terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

O sonho de Mateus

Mateus nasceu pobre. À semelhança de todos os pais, também os dele anseiam por um futuro melhor para o pequeno rato. Gostariam que fosse médico, garantia de que o queijo parmesão não lhes faltaria na mesa. Mas quando lhe perguntam o que quer ser quando for grande, Mateus só tem uma certeza, quer ver o mundo
Uma visita ao museu, com a escola, muda-lhe a vida. Mateus descobre que o mundo inteiro está ali, bem ao alcance dos seus olhos.
Uma visita partilhada pelos pequenos leitores que, juntamente com Mateus, podem usufruir de uma fabulosa lição de arte. De uma forma só ao alcance de alguns, dos génios, Leo Lionni conduz os visitantes do museu pela história da arte.
Ao retrato do Rei Rato IV e à deliciosa natureza morta iniciais, vão-se juntando outros   quadros, magníficos exemplares de correntes como o impressionismo, o cubismo ou o surrealismo...

                               

Não é pois, de espantar que, no decurso da visita, Mateus se apaixone. Pela arte e por Nicoleta, uma ratinha, também ela deslumbrada pela beleza de tudo o que os olhos enxergam.
Nessa noite, Mateus sonha que, na companhia de Nicoleta, se passeia num imenso e fantástico quadro. Ao som de uma música longínqua, as cores dançam em seu redor e ele sabe que quer ficar ali para sempre.

Quando desperta do sonho, Mateus continua a ter de enfrentar a dura realidade que é a sua vida, mas  já sabe o que quer ser! Alimentado pelo sonho, torna-se pintor. Um pintor famoso. O seu maior quadro, onde pinta os sóis e as luas que, no sonho, dançaram ao som da música longínqua, ocupa lugar no museu.  
                           
E porque sonhar não tem preço, também nós sonhamos que, um dia, todas as crianças possam crescer familiarizadas com a arte. E que saibam que através dela podem, livremente, transformar-se a si e ao mundo em que vivem.


Com recurso à técnica da colagem e a uma magnânima  componente pictórica que se destaca no fundo branco das páginas, Lionni conta-nos uma história que tem muito de si próprio. Também ele soube, em criança, que queria ser artista, tendo passado muito do seu tempo em museus.

                                     

Leo Lionni, de quem já falámos aqui, é, sem dúvida, um  dos nomes mais amados da literatura infantil. Este é um dos seus livros de que mais gostamos e que há muito   sonhávamos poder ler em português. Obrigada, Kalandraka!

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Era Uma Vez Um Cão

TCHARAN!

Era Uma Vez Um Cão que esteve quase a não ter história! Porquê? Ora, porque há muitos pais que não sabem histórias sobre cães... É o caso daquele a quem, no livro escrito por Adélia Carvalho, é pedido para contar a uma história.


É claro que sabe muitas outras, como a do jacaré que só tinha um pé, a do leão que tinha muita comichão, a do porco que tinha o nariz torto ou a da vaca que cheirava a caca... 

 
Mas de que serve isso, quando página a página, o pedido formulado é sempre o mesmo:
- A do jacaré não, quero a do cão.
- A do cão não sei.
- A do leão não, quero a do cão.
- A do cão não sei.

O desfile de animais vai acontecendo ao mesmo tempo que as rimas se sucedem repetida e ritmicamente ... Mas  não são uns animais quaisquer, uma vez que são desenhados por João Vaz de Carvalho. São fantásticos! 

A história até pode vir a ser do cão, mas nela não falta um burro que sabia tudo, uma serpente que só tinha um dente e um peru que, em vez de dizer eu, dizia tu. 

Uma história atravessada da primeira à última página por um pequeno cão, que num processo mimético vai construindo a sua própria história até atingir o protagonismo final. Afinal, havia mesmo um cão, de bom coração...
Inteligentemente repleta de humor, esta é uma história cheiinha de ingredientes para encantar a criançada... e não só! Quando chegamos ao fim, também nos apetece imitar o menino que o que mais gostava era de contar até três, e pedir: - Vá lá, pai, conta outra vez!
Era uma vez um cão...

No sábado à tarde, autora e ilustrador estiveram na Fnac Chiado para o lançamento do livro. A apresentação foi feita por Eduardo Filipe, o comissário da Ilustrarte. Os Hipopómatos disseram presente! 

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Amordiscadelas...E não só.


Com muito amor, os Hipopómatos sugerem:
I - Amordisquem
                 

AMORDISCADELAS é um delicioso livro da autoria de Moni Pérez, editado pela Kalandraka. A mostrar que o amor dispensa palavras... Provem e partilhem!


II - Construam uma OFICINA DE CORAÇÕES.

Serve para consertar corações ou até mesmo fabricá-los. Todos conhecemos gente que não tem coração!
Uma história de amor que não se esquece. Escrita por Arturo Abad, ilustrada por Gabriel Pacheco e editada pela OQO editora.
                                         
III- Ou, simplesmente, procurem a vossa princesa...


Tornem-se reis do vosso jardim ou de qualquer outra coisa...

The Little Flower King, de Kveta Pacovska, é para nós uma eterna paixão.
E sejam felizes!


segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Bom Carnaval, Rosies

E porque é Carnaval, lembrámo-nos do fantástico livro de Maurice Sendak, The Sign On Rosie's Door.


A infância passada em Brooklyn terá inspirado Sendak a escrever esta hilariante e sempre actual história sobre as brincadeiras de um grupo de crianças vizinhas. O inesgotável poder de imaginação destas criaturas leva-as a encontrar  formas fabulosas e desconcertantes de ocupar o tempo. E conduzem-nos a nós, leitores crescidos, a lugares onde já fomos meninos.



Tudo começa quando Rosie, uma daquelas crianças  que todas as outras gostariam de ter como vizinha, afixa na porta uma tabuleta onde se lê, "se queres saber um segredo, bate três vezes”. 


Hoje, Rosie é Alinda, uma adorável cantora, pronta para uma grande actuação que promete deslumbrar toda a assistência... Kathy, a primeira a desvendar o segredo, também tem papel assegurado como bailarina árabe... 


Um espectáculo algo movimentado, a que não falta um bombeiro com muitos incêndios para apagar...




... e um final, bem ao jeito de Maurice Sendak! 

Um outro bilhete de Rosie faz com que todos se voltem a reunir à espera do Homem Mágico... Uma espera que tem de ser feita em silêncio e de olhos fechados!


Um livro onde o real e a fantasia se baralham e misturam como só é possível no mundo da criança. Onde Sendak fala de crianças reais com quem se terá cruzado e que, de alguma forma, simbolizaram figuras lutadoras e inconformadas.  


Uma forma única e maravilhosa de relembrar estes artistas do faz de conta , ou não estivéssemos a falar de Maurice Sendak. Escrito em 1960, Rosie originou mais tarde o tema de Carole King, I am really Rosie, que podem relembrar aqui
Aquando do 80º aniversário de Sendak, Meryl Streep fez-se acompanhar de Rosie e homenageou-o assim.


Bom Carnaval!