terça-feira, 14 de janeiro de 2014

BOA NOITE, MOCHO!


Um passeio pelo campo, o prazer de escutar alguns dos seus habitantes... e, no regresso, a casa fica cheia de cucos,  corvos, pintarroxos e outros que tais. Com efeito, durante dias e dias, a criançada imita e repete vezes sem conta os sons da bicharada que habita em Boa Noite, Mocho


A aparente simplicidade da história é atestada pela existência de uma única árvore como cenário onde se desenrola toda a acção. Mas é uma árvore onde nos apetece ficar todos, pequenos e grandes leitores! 



É nela que o Mocho se prepara para dormir quando abelhas, esquilos, pardais e muitos mais começam a chegar... Página a página, os ramos vão sendo ocupados e a árvore vai ficando cada vez  mais preenchida, cheia de vida e de habitantes que nos são familiares.

Os olhos do Mocho alertam os mais distraídos para o lado da árvore em que se instalam os recém-chegados.

Alheios à vontade do Mocho de iniciar o seu sono (dormir de dia não é tarefa fácil...), em cima da árvore cada um parece ter a sua missão. A pequenada vai ouvindo e, algum tempo depois, todos sabem zumbir, grasnar, chilrear, arrulhar...


À medida que vamos lendo a história,  parecemos ficar contagiados pelo  desejo de manter o Mocho acordado... Os mais pequenos não resistem, como não resistem igualmente a uma boa gargalhada no final. 


Ao ritmo de uma onomatopeia por página, quase sem darmos por isso, o conto transforma-se em canto. O fenómeno da repetição, tão do agrado dos pré-leitores, conduz a um jogo de memória revelador de que ninguém perdeu pitada...


Pat Hutchins é uma autora que persiste em encantar-nos com histórias que, envoltas numa aparente simplicidade, se revelam de uma excepcional criatividade. Impossível esquecer O Passeio da Dona Rosa, igualmente editado entre nós pela Kalandraka.



Oh, gostámos tanto que nos aventurámos a procurar mais alguns habitantes para a árvore. Desculpa, Mocho!


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