplaudimos e que este ano reúne um verdadeiro elenco de luxo! Inês Fonseca Santos, Rita Taborda Duarte, André da Loba, João Paulo Cotrim... são apenas alguns dos nomes que marcam presença. Podem ver o programa aqui


Em simultâneo, será inaugurada no MU.SA, Museu de Artes de Sintra, uma exposição de ilustrações de Pierre Pratt, aberta ao público até Janeiro. Vamos? 





Porque somos fãs do seu trabalho, hoje não resistimos a partilhar um dos seus livros de que tanto gostamos, Gustave, com texto de Rémy Simard e edição de Les Editions de La Pastèque.


A história é narrada por  um pequeno rato, aparentemente salvo in extremis pela bravura do seu melhor amigo, Gustave. O gesto nobre e heróico do amigo, que enfrenta  sozinho um perigoso gato, permite-lhe a fuga mas deixa-lhe a solidão e a tristeza. Obviamente, Gustave perde o combate. 


Com um início marcante, as páginas seguintes parecem acolher a profunda tristeza e toda a  profusão de sentimentos que o terrível desaparecimento de Gustave provocam no pequeno narrador. Pratt utiliza uma paleta em que predominam o negro e o azul para nos transmitir a atmosfera sombria, marcada pela dor vivida pelo pequeno rato, que acaba deambulando  penosamente por entre paisagens múltiplas.


Para além da tristeza e da dor da perda do seu melhor amigo, o pequeno enfrenta ainda outros conflitos, retardando a hora de voltar para casa, onde encontrará uma mãe que avisara várias vezes sobre a existência do Gato e dos perigos que corriam se se afastassem muito de casa. Ignorar esses alertas tinha tido um preço demasiado elevado...



As ilustrações de Pratt fazem-nos acompanhar cada passo do pequeno solitário, ouvir cada pensamento...Os jogos de sombras e de cor, nomeadamente o feixe amarelo que ilumina o caminho até à porta, conferem-lhes uma genial dimensão, levando o leitor a demorar-se solidariamente em cada página.



A mãe parece já ter adivinhado o sucedido e delineado um plano para suavizar a dor do pequeno rato. E que plano!


Uma curiosa abordagem de uma temática sempre difícil,  a perda de um amigo, magnificamente ilustrada por Pierre Pratt. Como sempre que contemplamos o seu trabalho, primeiro olhamos.


Depois, apaixonamo-nos!


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